domingo, 6 de maio de 2012

A homogeneização proclamada por Durkheim


          Durkheim baseia sua obra “As Regras do Método Sociológico” no estudo dos fatos sociais, que são as regras organizadas e impostas aos indivíduos com o objetivo de abrir caminho para a prática de uma ciência das pessoas. Porém, enquanto equilibra a vida social, também acaba tornando os integrantes dessa sociedade homogêneos, desde o modo como agem até a sua forma de sentir. Dessa forma, a globalização, tão difundida atualmente, é uma forma da doutrina de Durkheim ser levada a níveis extraordinários, pois ela é a integração entre os países por meios técnicos, científicos e informacionais.

       Logo que nascemos somos impregnados com um modo de vida que é igual para todos os países integrados nesse “mundo sem fronteiras”, temos ambições parecidas, conceitos semelhantes arraigados e até nos vestimos da mesma forma, independente da distância que nos é imposta, normalmente, vivemos de uma forma muito parelha. Mas nem todas as pessoas estão tão adaptadas a isso, pois essa difusão acaba excluindo do que chamamos de sociedade todos aqueles que não possuem uma forma de viver como a nossa, como os excluídos tecnológicos ou aqueles que vivem com base em preceitos diferentes do que nos é comum.

       Assim como Comte, Durkheim acredita que qualquer noção apartada da ciência não serve como uma forma real de se enxergar o mundo, então da mesma forma que toda nossa produção científica é pautada no método cartesiano, a nossa ciência social também deve que ser. Dessa forma, vivemos em uma sociedade cartesiana que acredita que os objetos criados pela tecnologia e os modos de vida são criados da melhor forma possível, baseando-se na ciência pura e no empirismo, portanto devem ser usados, apoiados e seguidos por todos sem exceção, pois é o melhor para a população, e qualquer um que não acredite nisso deve ser apartado da convivência social. Essa é uma noção discriminadora, mas que impera em nosso cotidiano e, provavelmente, fará parte da rotina das próximas gerações.

      Portanto, a homogeneização que Durkheim propõe, ainda existe e é muito forte em nossa sociedade, mas temos que começar a nos conscientizar acerca do fato de que nem todas as pessoas são iguais, tem acesso as mesmas informações e oportunidades e podem ser inseridas na nossa sociedade. Então não devemos apoiar atos que impõem o hábito intrínseco que temos de nos igualar e que acabam atrapalhando a nossa capacidade de entender e respeitar culturas e pessoas diferentes.

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