domingo, 19 de junho de 2011

A consideração do indivíduo


Max Weber nos convida a uma análise mais profunda da realidade por meio da compreensão das ações sociais, dessa forma, diferencia-se dos positivistas, por não analisar a aparência da sociedade, e também dos marxistas, por não compreender que a história e as ações sociais são fruto de uma única força motora.

Na análise weberiana, o indivíduo é considerado em oposição ao marxismo que só considera o materialismo histórico dialético e em oposição também ao positivismo o qual acredita na existência de leis naturais as quais determinam a conduta humana independente da vontade de cada um.

Weber acredita que a ação social é motivada por valores (econômicos, políticos, culturais e religiosos) o que confere a elas uma característica individualizante, afinal cada pessoa guarda em si diferentes tradições e costumes.

Weber acredita que o marxismo tem um carácter dogmático e que, dessa forma, se aproxima da religião, afinal parte de uma verdade pré-estabelecida, neste caso o materialismo histórico dialético, para analisar a realidade. E a ciência deveria distanciar-se desses dogmas na busca pela verdade sem o estabelecimento de generalizações.

Os Feitos Burgueses

Marx e Engels dissertam sobre uma constante na historía da civilização: a luta entre classes. Segundo eles, os meios de produção mudaram ao longo dos séculos sem resolver o conflito estabelecido entre dominantes e dominados. Assim, mesmo com o declínio da unidade produtiva feudal e a substituição dessa por manufaturas mais eficiêntes, a massa empobrecida saiu do campo para estabelecer-se na cidade mudando apenas seu nome. De servos passaram a ser proletáriado.

As fabricas multiplicaram-se a medida que a demanda do mercado aumentava. Conveniêntemente, da-se a expansão marítima e com a dominação de novos territórios ocorre também a expansão de mercado consumidor, o qual serviu de escape para os produtos europeus incentivando a burguesia europeia. Para aumentar a produção, novas tecnologias são implantadas as quais aumentam a eficiência produtiva na mesma proporção que alienam o trabalhador.

As inovações tecnológicas também possibilitaram uma desvinculação da materia-prima da fabrica e do mercado consumidor. Essa independência entre estágios produtivos e mercado consumidor tornou viável e bem sucedida a expansão do comércio de forma globalizada. Aquela burguesia, inicialmente europeia, via-se com domínio global de mercado. Seu lucro também crescia e segundo Marx e Engels possibilitou grandes feitos: " Realizou maravilhas que superavam de longe as pirâmides egípcias, os aquedutos romanos e catedrais góticas".

A burguesia mostra seu poder economico assim como os faraós egipcios. Seus grandes feitos arquitetonicos estão ao nosso redor mostrando o grande poder que tal classe detem, utilizados para celebrar o grande explendor do capitalismo. Consiste em um meio de propaganda que, unido ao rápido aperfeiçoamento de todos os instrumentos de produção e aos meios de comunicação imensamente facilitados, "arrasta todas as civilizações, até as mais bárbaras, para a civilização".

Burguesia: Ascensão e “Queda”

Ao analisarmos a obra “O Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, percebemos, notoriamente, a ideia dos citados autores sobre a constância da luta de classes ao longo da história, sendo tal luta caracterizada pela oposição entre oprimidos e opressores. No final dessa “disputa” de classes, para os autores em questão, sempre ocorreria uma transformação revolucionária da sociedade ou a ruína das classes em conflito. A sociedade burguesa, para Marx e Engels, foi um instrumento intensificador dos conflitos sociais.

Antes do surgimento da burguesia, a produção medieval se baseava nas corporações. Com o passar do tempo e com um maior desenvolvimento econômico, tais corporações foram substituídas por manufaturas. Estas acabaram sendo suplantadas pelas indústrias, graças à cristalização do capitalismo e à consolidação da burguesia. No decorrer do tempo, houve um aumento do processo industrial, o que associado à ambição burguesa crescente, fez surgir a necessidade de novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores. Veio, então, a Expansão Marítima e o mundo se abriu para o capitalismo, até então, europeu.

Com tantas mudanças econômicas, era natural que alterações sociais e políticas também se processassem. A burguesia, como centro econômico, passava a ser também o centro político. Era tal classe que controlava o Estado Representativo daquele momento. Com tanto poder político, vinha também um poder demasiado de controle sobre a sociedade. E tal controle consistia na exploração: esta, que, na Idade Média, era velada e encoberta pela religião, passava a ser direta, “escancarada” e rigorosa.

Enfim, a burguesia era a “dona” de tudo e de todos. Ela era o centro político, econômico e social da época e deixava para o resto da sociedade somente "migalhas".

Retirado de: Disponível em:<http://correntes.blogs.sapo.pt/886190.html?view=2547374>. Acesso em: 19 jun. 2011.

Mas, esta mesma burguesia, que era a controladora do mundo, "buscou seu fim". A superprodução que ela trouxe, o excessivo consumo, a demasiada produção, a enorme quantidade de riquezas não conseguiam ser absorvidos pela sociedade. Além do mais, para produzir tanto, tal burguesia “precisou fortalecer” o proletariado: mais operários eram necessários e, com o aumento de número, estes também intensificavam sua “força de pressão”. Os salários eram reduzidos cada dia mais, a jornada de trabalho só aumentava, as condições de trabalho eram insalubres, a vida era miserável. Marx e Engels acreditavam que a burguesia “aquecia uma panela de pressão” e que esta estava prestes a estourar, refletindo-se em uma revolução do proletariado, uma revolução que marcaria a derrocada burguesa.

Retirado de: Disponível em : <http://henriquembranco.blogspot.com/2011/05/01-de-maio-dia-da-luta-da-classe.html>. Acesso em: 19 jun. 2011.

E diante dessa análise, seria possível percebermos a importância das ideias de Marx e Engels para a sociedade atual. Embora não concordemos, muitas vezes, com suas ideias acerca da revolução do proletariado; embora não tenhamos tanta certeza, em geral, acerca da luta entre a burguesia e os operários por eles defendida, ainda sim vivemos em uma sociedade desigual. E essa desigualdade, que Marx e Engels declaravam como existente, deve ser vista como um problema a ser resolvido, por exemplo, em nosso Sistema Judiciário.

Retirado de: Disponível em:<http://noleto16.blogspot.com/2010_10_01_archive.html >. Acesso em: 19 jun. 2011.

Manifesto Comunista, obra reflexiva ou biblia dogmática?

