domingo, 10 de abril de 2011

Problema na Visão Cartesiana

No filme “Ponto de Mutação”, os atores expõem uma visão crítica do pensamento mecanicista proposto por Descartes. Este enxerga o mundo, as pessoas, a natureza, entre outros; como uma máquina. Esta lógica foi muito útil à humanidade por alguns séculos seguidos a Descartes, sendo uma das responsáveis por grande parte da evolução científica. Entretanto, devido a suas limitações no contexto contemporâneo, ela acaba por levar a um modo mecanicista exagerado de conduzir as coisas; que por fim, causa inúmeros problemas a sociedade. Ver sempre isoladamente as coisas do mundo leva ao homem nunca conseguir enxergar onde realmente estão os problemas, por exemplo. Na opinião dos atores, acontece um erro de percepção; devido a tudo estar conectado, a melhor forma de resolver os problemas, seria analisá-los e resolvê-los, enxergando-os como parte de um sistema maior. Cabe também priorizar a forma prevencionista, e não a intervencionista, como ocorre atualmente. O modo cartesiano de conduzir a sociedade está ultrapassado, deveria ser substituído por um que entedesse que tudo no mundo está conectado.

Ponto de Encontro

Do improvável encontro entre pessoas tão diferentes como um poeta, uma cientista aposentada e um político nasce uma longa discussão entre assuntos também diferentes nos campos das ciências exatas, naturais e sociais. Tópicos aparentemente desconexos como as dimensões relativas de um átomo são relacionadas à música, entre outros assuntos, com o objetivo, pelo que pude perceber, de mostrar que as ciências, apesar das diferentes nomenclaturas que recebem e de seus estudos se darem separadamente, possuem infinitos pontos em comum até mesmo por ocuparem-se de estudar o mesmo objeto, o qual seria o mundo em que vivemos, apenas observado de diferentes ângulos.

Confronto das visões

No filme "Ponto de Mutação" se percebe o confronto de diferentes pontos de vista em relação ao rumo na qual a humanidade vem tomando, de um lado a "racionalização" do ser humano é vista de modo prejudicial, assim como dizia o filósofo inglês William Blake, tentando se mostrar que ela é na verdade a causa do sistema de governo adotado atualmente ter tantas falhas, já do outro lado observamos um personagem que defende o avanço tecnológico da medicina, física e do direito em si, como tentavam dizer Descartes e Francis Bacon.
Assim mostram-se os lados positivos e negativos de cada teoria, ficando a critério de quem asssiste o filme qual teoria tende mais a sua aceitação.
É importante também lembrar que o filme deixa bem claro que na verdade somos um conjunto de probabilidades, das quais todos fazemos parte, onde, assim como os elétrons temos uma tendência(ou maior probabilidade) de tais opiniões dependendo do grupo em que estamos, mas não obrigatoriamente seguimos essas porcentagens.
Assim se faz com que se reflita se realmente fazemos nossos caminhos por nós mesmo ou se apenas vamos com a corrente de pensamento já quase que pré-determinada por o sistema.
Em "Ponto de Mutação", uma cientista, um político e um artista debatem a ciência moderna e os impactos do progresso científico no planeta. A discussão fictícia entre os três é o veículo usado para transmitir as idéias de Fritjof Capra, autor de um livro de mesmo nome que deu origem ao filme. Capra critica o método científico, que ele julga interpretar a natureza de forma mecanicista, os efeitos do progresso humano no planeta e a relação entre cientistas e governos. Além disso, sugere que a física quântica aproxima a ciência positiva da teologia e da metafísica.

Como a intenção da obra é obviamente divulgacionista, o debate caminha sempre no sentido de valorizar os pontos centrais da filosofia proposta pelo autor. A cientista é a personagem mais nitidamente identificável com Capra, enquanto o político e o artista, dentro dos arquétipos que representam, fazem o papel do espectador, transportando para a tela algumas dúvidas e críticas que podem surgir em quem a assiste (e, assim, servindo de "escada" para que o filme as responda). Para conferir máxima sedução aos argumentos, contribuem ainda a ambientação e o ritmo, que dão uma feição elevada e reflexiva à conversa, e a credibilidade que recobre os personagens escolhidos para serem vetores da discussão: não é qualquer cientista, nem qualquer político, nem qualquer artista, mas uma física de destaque, um ex-candidato à presidência e um poeta profundo e subestimado.

