O egoísmo aplicado ao antropocentrismo tem um
preço. E este está sendo cobrado há algum tempo. Uma parcela da sociedade já que
olhou para si e seus atos e viu o balanço geral das condutas e posturas
assumidas pelos homens. O abandono gradual e lento de Deus e de alguns valores
morais - como a ética, o caráter, o respeito, a gentileza, entre outros –
resultou numa sociedade vazia de valor, de sentido e significado para a vida,
onde são cada vez mais comuns os distúrbios emocionais e psicológicos. Uma
sociedade onde alguns que pensam de maneira oposta acabam se omitindo, como a
cientista física do filme, por pensar que é melhor continuar a refletir imersos
no seu próprio mundo ou ainda que seja inútil tentar remar contra a maré. Claro
que não são todas as pessoas que pensam dessa forma, ou então este filme jamais
seria produzido.
Pode ser mesmo muito complicado querer
mudar-se de uma vez só. Do dia para a noite querer pensar vivenciar tudo da
forma como o filme aborda. Mas, aos poucos, pode não ser tão complicado.
Podemos começar tentando compreender o outro na realização de ações com as
quais discordamos; percebendo a nós mesmos, as nossas reações, os nossos vícios
comportamentais e mentais; ouvindo as colocações dos outros e buscando
apreender nelas mais sobre essas pessoas...
Se pudermos ao menos tentar começar a buscar
essas mudanças em nós mesmos já teremos dado o nosso primeiro passo. E se influenciarmos,
corretamente, outros a começar, também estaremos fazendo a nossa parte. E, aos poucos, aquelas questões trazidas por Capra serão naturais e menos distantes de nossa realidade.
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