Marx em seu manifesto nos apresenta uma sistematização de suas ideias. Demonstrando como a sociedade capitalista se formou e se desenvolve, ele busca chamar o proletariado para a realização de uma revolução, que, de acordo com ele, seria uma nova evolução da forma de apropriação da produção.
A teoria proposta por Marx para explicar a historia da sociedade é a teoria da luta de classe, onde uma classe mais abastada estaria sempre explorando uma classe menos abastada e para exemplificar essa ideia, o autor cita os casos dos nobres e dos servos no feudalismo e , obviamente, o caso dos burgueses e proletários. No entanto, nota-se claramente que para Marx a luta de classes e as questões econômicas são as únicas responsáveis por como se deu a historia da humanidade, mas seria realmente o prisma da economia o único método de se analisar a sociedade? Não haveriam outros fatores influenciadores? ... A verdade é que sendo um manifesto e por ter como objetivo agitar o proletariado, o Manifesto Comunista tenta de forma incisiva culpar o espirito capitalista de todos os males que assolam a sociedade.
As capacidades de Marx e Engels são inegáveis, tanto no campo da economia quanto da sociologia, porém nessa obra a simples analise torna-se tática de convencimento. Aqueles que só se atentarem a obra terão um cabresto colocado em suas visões, não se pode dizer que a obra é falsa, mas sem duvida é tendenciosa e incompleta.
Vê-se no capitalismo diversas falhas sociais, mas suas vantagens econômicas individuais são tão deslumbrantes que tocam o instinto natural de sobrevivência do ser humano ao dar lhe a possibilidade de sozinho ser superior a todos em tudo, ou seja, o capitalismo é um método natural que o homem encontra para realizar em sociedade e, por sua naturalidade, jamais será substituído, talvez evolua, mas mesmo neste caso, evoluiria para um capitalismo ainda mais lucrativo para o individuo e nunca para o coletivo pois a cooperação entre homens é limitada e nela esta embutido um egoismo primitivo.
Em suma, o Manifesto Comunista abre nossos olhos para uma teoria de que o capitalismo é um sistema contraditório, "escravizante" e destruidor do meio natural do espaço e do tempo, mas não se pode crer que ele é uma verdade absoluta, pois assim como ele ataca as teorias liberais capitalistas, também existem aqueles que não concordam plenamente com as ideias que ele propõe.

Socialismo científico?

Karl Marx, juntamente com Friedrich Engels, escreveu o Manifesto do Partido Comunista que tinha como objetivo conscientizar da classe trabalhadora acerca da exploração capitalista e, por meio disso, convocar todos a unirem-se para promover uma revolução do proletariado e por fim ao sistema capitalista.

Marx e Engels demonstraram de forma simplificada o socialismo científico justamente para que este fosse compreendido pelo seu público alvo, os trabalhadores. Mas, mesmo de forma simplificada, o manifesto agregou a base do socialismo científico que é o materialismo histórico dialético, por meio do qual Marx e Engels demonstraram que a sociedade que se fundamenta no modo de produção capitalista sempre será desigual e a classe trabalhadora sempre será explorada, afinal, a base material determina o comportamento social.

Com base nesta constatação, os autores propuseram uma união dos trabalhadores para a promoção da libertação, ou seja, da destruição do capitalismo rumo a uma sociedade igualitária. Afirmaram ainda que essa destruição do capitalismo é inerente ao próprio sistema, que o proletariado seria, portanto, responsável por antecipar algo inevitável, e essa antecipação seria perspicaz no sentido de evitar o sofrimento dos trabalhadores até a destruição natural do capitalismo.

Será que Marx e Engels estavam mesmo certos? Talvez estivessem em relação ao capitalismo que chegaram a conhecer, mas não acredito que estão totalmente corretos acerca do capitalismo que presenciamos. Afinal, há quanto tempo o capitalismo existe? Há muito tempo, e até hoje ele ainda permanece vigente, ou seja, não se autodestruiu como Marx e Engels afirmavam que iria acontecer. O máximo que aconteceu foram crises que colocaram sim em dúvida a supremacia do capital, mas que não foram suficientes para a proposição de um novo modelo econômico, afinal o capitalismo conseguiu se reinventar. Quero deixar claro que não sou a favor de como essa reestruturação econômica foi feita, pois implicou cortes nas verbas de programas sociais além de outras medidas, mas é importante reconhecer que ela aconteceu, ou melhor, ainda está acontecendo.

O fato é que o capitalismo não se autodestruiu e o proletariado não realizou a revolução, a realidade, portanto, continua sendo um sistema econômico que tem por base a exploração e que consegue entorpecer os explorados, mesmo depois de estes terem tomado consciência de sua situação miserável, ao ponto deles quererem participar ativamente do sistema ao invés de tentar destruí-lo. Talvez Marx e Engels tenham subestimado o poder da alienação capitalista, e do fetiche promovido por ela.

Dessa forma, é possível concluir que a teoria da Marx e Engels não se concretizou plenamente, poderia ser, portanto, idealizada? Mas isso não era justamente do que eles queriam se distanciar ao propor um socialismo científico em oposição ao socialismo utópico?


O manifesto comunista.

O manifesto comunista trata-se de um ‘panfleto político’, onde Marx e Engels expõem sua visão da história e sua perspectiva profunda de análise do capitalismo.
Analisam a história como oposição permanente, conceituando assim a visão dialética da história, através da perspectiva de uma dinâmica sociocultural que é fruto da luta permanente de classes.
Como o sistema feudal e sua antiga produção, baseada nas cooperações de ofício, tornaram-se antieconômicos, não eram suficientes para a crescente demanda (relativa ao desenvolvimento dos mercados) um novo modo de produção surgia. Esse era capaz de arrebentar os grilhões políticos, religiosos, tradicionais e costumeiros da economia. A livre concorrência acompanhada por uma constituição social e política adaptada a ela sob o comando de uma nova classe em ascensão, a burguesia, permitira a mercantilização de tudo.
A burguesia revelou que uma demonstração bruta de força (típica da sociedade feudal) não é acompanhada pelo desenvolvimento científico que pudesse transformar a sociedade. Foi a primeira classe a usar a ciência e o conhecimento humano como empreendimento. Realizou, então, maravilhas que permitiram o desenvolvimento econômico e produtivo, como as indústrias e ferrovias. Mostra então uma nova e enorme capacidade empreendedora. A constante evolução da maneira de produção e consequentemente de toda sociedade é suposta, então, como civilizadora.
Essa classe substitui a exploração velada por ilusões religiosas (como a escravidão) pela exploração aberta, imprudente, direta e brutal. Cria-se uma falsa necessidade criada pela produção da constante atualização e evolução da tecnologia. E o resultado disso é a força capitalista que arrasta um consumismo desenfreado e uma exploração sem tamanho do proletariado pela burguesia.
Consideram então, que o operariado deve tomar consciência de sua situação e, então, se organizar e lutar contra a opressão sofrida. Sendo assim, a própria opressão da burguesia a derrotará, confirmando assim a dialética capitalista. Esses lutaram por uma comunidade revolucionária, onde não houvesse propriedade privada, sem a existência de classes sociais ou do caráter opressor do poder público. Ou seja, lutariam por uma sociedade comunista.