Quanto aos argumentos apresentados no filme, a divisão que Capra critica parece nunca ter afetado de verdade a ciência, já que seus problemas, até onde é do meu entendimento, sempre que enfrentados por bons cientistas, não foram encarados desconsiderando a totalidade das relações naturais. A separação da ciência em ramos já era muito antes de Capra entendida como artificial e de natureza utilitária. O autor também critica os efeitos do progresso científico no meio ambiente. Nesse caso não se pode refutá-lo, a princípio, mas é preciso levar em consideração que tais efeitos tem mais a ver com a superexploração de recursos relacionada à explosão populacional, ao consumismo e ao desperdício do que com a necessidade de uma transformação do método científico no modelo de ciência "sistêmica" defendido por ele. Talvez Capra acerte quando insinua a necessidade de um novo paradigma na relação entre governo, cientistas e sociedade - mas deixa difícil de identificar, no seu discurso, como isso aconteceria na prática, e também exagera quando faz parecer que a ciência sempre é pervertida aos interesses do poder.

Devaneios

O título do filme “Ponto de Mutação”, drama dirigido por Berntfundou Capra (1992), sintetiza a reflexão a cerca da necessidade de uma mudança de paradigma no trato e conceituação da ciência contemporânea. Hoje se exige do cientista a compreensão dos fenômenos como sistêmicos e integrados. Torna-se necessário que a interpretação da vida seja encarada de uma forma nova. Explicar a vida não mais a partir de suas partes fragmentadas e isoladas, mas o grande desafio apontado na obra, reside em buscar uma percepção das conexões e associações sistêmicas do mundo com o ambiente ecológico.
O filme baseia-se no diálogo entre três personagens que discutem acerca de métodos científicos, problemas globais tal como o aquecimento global e a camada de ozônio. Faz uma dura crítica ao método, diga-se de passagem ultrapassado, cartesiano que desmembra o todo analisando cada parte separadamente para poder compreender o geral. Aponta-se que a solução esta nas ações que englobam o todo para corrigir o problema na raiz. No filme a cientista cita o exemplo de uma pessoa que adoece e que se provavelmente tivesse tido uma alimentação saudavel tal enfermidade seria evitada.

A busca da verdade e a superação humana

O título do livro Ponto de Mutação, da obra de Fritjof Capra, e transformado em filme por seu irmão, Bernt Capra, tem como inspiração o I Ching ou Livro das Mutações, texto clássico chinês - um dos antigos e poucos textos chineses que chegaram até nós.
Esse livro, bem representado pelo filme, nos traz um diálogo entre 3 personagens: um político, um poeta e uma cientista. E nesse diálogo, percebemos uma comparação de Capra entre as maneiras como a Ciência procura explicar os acontecimentos que nos rodeiam, diante do momento em que vivemos.
Para tanto, ele procura comparar o pensamento racional de Descartes, o modelo dedutivo, difundido no séc. XVI, com o modelo atual, sistêmico, numa tentativa de mostrar que o homem é um ser em constante mudança. O primeiro modelo, por exemplo, baseia-se no "dividir para conquistar" enquanto o segundo, analisa o todo como algo indivisível.
Assim, diante das dificuldades, o homem vai procurar meios de se superar para encontrar as respostas. Ele procura maneiras de mudar o modelo de estudo quando o atual método de análise utilizado não é mais suficiente.
É a busca da verdade através da superação humana. E isso ocorre, geralmente, num momento em que as adversidades tendem a impedir o homem de atingir seus objetivos. É aí que surge o ponto de mutação, de mudança, em que o homem cria novas maneiras de analisar a Ciência diante das dificuldades que o afetam.
Portanto, nesse filme, percebemos a temática do ponto de mutação diante dos problemas atuais que nos cercam como a questão do meio ambiente atrelada ao desenvolvimento econômico. E é diante dessa questão, por exemplo, que Capra propõe a sua análise sobre os caminhos a seguir pela Ciência.

