domingo, 18 de março de 2012

Hegemonia da razão? ainda não!

Até o século XVII , o conhecimento era monopólio sobretudo da religião, da feitiçaria, dos mitos, ou de qualquer outra prática não científica. Essa situação foi lentamente se alterando conforme o mundo adotou o racionalismo expresso principalmente no famoso livro cartesiano ''O Discurso do Método'' , o qual foi publicado em 1637. René Descartes inovou ao mostrar que a verdade pode ser alcançada por um método nada místico, a razão. Para alcançá-la ele se utiliza do princípio da dúvida universal , e, assim, duvidando de todos os conhecimentos obtidos e até da sua própria existência, ele elaborou sua famosa máxima: ''penso, logo existo''. Além disso, o Discurso sugeri um modelo aproximadamente matemático para conduzir o pensamento, já que a matemática tem como marca a certeza, a ausência de dúvidas. Com o tempo e com o emprego do racionalismo em várias partes do mundo, a razão emergiu como componente ímpar para a busca da verdade e do conhecimento, em detrimento do misticismo e da religião, embora esses ainda muito influentes. Prova disso é o desenvolvimento cada vez maior da ciência ao longo dos séculos, com invenções que revolucionaram a maneira como vivemos, como por exemplo o veículo automotor e a eletricidade. Mesmo com a atual supremacia da ciência, ainda presenciamos alguns episódios de disputa entre ela e setores religiosos. Exemplo disso é a recente polêmica envolvendo a aplicação médica das células tronco embrionárias. Tais células são como curingas, ou melhor, células neutras que ainda não têm características que as diferenciem como uma célula cerebral ou do músculo, por exemplo. Isso, com certeza, auxiliaria no tratamento de doenças letais e também na cura de milhares de casos sem solução médica. Contudo, no Brasil, a pesquisa científica nessa área  é vetada pela Justiça, sobretudo porque bate de frente na oposição de setores religiosos e organizações anti-aborto que consideram que a vida inicia-se no momento da formação do embrião. Esse caso mostra como a razão ainda sofre uma oposição significativa das práticas não científicas, ou seja, da religião, mesmo depois de passado quase 400 anos da publicação e da influência método cartesiano no mundo.

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