Ações sociais e seus valores.

Max Weber se preocupou com a essência do conhecimento, analisou que os elementos irracionais se fazem presentes inclusive na atualidade. Difere do Marx, em seu pensamento, pois onde este constata características racionais, aquele as julga irracionais, como por exemplo o acúmulo de capital pelo burguês, é contraditório pois o mercado precisa de capital circulando, portanto Weber analisa esta uma atitude irracional.
Sua perspectiva é de compreensão do sentido da ação social humana. A análise weberiana elenca quatro tipos de ação social: a ação racional com relação a um objetivo (o indivíduo realiza a ação para alcançar uma finalidade específica); a ação racional relacionada a um valor (o indivíduo realiza a ação com a crença racional em seu valor); a ação efetiva (motivada pelas emoções do indivíduo); e a ação tradicional ( realizada devido aos hábitos e costumes).
Criticou o dogmatismo do materialismo histórico e o conhecimento dogmático, pois quando se aceita um modelo científico como a única verdade e sua opinião se faz dessa forma, excluindo as outras possibilidades, a ciência não está se fazendo e sim religião. Sendo assim, a metodologia científica deve ser universal, pois assim o conhecimento obtido deve ser reconhecido como verdade em qualquer lugar para que seja válido.
Para ele, a sociologia busca os significados que os indivíduos relacionam com suas ações, a sociologia compreensiva. As escolhas possuem uma referência com os juízos de valores e as conexões feitas durante a vida do indivíduo.


Gabriela Bezerra Pucci, 1º ano DN

Sociologia Weberiana

Max Weber, intelectual alemão, escreveu várias obras importantes no ramo da sociologia. Foi um dos fundadores da"novo sociologia", sendo que no texto "a objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social" muda o rumo, criticando alguns pensamentos anteriores, como o de Marx e o de Comte.

Defende que uma revista científica, assim como o "Arquivo para a ciência social e política social" , seja o mais neutra possível: "trabalhando exclusivamente com os meios característicos da investigação científica". Sendo assim, o intelectual necessita desprezar os conceitos previamente obtidos por ele, contudo isso é impossível pois nenhum homem consegue "despir-se" de tudo o que fora previamente adquirido. Então seria necessário que ele escolhesse os valores por causa de natureza humana: "tomar uma determinada decisão com função daquelas ponderações já não é mais tarefa possível para a ciência. Ela é própria do homem da ação: ele pondera e escolhe entre os valores em questão, aqueles que estão de acordo com a própria consciência e sua cosmovisão pessoal".

Faz uma feroz critica aos seus conterrâneos, Marx e Engels, pois não acredita que todos os fatos ocorridos durante a história da humanidade foram necessariamente a causados pela "concepção materialista da história", ou seja, não há apenas características econômicas envolvidas nas transformações.

Também critica o pensamento determinista, no qual o homem é produto exclusivamente do meio em que vive, em certo espaço no decorrer da história. Esse determinismo é facilmente desmascarado. Ele estaria sujeito apenas à pessoas como argila, na qual o escultor(meio) o faz de acordo com a condições ao seu redor. Se isso fosse verdade, quem mora na favela e convive diariamente com o tráfico, e com "bandidos", nunca poderia estudar e depois ser um engeneiro , por exemplo, ou mesmo teria a vida condenada à morar sempre no morro, não lhe caberia a escolha para conseguir um emprego honesto, untar dinheiro e se mudar para o centro da cidade.
Por outro lado, não teria criminalidade entre as classes ricas, pois esta recebeu uma educação de qualidade e não necessita de dinheiro. Há um simples problema nessa teoria: não é levado em conta a índole da pessoa. A vida nos mostra diversos caminhos, centenas, milhares de pessoas, porém cabe a cada ser decidir para onde quer ir e quais pessoas seguir.

Moldar-se a Weber é não ter moldes

A socilogia de Weber, deve ser encarada como ciência pura, e portanto o estudo da sociedade não pode basear-se em determinismos ou dogmatismos. o cientista deve despir-se de influências e valores dos mais diversos (religião, costumes, cultura, leis econômicas...) identificando e compreendendo a realidade, logo não deve moldá-la a prática. Weber concebe o objeto da sociologia como, fundamentalmente, "a captação da relação de sentido" da ação humana. Em outras palavras, conhecer um fenômeno social é extrair o conteúdo simbólico da ação ou ações que o configuram. Tal colocação do problema de como se abordar o fato significa que não é possível propriamente explicá-lo como resultado de um relacionamento de causas e efeitos, mas compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua amplitude.O método compreensivo, defendido por Weber, consiste em entender o sentido que as ações de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações. O fato em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de significações sociais, além disso, essa função é reconhecida por uma comunidade maior de pessoas.Segundo Weber, a captação desses sentidos contidos nas ações humanas não poderia ser realizada por meio, exclusivamente, dos procedimentos metodológicos das ciências naturais, embora a rigorosa observação dos fatos (como nas ciências naturais) seja essencial para o cientista social. Contudo, Weber não pretende cavar um abismo entre os dois grupos de ciências. Segundo ele, a consideração de que os fenômenos obedecem a uma regularidade causal envolve referência a um mesmo esquema lógico de prova, tanto nas ciências naturais quanto nas humanas. Entretanto, se a lógica da explicação causal é idêntica, o mesmo não se poderia dizer dos tipos de leis gerais a serem formulados para cada um dos dois grupos de disciplinas. As leis sociais, para Weber, estabelecem relações causais em termos de regras de probabilidades, segundo as quais a determinados processos devem seguir-se, ou ocorrer simultaneamente., outros. Essas leis referem-se a construções de “comportamento com sentido” e servem para explicar processos particulares. Para que isso seja possível; Weber defende a utilização dos chamados “tipos ideais”, que representam o primeiro nível de generalização de conceitos abstratos e, correspondendo às exigências lógicas da prova, estão intimamente ligados à realidade concreta particular.