O homem e o pó da terra.


Em “Ponto de mutação” é posto em pauta o pensamento cartesiano e o novo modelos de pensamento do século XX. Descartes desenvolve seu método na partição, estudando cada etapa para enfim conhecer o todo. Já o método ulterior, vê o todo como indivisível, ou seja, estudar cada parte separadamente não leva a uma compreensão real do organismo.

Tomando por base essa nova maneira de buscar as verdades, concluímos ser impossível dissociar os sistemas sociais, econômicos, políticos etc. O homem é gerado em meio à interconexões, e por isso não é plausível cultivar a individualidade e manter-se fechado à natureza.

Dessa maneira, apreendemos que o processo de desenvolvimento da sustentabilidade parte da analise dos meios, os processos que levaram os sistemas a serem o que são e a natureza a chegar onde está. O estudo do homem unido ao conhecimento da matéria gera o equilíbrio das ciências e forças.

Conflito entre ideias

O Filme expõe a importância da discussão na produção filosófica , uma vez que do conflito entre ideias nasce a possibilidade da gênese de novas ideias. A discussão entre um político, inserido na dinâmica social, com um pensamento otimista, e entre uma ciêntista, isolada de tudo e de todos, desiludida da política e de seus métodos, torna-se um campo rico em ideias e explanações para a produção filosófica, ou apenas para o estudo da filosofia.
O filme traz a seguinte indagação: a estrutura adotada em nossa política e em nossa sociedade para a análise de fatos, de problemas e de suas soluções esta correta ou deve sofrer mudanças? Segundo a ciêntista do filme, essa visão apresenta-se equivocada por não ser um método abrangente, que não analisa a interação entre as diversas ações e consequencias presentes no mundo moderno. Ela diz que esse seria o problema da política: consertar uma peça de um enorme quebra-cabeça enquanto as outras peças defeituosas são ignoradas.

O Filme também mostra como nossa sociedade, mesmo apresentando-se tão tecnologicamente desenvolvida, ainda apresenta raízes folosóficas clássicas. A cientista explana sobre as influências que o pensamento moderno sofre por Descartes e seu método cartesiano. Ela fala sobre a necessidade de aposentar tal método uma vez que ele não se apresenta coerente com nossa sociedade: a comparação utilizada é o funcinamento de uma sociedade tão moderna e dependente de um ideário tão antiquado, como o relógio mostrado no filme.

Surge a seguinte pergunta: as ideias clássicas são tão coerentes e essenciais que permanecem presentes em nossos pensamentos contemporâneos, ou nos tornamos dependentes delas e acomodados a elas a ponto de nos segurarmos a esses pensamentos antigos para não criarmos um ideário novo e inerente à nossa época e desenvolvimento tecnológico?

Visão sistêmica X Visão cartesiana.

Por trás do filme "Ponto de mutação" existe uma proposta de reflexão que se baseia na percepção do todo, em detrimento da individual.Há três personagens marcantes no filme:
O político, o qual logo de inicio percebemos seu posicionamento ao relatar que ' não e difícil governar e sim inútil'.
O poeta, profissionalmente alguém esquecido ou não midiático, conselheiro e amigo do primeiro.
A cientista, com problemas de relacionamento com a filha, e que abandonou sua profissão e vive frustrada em função do rumo a que tomou suas descobertas.Esta ultima se mostra muito sábia e convicta de seus conhecimentos sendo ela, por todo o filme, a condutora ou a inquisitora nas discussões.
Estas por sua vez ganham forma através de diversas metáforas colocadas ao longo do filme, para ilustrar o tema recorrente que é a dicotomia entre a visão cartesiana e a visão sistêmica.
Ao falarem de um átomo, questionaram-se sobre a pequenez do ser e ao mesmo tempo a complexidade das relações que se estabelecem entre as pessoas.Concluem que só a essência é capaz de determinar a real forma do Homem. Trataram também da música ( nota-acorde-melodia) e de um relógio (grandes e pequenas engrenagens) como parte e como o todo. Mas, a observação da árvore foi a conclusiva. Diante da qual os cartesianos somente a dissecariam, ao passo que os sistêmicos avaliariam a sazonalidade, seus ciclos pertencentes e portanto a teia de relações.
Os estereótipos das personagens ao longo do filme são desmistificados e há um amadurecimento e mudança de visão das mesmas.

