segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fato Social em "O Enigma de Kaspar Hauser"





          O longa-metragem “O Enigma de Kaspar Hauser” (1974), do cineasta alemão Werner Herzog, é um interessante objeto de estudo da teoria de Durkheim, pois apresenta inúmeros exemplos de fatos sociais. O filme é baseado na vida de Kaspar Houser, um cidadão alemão do século XIX que viveu grande parte de sua vida enclausurado em um quarto escuro sem contato com a sociedade. Aos dezoito anos, Kaspar fora abandonado em uma Praça em Nuremberg. Contudo, o jovem não possuía habilidade de fala ou escrita e nem possuía habilidade para andar ereto. 
A enorme dificuldade de humanização de Hauser gera muitas situações propícias à identificação de fatos sociais. Por exemplo, Kaspar teve suas vestimentas mudadas, é ensinado a andar e comer com talheres, e ensinam-lhe a fala e a escrita. Todos esses fatores são, de certa forma, fatos coercitivos, difundidos na sociedade e exterior ao individuo. Por exemplo, um individuo que deseja andar apoiando os quatro membros no chão, ou que não usa vestimentas, certamente seria punido ou seria vitima de discriminação pelo restante da sociedade. A fala e a escrita tem poder de coerção também, pois sem esses atributos o ser pode ser privado de inúmeras conquistas (inclusive esses meios de comunicação possibilitou que Hauser relatasse sua vida durante o período em cativeiro), além disso, por meio desses atributos, os indivíduos tem poder de provocar coerção em outros indivíduos. 
Em suma, segundo o conceito de Durkheim, para se tornar humano Kaspar Haser teve que aprender com seus semelhantes inúmeras atitudes que seriam impossíveis de serem desenvolvidas em estado de isolamento. Mas, para isso, o jovem teve quer ser muitas vezes manipulado ou obrigado, de tal forma que se o mesmo não se adequasse às regras de conduta impostas pela coletividade, ele não seria aceito pelos demais integrantes da sociedade.

Segue link para trailer do longa:  
http://www.youtube.com/watch?v=nRWtvT7vzFc

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