Um novo modo de produção

No livro ''A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo'', Max Weber fala sobre o capitalismo.
Segundo o autor'' Em sua acepção moderna, o capitalismo vincula-se não apenas à perspectiva da troca, mas sobretudo às possibilidades de dinamização racional do investimento'' e essa racionalidade gera fatores que diferenciam o modo de produção capitalista de qualquer outro na história. Existem quatro tipos de racionalização no capitalismo: contábil, científica, jurídica e do homem.
O primeiro corresponde a separação da empresa da economia doméstica como pilar básico do capitalismo. O segundo está relacionado ao desenvolvimento científico, uma vez que este impulsiona o capitalismo. O terceiro trata das estruturas do direito e da administração como molas mestras da racionalidade capitalista, pois como Weber fala em seu livro ''o moderno capitalismo racional baseia-se, não só nos meios técnicos de produção, como num determinado sistema legal e numa administração orientada por regras formais ”. Finalmente o quarto tipo baseia-se na ideia de que é necessária uma disposição do homem para que ocorra o racionalismo econômico.
Com isso temos uma pequena introdução sobre o que é de fato o capitalismo, pois como é dito no livro “O impulso para o ganho, a persecução do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro, não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo.''.

Capitalismo, o sistema contraditório.

A lei da injustiça é original do regime capitalista. Essa situação paradoxal levou Marx a concluir que o modo de produção capitalista é o último sistema antagônico da história humana. Uma sociedade não pode existir enquanto está fundada em uma contradição, há por exemplo a contradição entre a objetividade do mercado e a subjetividade do trabalho, portanto tal sociedade irá se restaurar , a dissimulação nas relações monetárias e mercantis desaparece e surge a transparência nas relações sociais como nos regimes pré capitalistas, mas agora sobre uma base nova.
O proletariado é a classe dirigente na visão de Marx, a emancipação do proletariado acarretaria a emancipação de toda a sociedade, pois dada a sua situação, ele não possui nenhum interesse particular.
A burguesia é a classe que revoluciona a civilização com o novo modo de se viver. Dentro do sistema capitalista há a transformação em mercadoria de todas as coisas possíveis, o desenvolvimento visa a produtividade e não o bem estar humano e social; há a compressão do espaço e do tempo através dos meios de comunicação.
Esse sistema possui um caráter impetuoso, portanto necessita se intalar em todos as circunstâncias e lugares, isso resulta em seu poder globalizante que estabelece uma interdependência global, a partir do momento em que rompe fronteiras e fale indústrias somente nacionais. Em meio a isso, a luta de classes se aprofunda e não pretende suprimir a tese, mas incorporar-se a ela.
A saída desse sistema se daria através da revolução, pois o proletariado cresceria cada vez mais, enquanto o desenvolvimento também e a medida que seu salário diminuísse e as exigências aumentassem, sua força revolucionária também aumentaria.


Gabriela Bezerra Pucci, 1ºano DN

Magia fora de controle

Marx e Engels na obra ‘’Manifesto Comunista’’ fazem uma crítica ao modo de produção capitalista e discutem questões sobre a burguesia e o proletariado.

Para os autores, ‘’ “A história de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes” e com a sociedade burguesa moderna não foi diferente, pois quando se consolidou não aboliu o antagonismo das classes.

Embora a burguesia tenha, como é dito no Manifesto, ‘‘ Realizado maravilhas que superavam de longe as pirâmides egípcias, os aquedutos romanos e catedrais góticas” ela acentuou as diferenças entres as classes, pois quanto mais crescia e se enriquecia, deixava as outras para trás.

Todas essas alterações que a burguesia causou com o passar dos anos tornaram-se um feitiço fora de controle, principalmente em relação ao proletariado uma vez que ‘’ conforme a repulsa do trabalho aumenta, o salário diminui. E ainda, na proporção que o uso de maquinaria e a divisão de trabalho aumentam, o peso da labuta aumenta, seja pela prolongação das horas de trabalho, pelo aumento do trabalho exigido durante um lapso de tempo determinado ou pelo aumento da velocidade do maquinário. “Além disso ‘‘ com o desenvolvimento da indústria, o proletariado não só aumenta em número, como se torna concentrado em massas maiores; sua força cresce e ele sente mais essa força”.

Com essa força e união, os trabalhadores poderiam centralizar as numerosas lutas locais, todas do mesmo caráter, em uma luta nacional entre classes.

Um "ator " cultural

O homem é um ser eminentemente social , é um 'ator social ' e que deve interpretar diversos papéis de acordo com as circunstâncias. Esta era a principal concepção de Weber com alguns acréscimos à teoria marxista e também com algumas divergências.
Weber tenta explicar a sociologia como uma ciência compreensivista e não ao modo de Marx , segundo o qual a sociologia seria um modo , em geral , de chegar ao socialismo. Mas qual seria a principal diferença entre a ideologia deste último e a daquele?
Weber acredita que o homem é um ser social, mas inova por dizer que o indivíduo não é isto , apenas , mas também um ser eminentemente cultural acrescido de valores. Vejamos: a cultura é a modificação da natureza ( mineral, animal, vegetal ). O ser humano modifica a natureza desde a pré-história, então o homem é , necessariamente cultural. Além disso ele(Weber) procura fugir do dogmatismo de Marx , segundo o qual a economia era o vies de tudo e para ela tudo convergiria. O ser humano é um ser emocional e racional ; é um ser produtor e produto do meio ; é condicionante e condicionado ; é dominante e dominado. Assim não poderia ser só voltado para a economia, isto é , os valores determinam primeiro como o homem deve sentir, pensar e agir. Se o valor fosse ser um ser agrícola , durante a Revolução Industrial , esta não haveria , mas sim uma Revolução Agrícola. Ou seja , o materialismo histórico influenciava no meio , mas não só ele: a idéia que estava associada a este também era considerável. Segundo Hegel, " reconhecemos nas coisas o valor que projetamos nelas ". Desta forma primeiro o valor e depois a ação, seja de acordo um objetivo , seja de acordo com a tradição, seja de acordo com a emoção ou seja de acordo com outro valor.

