segunda-feira, 19 de março de 2012

Até que ponto somos cartesianos?


É comum classificarmos a sociedade atual como cartesiana. Sociedade esta que busca incessantemente por respostas racionais e objetivas a respeito de tudo que acontece a nossa volta. No entanto, não se pode afirmar que nossos julgamentos a respeito dos acontecimentos sejam desprovidos de um caráter subjetivo criado a partir do contexto que cada indivíduo está inserido.
            Essa teoria, que anula a possibilidade de um julgamento ser puramente objetivo, contraria aquilo que Descartes classifica como julgamento cartesiano, ou seja, puramente lógico e racional. Contudo, o próprio autor, ao tentar provar a existência de um ser superior – Deus - baseado em sua própria lógica, demonstra a carga subjetiva desse julgamento.
            Além disso, o mesmo autor, ao dizer que a variedade de opiniões se justifica pelos diferentes caminhos tomados a respeito de um assunto, deixa a ideia de que a subjetividade é intrínseca ao ser humano. Sendo assim, não seria correto afirmar que a objetividade depende da subjetividade de cada um? A questão então seria: até que ponto nossa carga subjetiva influencia nossas respostas?

José Eduardo de Andrade Filho

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