Visões e Necessidades

Em 1862, Pasteur exibia ao mundo seu experimento (mais tarde chamado de Pasteurização) que veio a derrubar a teoria da abiogênese e levou a ciência a uma maior compreensão da microbiologia, houve ali uma mudança de perspectiva, um ponto de mutação.
O filme Ponto de Mutação trata exatamente disso: O diálogo entre uma cientista, um político e um poeta sobre os rumos da política e da ciência no mundo, como eles ainda seguem uma linha de pensamento antiga, mecanicista, e sobre a necessidade de uma mudança na atual perspectiva.
Assim como nos mostra o caso de Pasteur, essas mudanças de perspectiva não surgem espontaneamente, são fruto de uma necessidade humana que não pode ser suprida pelo paradigma anterior. Em 1862, a demanda de se conservar alimentos mais eficientemente e de se esterilizar equipamento médico foram a necessidade propulsora. No filme, a incapacidade dos seres humanos de resolver problemas como a fome, o aquecimento global, a divida dos países de terceiro mundo e a crise de super-população com o atual paradigma, seria o que impulsionaria uma nova perspectiva a se tornar consenso, uma perspectiva que não analisaria os problemas desconstruindo-os pedaço por pedaço, mas sim, analisando as relações estabelecidas em torno desse problema e mesmo dentro dele, a teoria holística.
O filme prossegue discorrendo sobre como essa mudança de visão poderia afetar nosso mundo, e como a antiga visão já não é adequada em muitos casos, por exemplo: A postura intervencionista do governo em detrimento da prevenção (distribui contraceptivos e não considera que o fator que mais diminui os níveis de natalidade é o desenvolvimento social), a postura atual da medicina, que hoje tem tratamentos eficientes, complexos e caros, mas ainda não dá uma atenção suficiente à boa alimentação da população, etc. O argumento é convincente, coerente e inspirador, porém, vale lembrar também que mesmo paradigmas coerentes e consistentes como a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, deram vida à aberrações interpretativas como o Darwinismo Social, mas que, com a devida cautela, essa nova perspectiva pode vir a ajudar e muito nossa sociedade.

O Mundo Interligado

O filme "O Ponto de Mutação", baseado no livro de mesmo nome de Fritjof Capra publicado em 1983, critíca a análise cartesiana, que faz uma observação dos mais diversos fatores que envolvem um fenômeno de forma isolada, como se os mesmos agissem de forma indepedente sem que pudessem exercer influência uns sobre os outros.
Essa teoria mostra que existe uma conexão, ou melhor, uma interrelação entre todas as partes, tornando essa, necessariamente, uma visão muito mais idealizada em relação a cartesiana mostrando que a idealização é um mecanismo necessário para a compreensão do mundo que foge muitas vezes do raciocínio lógico, tanto pela abstração quanto pela prévia interpretação de falta conexão entre os fatores.
No início do filme há uma comparação entre a natureza e um relógio, que na visão mecanicista deve ser estudado peça-à-peça a fim de entender o funcionamente deste por completo.
A obra propõe a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que os problemas mundias sejam revertidos Dentre as análises dos personagens (um político, uma cientista e um poeta) estão questões que envolvem a física, psicologia, economia, medicina, entre outras matérias do saber.


Guilherme Campos de Moraes

o ponto do despertar

Assistir ao filme "ponto de mutação" foi uma experiência ótima. O filme possui um caráter de prender o espectador, na medida que as discussões filosóficas entre os personagens vão se desenrolando. Além de prender esse espectador, porém, o filme nos convida a fazer uma reflexão profunda acerca do paradigma vivido pela sociedade contemporânea, uma sociedade que se apegou profundamente à ideologia mecanicista, mas ao mesmo tempo evidencia a necessidade de uma nova visão, uma visão mais sistêmica, integrada.