Concretização e limitação do pensamento de Marx

Por meio da obra "Manifesto Comunista", Karl Marx retrata diversas modificações na sociedade ao longo da história. Na concepção do referido pensador alemão, várias dessas modificações foram ocasionadas pela atuação da burguesia, como é o caso da transição do mundo feudal para o mundo moderno e da passagem do Absolutismo para o Estado Liberal. Entretanto, de acordo com Marx, a passagem da sociedade burguesa para o socialismo se dará por meio de uma revolução protagonizada pelo proletáriado, em consequência das contradições inerentes ao modo capitalista de produção e -em especial- ao desenvolvimento deste.
Ao observarmos o desenvolvimento do modo capitalista de produção, percebemos que alguns pensamentos de Marx se concretizam, particularmente aqueles que se referem à produção voltada ao mercado, ao uso da tecnologia a favor da produção industrial e à desvinculação entre o capital e o trabalho.
Por outro lado, quando examinamos o modo pelo qual o socialismo foi implantado em alguns países, percebemos que tal implantação não seguiu os preceitos defendidos por Marx, que sustentava que o socialismo deveria ser implantado em países em que o modo capitalista de produção estivesse em alto nível de desenvolvimento. A exemplo dos países em que a implantação do socialismo não seguiu a concepção Marxista tem-se a Rússia e Cuba, em ambos o modo de produção capitalista estava em baixo nível de desenvolvimento.
No que concerne à superação das crises decorrentes do capitalismo, quando se observa situações concretas também é possível perceber que os ideais marxistas não foram colocados em prática, na medida em que tais soluções foram possíveis sem que se recorresse à revolução socialista. Tal situação é exemplificada pelo New Deal, e por outras políticas que previam a intervenção do Estado na Economia.
A concretização de algumas ideias de Marx, no período que sucedeu a morte deste, evidencia o amplo conhecimentos que o autor em questão possuia acerca do modo capitalista de produção. Já as outras ideias -sustentadas por esse mesmo pensador- que não se concretizaram, revelam que em parte a teoria de Marx pode apresentar uma certa limitação decorrente do periodo em que essas teorias foram elaboradas.

Um Outro Valor de Marx

O Manifesto do Partido Comunista foi escrito por Karl Marx e Friedrich Engels, nele os dois autores propunham uma revolução do proletariado visto a constante exploração que essa classe vinha sofrendo durante a revolução industrial.
Apesar de simples, o manifesto acabou surtindo um feito grande em termos de propagação de seu conteúdo, justamente por ser simples e ser facilmente compreendido pela classe operária (classe que seria o alvo dos dois autores).
O Manifesto mostra a grosso modo que no modo capitalista de produção sempre havera a desigualdade entre explorador e explorado, e com esse argumento tentam convocar o proletariado para participarem de uma revolução dentro desse sistema, alegando que o capitalismo chegaria a um ponto de auto-destruição, onde esse regime seria substituido pelo regime socialista.
Até o que hoje presenciamos, isso não ocorreu, e sim vimos o fracasso de alguns países que tentaram partir para a empreitada socialista. Marx é até hoje estudado não por suas teorias do fim do capitalismo, e sim por sua análises que usavam conceitos não tão simples de entendimento do capistalismo, como o valor e sua distinção de preço.
Vemos então que na verdade a teoria do socialismo seguido de um comunismo até hoje não se concretizou, então coloco em contra ponto se não deveriamos apreciar mais as análises de Marx sobre a sociedade do que propriamente sua previsão sobre o regime em que vivia, porque como tratamos um chamado de socialismo cíentifico e outro de socialismo utópico se ambos não conseguem obter êxito num mundo profundamente capitalista?

Lentes objetivas

Em uma nova defesa do racionalismo na ciência, Weber procura fazer uma "apresentação clara e transparente de suas ideias, para compreendê-las e para saber o porquê de se ter lutado por elas". Foi o que vimos os outros autores estudados fazerem: propuseram novos métodos e os explicaram.
Para a sua proposta ciência da realidade, deveríamos nos desfazer dos juízes de valores. Haveria assim objetividade, porém é preciso reconhecer a dificuldade de evitá-los, tão intrínsecos eles são.
Ainda nesses valores, devemos evitar os dogmas, relegando-os apenas à religião. A ciência não deve se prender a nada, nem a leis - estas são apenas parte do meio da análise sociológica, e não o fim; sem abstrações e sem generalizações já que não há um denominador comum.
Weber critica ainda o materialismo histórico por utilizar-se de critérios restritos, e reforça a economia não ser fator essencial como o modelo rejeitado pressupõe. Possui sua importância sim, contudo não é o fator central. O meio pode influenciar (determinismo), entretanto, há uma margem para o indivíduo: as conexões levam às escolhas, mas depende da pessoa a decisão final.
São propostos, pois, quatro tipos de ação:
  • racional com relação a um objetivo (podendo possuir um fator influenciador econômico);
  • racional com relação a um valor;
  • ação efetiva ou emocional;
  • ação baseada nas tradições ou nos costumes.
A maior liberdade dada por Weber auxilia melhor entendimento da realidade por completo, assim como apenas com as generalizações não é possível enxergar tudo. Desse modo, o método deve ser universal, passível de ser entendido em qualquer lugar graças à objetividade. Outro ponto importante, portanto, é o viés compreensivista - pode-se discordar de algo, só que isso não pode evitar a compreensão de fatos.

O manifesto permanente

No "Manifesto Comunista", Marx apresenta-nos a histórica luta de classes da qual resulta sempre ou uma revolução ou a destruição das duas classes antagônicas.No século XIX, a burguesia revoluciona e cria novas formas de dominação, inova com a descoberta de novos mercados, meios de comunicação... e é exatamente essa exploração de novos mercados que proporciona a burguesia a conquista do poder político ("O governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa").
A burguesia revoluciona ao universalizar a produção e o consumo, cria um mundo a sua imagem e semelhança, e só se mantém ao buscar incessantemente introduzir novos instrumentos de produção e consequêntemente transformar todas as relações sociais. O exemplo maior dessa "eterna novidade brguesa" está no fato de as crises do capitalismo moderno se confgurarem pela superprodução e não mais pela carência da produção como até então.
No entando, a mesma burguesia que submete todo o mundo a sua vontade cria as armas e os soldados que lutarão contra seu cruel domínio: os proletários. A classe trabalhadora passa a se unir em sindicatos reinvindicando melhorias que contrariam os burgueses (a lei da jornada de dez horas na Inglaterra). A luta do proletariado, pela primeira vez na história, é a luta da maioria e tem potencial para transformar radicalmente a realidade.
O capital é uma força social que deve beneficiar a toda sociedade, e para isso, a classe operária deve atrair para si os diretos políticos, subjagar o Estado a vontade da maioria ou por meio da democracia ou pela Revolução Socialista (esta última é a única opção para Marx); e quando assim o fizer, usará de sua supremacia política para concentrar o poder e os meios de produção, transporte e comunicação nas mãos do Estado.
O socialismo romperá com as ideias tradicionais, surgirá com um nova moral. religião, verdade... pois, não há nele, antagonismos de classes. Para Marx o país da Europa mais propenso a experiência socialista era a Alemanha. Atualmente, todo país no qual a Revolução seja uma proposta, a luta pela diminuição das desigualdades, pela isonomia jurídica, pela democracia e união dos partidos democráticos deve ser permanente.

