segunda-feira, 14 de maio de 2012


Vivemos em um mundo ocidentalizado, que prega a garantia dos direitos humanos, o modelo democrático de governo e a liberdade das pessoas. Com isso, criamos a ilusão de que pertencemos a uma sociedade mais justa e que tem maior respeito às necessidades humanas e não percebemos que, a todo momento, sofremos uma enorme coerção social.

Se pensarmos, por exemplo, no uso da burca – tão criticado por alguns no mundo ocidental – e no simples fato de comermos de garfo e faca, conclui-se que ambos são hábitos que foram impostos às pessoas de suas respectivas sociedade e, portanto, limitaram a sua liberdade individual. Aliás, pensando ainda por esse lado, qual a diferença entre a imposição do uso da burca e a imposição dos padrões de beleza nos países ocidentais?

A verdade é que as duas violentam o direito de escolha das mulheres segundo a sua própria vontade e marginalizam aquelas que não seguirem os padrões colocados como corretos na sua sociedade. O reflexo de tal coerção pode ser percebido com o aumento do número de casos de bulimia e anorexia conforme a exploração do padrão de beleza da mulher magra foi intensificado.

Estes são apenas pequenos exemplos, mas seguimos um padrão repleto de imposições, as quais, muitas vezes sequer percebemos: o uso de talheres, o uso obrigatório de nossas roupas – garantido, aliás, por lei -, o modo de andar, a maneira de falar etc. Às vezes, notamos que algumas pessoas não se submetem a tais hábitos e criam uma maneira alternativa de agir, passando a ser, inicialmente, marginalizadas. Entretanto, com o tempo, formam-se grupos que estabelecem um novo padrão, com novas imposições, como é o caso dos hippies, punks e emos, por exemplo.

Assim sendo, percebe-se que é praticamente inevitável a criação de regras e padrões a serem seguidos em uma determinada agrupamento social. Podemos pensar até mesmo em uma única família, que estabelece suas próprias regras e um modo de agir para serem seguidos em casa. O membro da família que não se adequa a esse modelo passa a ser cobrado pelo restante da família, podendo até mesmo ser expulso de casa. Isso é estendido para o restante da sociedade, em vilarejos, cidades ou países.


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