segunda-feira, 14 de maio de 2012

Em defesa das individualidades

  Estamos em um momento em que tudo está se padronizando. Os comportamentos de diferentes pessoas parecem estar caminhando para a igualdade, as pessoas estão cada vez mais parecidas; sempre com o mesmo corte de cabelo, usando roupas parecidas e as opiniões sempre com diversas semelhanças. Será que estamos nos tornando uma massa homogênea e as individualidades estão morrendo aos poucos? Ou já somos todos iguais e a originalidade é apenas uma ilusão?
    Perguntas como estas surgiram no momento em que comecei os estudos sobre o fato social de Durkheim. Consistindo no agir do homem em sociedade, o fato social para Durkheim é exterior ao indivíduo, ou seja ele é imposto aos homens e está fora do nosso controle estabelecer se eles existirão. O casamento, por exemplo, é algo que muitos afirmam ser uma "instituição falida", mas ao mesmo tempo aqueles que não se casaram são vistos com um certo nível de preconceito por todos. Mas qual a real utilidade do casamento? Se unir a alguém que você ama para o resto da vida formalmente? Para iniciar o processo de constituição de família? Não, o casamento nada mais é do que um padrão que todos querem seguir e não sabem a razão. Ninguém precisa fazer do seu amor um grande evento, a meu ver um compromisso sincero e simples entre duas pessoas vale mais do que um compromisso firmado em uma grande cerimônia. No entanto, nos vemos forçados a seguir rituais como este, porque somos ridicularizados se não o seguirmos.
   Pensamos que a nossa consciência individual é que rege os nossos comportamentos, porém, a consciência coletiva- que tem como expressão mais importante a sociedade- tem uma influência gigantesca em todas as nossas ações. Então, se a consciência coletiva for o nosso verdadeiro guia, não seria a hora de construirmos novas percepções e reformularmos certos valores? Afinal, estamos conservando rituais que não possuem nenhuma utilidade, e valores que não possuem nenhum sentido. E assim, tornaríamos a sociedade mais apta para acolher todas as diferentes consciências; tornando a individualidade algo bom, e não algo digno de coerção.

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