"Os filosofos não fizeram senão interpretar o mundo de diversas maneiras, resta agora transformá-lo!" Karl Marx

O incontestável julgamento humano

A Sociologia é fundamentada a partir da compreensão da realidade de modo aprofundado, ou seja, indo além das aparências e do senso comum do homem. Esta é movida por valores e não por uma força que emana da sociedade. Ou seja, não se orienta por leis estabelecidas pela estrutura econômica, como Marx acredita. Critica assim, as receitas pré-estabelecidas do materialismo histórico, afirmando que o indivíduo através de suas ações, deve ser compreendido.
O ser humano deve ser analisado a partir das perspectivas que o orienta, o âmbito em que este vive, os valores dos quais é guiado e não a partir da visão do observador. Para Weber esse juízo de valores é o ponto de partida de suas ações. Ele ainda classifica essa ação social em quatro aspectos: o do indivíduo que se vale dos meios disponíveis para atingir um objetivo; o daquele que aceita riscos em nome de um ideal (ação esta pautada por um valor); do estimulado pelas emoções e o estimulado por costumes para promover suas ações.
Marx Weber afirma também que o que for dito como verdade científica deve ser aceito universalmente. Devemos como cientistas compreender as outras culturas, mesmo quando expressa visões divergentes das aceitas. Critica então a objetividade, pois os juízos de valores são intrínsecos ao ser humano, este não consegue abandonar suas emoções e por isso o indivíduo deve domar essa tendência ao julgar ao analisar outrem.

Compreendendo as ações humanas

Max Weber é considerado um dos fundadores da sociologia moderna e um de seus principais expoentes, tendo exercido grande influência no pensamento sociológico atual. No texto que escreveu para a revista "Arquivo para a Ciência Social e Política Social", discute a objetividade do conhecimento na ciência social e os métodos empregados na análise científica.

A sociologia de Weber é dita compreensivista, pois tem como função, antes de tudo, compreender o sentido da ação social do indivíduo, sendo este movido por valores. Esse é um dos pontos principais do pensamento weberiano: a defesa dos juízos de valor, pois, segundo Weber, eles não podem ser extraídos da investigação científica. Além disso, não podemos negar que só analisamos aqueles elementos da realidade que têm algum sentido para nós, que estão de acordo com os valores pelos quais nos orientamos. Poderíamos perguntar, entretanto, o seguinte: se os juízos de valor não são afastados e de certa maneira até determinam o rumo da análise científica, a objetividade característica desse processo não fica comprometida? Para Weber, toda pesquisa tem um ponto de partida subjetivo; existe uma matriz cultural e religiosa que origina a racionalidade do homem, mas essa semente irracional não chega a destruir a objetividade da ciência, pois seu ponto de chegada é sempre rigorosamente objetivo, alcançado através de determinados métodos de trabalho.

Weber critica de maneira clara o materialismo histórico defendido por Marx e Engels, segundo o qual eram atribuídos aos fenômenos históricos e sociais sempre uma causa econômica. Para ele, essa interpretação estava ultrapassada, pois nenhum fenômeno cultural pode ser reduzido a causas econômicas, visto que a cultura é, também, conceito de valor, sendo, portanto, produto do olhar de cada um sobre a realidade. Ele também critica o determinismo da ciência, pois os princípios universalmente válidos não podem ser tomados como cem por cento precisos. Para ele, então, o que ocorre é uma aplicação forçada do materialismo histórico e um rebaixamento das demais causas, que não a econômica.

Assim, conclui-se que a sociologia de Weber baseia-se num individualismo metodológico, pois defende que a decisão do indivíduo se dá pela escolha de seus próprios valores, ou seja, embora sofra influência do contexto social em que vive, não se pode compreender suas escolhas como sendo sempre produto desse meio, pois o ponto de partida é, essencialmente, o valor. Por exemplo, um jovem que, mesmo sendo incentivado pelo ambiente à sua volta a entrar para o crime, opta por buscar uma vida digna (estudando, trabalhando, etc), o faz seguindo seus valores pessoais, e é essa intenção da ação humana que Weber procura entender. Dizer o contrário seria o mesmo que afirmar, como infelizmente muitos acreditam ainda hoje, que "todo pobre é bandido". Portanto, Weber não acredita na superioridade do coletivo sobre o individual, da maneira como Durkheim orientava seu pensamento, pois o indivíduo é dotado dessa liberdade de fazer escolhas, sendo movido, acima de tudo, por suas paixões, sentimentos e valores em geral.

Com o objetivo de compreender a ação humana, Weber estabelece três tipos de ação social: visando fins (uma meta específica que a pessoa procura alcançar), com relação a um valor (pela defesa de uma ideologia, por exemplo), afetiva (estimulada pelas paixões) e tradicional (de acordo com costumes e hábitos). Também desenvolveu o tipo ideal weberiano, obtido pelo encadeamento de vários fenômenos isoladamente dados, para se formar um quadro de pensamento homogêneo. Entretanto, esse "tipo ideal" representa uma utopia, pois não pode ser encontrado na realidade. Trata-se, portanto, de um meio para a análise, uma forma de organizar o caos e transformá-lo em conceitos compreensíveis.

Por fim, fica evidente que o pensamento de Weber representou uma inovação na sociologia e influenciou também a concepção das ciências humanas, pois, para ele, estas seriam introspectivas, utilizando a intuição direta dos fatos e um aspecto subjetivo do indivíduo como ponto de partida.

O Antidogmatismo De Max Weber

''Nossa revista, como representante de uma disciplina empírica, deve - gostaríamos de insistir nisso de antemão - rejeitar em princípio este ponto de vista, pois é nossa opinião de que jamais pode ser tarefa de uma ciência empírica proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos quais se possa derivar ' receitas' para a prática''.

