sábado, 5 de maio de 2012

Individualidade dentro do sistema


Émile Durkhein



Émile Durkhein - um dos pais da sociologia - deixou um grande legado para o mundo de hoje. Durkhein valorizava o método ao estudo dos fatos sociais, e mais do que isso, acreditava que antes de se aplicar um método deve-se entender o que se pode ser chamado de fato social. Fato social seria, portanto, “maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele”. Émile completa, exemplificando que “essa pressão de todos os instantes que sofre a criança é a pressão mesma do meio social que tende a modelá-la à sua imagem e do qual os pais e os mestres não são senão os representantes e os intermediários.”

Mas será mesmo que a educação possui tamanha força de coerção? E a nossa inteligência, a nossa capacidade de raciocínio, de criticar, de pensar, de questionar e de escolher quem queremos ser? De fato, se olharmos um pouco ao nosso redor perceberemos a força da pressão do sistema. Como se comunicaríamos no Brasil, por exemplo, senão pela mesma língua portuguesa? Como compraríamos sapatos e roupas, senão baseado em um mesmo sistema de medidas? Podemos acreditar que os dois exemplos acima são positivos, já que são essenciais para o desenvolvimento da sociedade. No entanto, o que dizer, por exemplo, do sistema massacrante de vestibular? Jovens de classe média, que pouco sabem qual profissão de fato querem seguir, são enquadrados em um rígido sistema de pressão, no qual são obrigados a processarem, e não assimilar ou questionar, inúmeras informações. Assim, tornam-se verdadeiros robôs, vítimas do sistema que pressiona para entrarem numa Universidade pública, caso contrário serão criticados e julgados pelo grupo social em que vivem.
Em suma, os fatos sociais estão inseridos em nossas vidas. Fazemos parte de um mesmo sistema, e o sistema é essencial para a vitalidade da nossa sociedade. Mas, dentro do possível, cada indivíduo deve ao máximo tentar encontrar aquilo que se denomina personalidade e individualidade para ser um verdadeiro ser humano. 

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