segunda-feira, 19 de março de 2012

Cartesianismo: não tão unânime assim.


Na constituição da história moderna, principalmente no que se refere à ciência, Descartes foi sem dúvida um dos pensadores que mais influenciou as produções científicas.  Elaborador do método científico moderno, ou simplesmente, método cartesiano, Descartes propõem construir uma filosofia contra os misticismos. Para tal faina, o filósofo francês se propõem a desprender de sua moral e valores, adquirindo uma moral temporária que daria suporte ao seu projeto filosófico.
Na história oficial e nas derivações filosófico-científicas da humanidade, Descartes foi o pensador que inspirou todo o projeto teórico do Estado Moderno e da burguesia, produzindo uma sociedade racionalizada e a fragmentação do conhecimento. A
Neste contexto a visão holística, ou sistêmica, foi delegada para campos do estudo sub-valorizados, nos quais projeções filosóficas como a de Espinosa foram praticamente levadas ao ostracismo.
Assim como o filósofo holandês, outros autores, inclusive contemporâneos, criticam o cerne da constituição do pensamento moderno. Para o professor da Universidade de Barcelona Jorge Larrosa Bondía o ensino e o cultivo do conhecimento pasteurizado e baseado unicamente em projeções cartesianas não representam quaisquer avanços no campo do conhecimento e sim a perda das experiências humanas.
Para o autor o método cartesiano resultou na proclamação excessiva de informações e tais informações não necessariamente significam a base de um conhecimento consolidado. “A cada dia se passam muitas coisas [contatos com infomações], porém, ao mesmo tempo quase nada nos acontece”. Seja pelo viés geométrico espinosano ou por uma crítica das experiências, a teoria cartesiana é passível de contribuições e questionamentos, e não devemos considerá-la como um dogma científico como muitas vezes acontece na sociedade contemporânea.

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