A obra ''A Metodologia Das Ciências Sociais'', de Max Weber, particularmente na parte intitulada ''Die 'Objektivität' Sozialwissenschaftlicher Und Sozialpolitischer Erkenntnis''(traduzida como '' A 'Objetividade' Do Conhecimento Na Ciência Social E Na Ciência Política'') e publicada no ''Archiv Für Sozialwissenschaft Und Sozialpolitik'', de 1904, critica enfaticamente a metodologia dogmática para a compreensão sociológica.Começa discorrendo acerca da relação entre valor e a decisão da ação humana : ''Ela [ decisão ] é própria do homem da ação : ele pondera e escolhe, entre os valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal''.Weber, assim, vincula a consciência e a cosmovisão de cada indivíduo com a atitude tomada por ele : ''Sem dúvida, a dignidade de uma 'personalidade' reside no fato de que, para ela, existem valores aos quais a sua própria vida diz respeito mesmo se estes - em casos bem particulares - residem exclusivamente dentro da esfera da própria individualidade, do 'viver plenamente' os interesses para os quais se exige a validade enquanto valores, constitui para ela, exatamente a idéia à qual ela se refere.Temos de admitir que 'cosmovisões' nunca podem ser o resultado de um avanço do conhecimento empírico, e que, portanto, os ideais supremos que nos movem com a máxima força possível, existem, em todas as épocas, na forma de uma luta com outros ideais que são, para outras pessoas, tão sagrados como o são para nós os nossos''.Para o autor, o cientista social, como ser humano que é, não está livre da influência de valores; além disso, o autor questiona a veracidade dos princípios universalmente aceitos : ''Por mais que, na ciência social, sejam necessárias explicações 'de princípios' sobre problemas práticos, isto é, a referência a juízos de valor que se introduzem de maneira não-refletida, com referência ao conteúdo das idéias, e por mais que a nossa revista se proponha dedicar-se de maneira particular a tais explicações, certamente não poderá ser sua tarefa - e, de maneira geral, de nenhuma ciência empírica - determinar um denominador comum prático para os nossos problemas na forma de idéias últimas e universalmente válidas; uma tal determinação não apenas seria praticamente impossível, como também não teria nenhum sentido''.Para Weber, o objeto sócio-econômico pode ser : especificamente econômico (''um fenômeno só conserva a sua qualidade de 'econômico' na estrita medida em que o nosso interesse está exclusivamente centrado no seu significado para a luta material pela existência''), economicamente condicionado (''Tanto os acontecimentos da vida cotidiana como os fenômenos 'históricos' da alta política, tanto os fenômenos coletivos ou de massa como as ações 'individuais' dos estadistas, ou as realizações literárias ou artísticas, sofrem a sua influência : são, portanto, economicamente 'condicionados' '') ou economicamente relevante (''Por outro lado, o conjunto de todos os fenômenos e condições de existência de uma cultura historicamente dada influi na configuração de existência de uma cultura historicamente dada, na configuração das necessidades materiais, no modo de satisfazê-las, na formação dos grupos de interesses materiais, na natureza dos seus meios de poder, e, por essa via, na natureza do curso do 'desenvolvimento econômico', tornando-se assim, 'economicamente relevantes' '').O autor defende ainda que a metodologia a ser empregada nas ciências sociais possua caráter universal : ''No que diz respeito ao nosso trabalho, queremos deixar bem claro o seguinte : uma revista de ciências sociais, no sentido em que nós a entendemos, deve, na medida em que pretende ser científica, ser um lugar onde se busca a verdade do modo que um chinês - para lançar mão do nosso exemplo novamente - deva reconhecer a validade de um certo ordenamento conceitual da realidade empírica''.Passado isso, Weber contesta fortemente o dogmatismo do materialismo histórico marxista na compreensão da realidade social, bem como sua aplicação exagerada e a ignorância de outros agentes e fatores sociais : ''Quanto à chamada 'concepção materialista da história', é preciso repelí-la com maior ênfase, enquanto 'concepção do mundo', ou quando encarada como denominador comum da explicação causal da realidade histórica - pois o cultivo de uma interpretação econômica da história é um dos fins essenciais da nossa revista.Isso exige uma explicação mais concreta.Hoje em dia, a chamada 'concepção materialista da história', segundo, por exemplo, o sentido genial e primitivo do Manifesto Comunista , talvez apenas subsista nas mentes de leigos ou diletantes.Entre esses, com efeito, encontra-se ainda muito difundido o sigular fenômeno de que a necessidade de explicação causal de um fenômeno histórico não fica satisfeita enquanto não se mostre (mesmo que só aparentemente) a intervenção de causas econômicas.Feito isto, eles passam a se contentar com as hipóteses mais frágeis e com as formulações mais genéricas, pois já foi satisfeita a sua necessidade dogmática, segundo a qual a 'forças' econômicas são as únicas causas 'autênticas', 'verdadeiras' e 'sempre determinantes em última instância' ''.Para Max Weber, a ação social pode ser classificada de quatro diferentes formas, a saber : ação racional com relação a um objeto (ocorre concepção do objeto e utilização dos meios para alcançá-lo), ação racional no que concerne a um valor (aceitação dos riscos inerentes à prática de uma ideologia), ação afetiva ou emocional (decorrente dos sentimentos do ator social) e ação tradicional (gerada pelas tradições, costumes e crenças do indivíduo).O autor passa a discutir acerca da incompatibilidade existente entre a verdade científica e os sistemas de de ''leis'' explicativas dos objetos : ''Tudo o que na realidade individual continue a resistir à seleção feita a partir desta regularidade, ou é considerado como um remanescente ainda não elaborado cientificamente (mas que, mediante aperfeiçoamentos contínuos, deverá ser integrado no sistema das 'leis'), ou é deixado de lado.Ou seja, é considerado 'casual' e cientificamente secundário precisamente porque se revela ininteligível em face das 'leis' e não se integra ao processo 'típico', de modo que se tornará objeto de uma 'curiosidade ociosa' ''.Weber, posteriormente, considera que ''O estabelacimento de tais 'leis' e 'fatores' (hipotéticos) apenas constituiria, para nós, a primeira das várias operações às quais o conhecimento a que aspiramos nos conduziria.A segunda operação, completamente nova e independente, apesar de se basear nessa tarefa preliminar, seria a análise e a exposição ordenada do agrupamento individual desses 'fatores' historicamente dados e da combinação concreta e significativa dele resultante.Mas acima de tudo consistiria em tornar inteligível a causa e a natureza deste significado.A terceira operação seria remontar o máximo possível ao passado e observar como se desenvolveram as diferentes características individuais dos agrupamentos de importância para o presente, e proporcionar uma explicação histórica a partir destas constelações anteriores, igualmente individuais.Por fim, uma quarta operação possível consistiria na avaliação das constelações possíveis no futuro.Onde quer que se trate de explicação causal de um fenômeno cultural - ou de uma 'individualidade histórica', expressão já utilizada relativamente à metodologia da nossa disciplina e agora habitual na lógica, como uma formulação mais precisa - , o conhecimento das leis da casualidade não poderá consistir o fim, mas apenas o meio da investigação.Ele apenas facilita a imputação causal que leva em consideração aqueles elementos nos acontecimentos que ficaram importantes causalmente para a singular evolução cultural.É apenas na medida em que presta este serviço que poderá ter valor para o conhecimento das conexões individuais.E, quanto mais 'gerais', isto é, abstratas são as leis, tanto menos contribuem para as necessidades da imputação causal dos fenômenos individuais e , indiretamente, para a compreesão da significação dos acontecimentos culturais.Para o conhecimento das condições concretas dos fenômenos históricos, as leis mais gerais são freqüentemente as menos valiosas, por serem as mais vazias de conteúdo.Isto porque, quanto mais vasto é o campo abrangido pela validade de um conceito genérico - isto é, quanto maior a sua extenção - tanto mais nos afasta da riqueza da realidade, posto que, para poder abranger o que existe de comum no maior número possível de fenômenos, forçosamente deve ser o mais abstrato e pobre de conteúdo.No campo das ciências da cultura, o conhecimento do geral nunca tem valor por si próprio.''

Transferência de valores

No livro “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico” de Friedrich Engels, o autor discorre sobre os socialismos de Saint-Simon, de Fourier e de Owen, os quais critica e chega à conclusão de que a descoberta do verdadeiro socialismo seria feita a partir da ciência. Para Engels, também, a visão fragmentada limita o homem e, portanto, a análise da sociedade deveria ser feita com a visão do todo.

Engels, para comprovar essa análise mais abrangente, usa do “materialismo histórico”, no qual todas as respostas se encontrariam na história da sociedade, e não apenas em suas ideias. Aparece, assim, a ideia da “dialética marxista”, em que se influencia pela dialética de Hegel ao desprender a concepção de história da metafísica mas com uma interpretação menos idealista.

A principal das “leis históricas”, segundo Engels, seria a luta de classes. Para ele, o confronto entre burguesia e proletariado resultaria em um inevitável percurso: o socialismo. Esse surgiria, portanto, ao passo que se decifrasse as leis históricas e o capitalismo não conseguisse superar suas contradições. O socialismo, então, seria a síntese dessa fórmula.

No entanto, nem Engels e nem seu amigo Marx, previram a capacidade que a burguesia teria de “suavizar a dialética”. Com a concessão de direitos ao proletariado, esse se tornou menos revolucionário e se adentrou no espírito de vida burguês. No fordismo, por exemplo, à medida que a produção crescia, mais trabalhadores eram contratados e mais consumidores eram gerados.

Os valores que outrora eram do proletariado passaram para a burguesia, como a luta pelos direitos homossexuais, por exemplo – estes, aliás, compõem em sua maioria a imagem do consumismo que tanto agrada aos burgueses. A luta pela igualdade social ficou em segundo plano e bem-estar individual se sobressaiu. Ser de esquerda passou a ser a favor da pobreza, e não a favor da distribuição da riqueza e do desenvolvimento atingindo a todos, como era no princípio.

Nome: Jackeline Ferreira da Costa – 1º ano Direito Matutino


Guias da ação social

Críticos e pensadores houveram, em número considerável, que em meio a análises do meio social, visando a explicação de ações humanas, coletivas ou individuais, valeram-se de conceitos generalizadores e proposições de causas determinadas por aspectos do ambiente em que se vive. Como expoentes de tal corrente criticados por Max Weber figuram Karl Marx e Friedrich Engels, na posição de propositores do que o intelectual define como dogmatismo do materialismo histórico. Na linha de pensamento weberiana, descarta-se qualquer determinismo científico, incluindo a concepção de mundo marxista, que atribui exclusivamente a fatores econômicos a causa de fenômenos históricos e sociais. Tal postura, na visão ponderada de Weber levaria a ciência social a, inadmissivelmente, satisfazer-se com hipóteses parciais e estéreis em sua pesquisa, tendendo a concepções dogmáticas.

Não apenas o materialismo histórico de Marx e Engels, no entanto, enquadra-se no âmbito de visões generalizadoras do fenômeno social, que propõem a ele causas únicas e determinadas. O positivismo, representado não somente por Auguste Comte e Émile Durkheim, mas também pelo historiador Hippolyte Taine, reduz o indivíduo e suas atitudes, em particular no parecer deste último, a meros produtos do meio onde vive. Na tese determinista de Taine, da qual se utiliza Aluísio Azevedo na composição de sua obra realista “O Cortiço”, a compreensão do ser humano embasa-se em três fatores: meio ambiente, raça e momento histórico. A depender destes, o indivíduo poderia demonstrar as mais diversas formações de caráter e os mais distintos comportamentos. Assim, como exemplo mais visível na referida obra brasileira, tem-se Jerônimo, português tradicional, disciplinado e fiel à esposa, que, ao instalar-se na precária habitação coletiva, transforma-se por completo, mudando comportamentos e hábitos alimentares e chegando a abandonar o casamento para unir-se à mulata Rita Baiana.

Tanto frente ao pensamento marxista quanto ao positivista, contudo, é necessário que, assim como Max Weber, ponderemos nossas análises de fenômenos históricos e sociais. Evidentemente, a conjuntura política, econômica, cultural, entre outras, exerce grande influência na estruturação da sociedade como um todo, mas não podemos deixar de considerar a questão das individualidades e o que disso decorre. Em um exemplo prático, o contexto no qual se encontram os mais desfavorecidos economicamente, de fato tem o poder de prejudicar fortemente suas formações educativas e diminuir suas oportunidades de sucesso profissional. Ainda assim, não deixam de existir casos, mesmo que raros, nos quais, por esforço próprio, alguns vencem as adversidades impostas pelo meio, podendo ultrapassar até os que constantemente encontraram-se em situação mais vantajosa. Na realidade do mundo atual, portanto, faz-se presente todo tipo de exceção. Não é aceitável que as desconsideremos em benefício de generalizações e estereótipos que tornariam mais compreensível, porém, ao mesmo tempo, mais simplista, a análise sociológica. Afinal, se o objetivo vislumbrado é o desenvolvimento e evolução da sociologia como ciência empírica, intolerável seria a utilização de explicações universais já previamente estabelecidas e concebidas como imutáveis.