Os filósofos do século XVIII foram citados, a exemplo de Descartes e Newton, por serem representantes de uma forma de conceber a ciência dentro dos princípios e valores mecanicistas. Certamente essa contribuição que na época foi um grande salto para interpretar o mundo para além do misticismo e dogmas do passado medieval, hoje já está superada. Como forma de explicar o mundo naquela época, foi utilizada a metáfora da visão do mundo como um grande relógio perfeito como exemplo. Para entender esse mundo bastaria decompor as suas partes para que fosse percebido o todo.

O filme esboça a idéia de uma nova percepção científica denominada de Teoria dos Sistemas, segundo a qual todos os seres vivos, estão integrados através de sistemas sociais e por ecossistemas. Essa visão holística integra as partes com o todo e permite que sejam feitas as interconexões existentes entre a VIDA e as MATÉRIAS.

É preciso que o mundo seja pensado como processos integrados e não como estruturas. O pensamento cartesiano elabora a sua percepção mecanicamente. A metáfora do relógio perfeito já não serve mais para analisar os padrões globais complexos do mundo contemporâneo.

Com a mudança radical dos ideais e valores da humanidade, poderemos promover o avanço de um novo padrão de ciência que proponha a efetiva resolução de parte dos problemas da humanidade sem criar outros muito mais nocivos. Somente assim, a ciência alcançará um patamar ético aceitável para a convivência entre homem e natureza, entre a vida e a sua reprodução saudável. Um salto de qualidade, um “Ponto de Mutação”.

Conexão

Assistir ao filme "Ponto de mutação" foi particpar de uma roda de conversa em um belo lugar, no Monte Saint Michael, na França.O diálogo é entre uma cientista, um político e um poeta, todos cidadãos norte-americanos, mas que foram para a França pois sentiram a necessidade de reverem suas vidas. Cada um possuia opniões e formar de pensamentos divergente, o que torna a discussão deles muito interessante, já que eles analisam todos os lados de uma mesma situação.



Um dos pontos analisados que mais me chamou a atenção foi a análise de um grande relógio que foi o ponto de largada para uma discussão sobre o método cartesiano de René Descartes. A cientista criticando esse método, tenta mostrar ao político como analisar os problemas do mundo como a fome, pobreza e a poluição ambiental são coisas interligadas que não podem ser vistas e resolvidas separadamente. Segundo ela resolver só uma parte, além de não solucionar o todo, após um tempo esta mesma parte fraqueja novamente pois não tem forças contra o problema inteiro.



Toda a discussão é muito válida no sentido em que tudo no mundo, na vida e até as ideias são conectadas. Nada é uma ilha, muito menos o homem. O mundo é globalizado, e apesar deste conceito ser recente, a verdade é que o mundo sempre possuiu uma ligação inseparável. A proposta de Descartes, penso eu, é muito coerente quando tentamos entender uma realidade. Porém quando aplicamos a prática, ou seja, quando tentamos agir e modificar somente uma parte do todo, esse método pode fracassar. Toda ação possui uma reação, já dizia a terceira lei de Newton. E nem sempre a reação ocorre onde aconteceu a ação. Aí é o ponto que o método de Descartes falha, e é imprescindível que se tenha uma visão geral do todo. O efeito gerado será absorvido por outra parte, que provocará uma nova ação que será refletida em outro lugar... gerando uma cadeia continua de transformações.



Para ilustrar essa teia de ações e consequências, posto um video que de forma divertida nos mostra como tudo está conectado até mesmo na "desorganização" e na irregularidade que as coisas acontecem e como seria difícil tentar mudar uma parte apenas desta sequência sem mudar todo o restante... obs: não consegui colocar o vídeo aqui no blog, o video não carregou, por isso deixo o link http://www.youtube.com/watch_popup?v=qybUFnY7Y8w ... desculpe-me!


Ciência específica com visão geral

O filme "ponto de mutação" baseado na obra de Fritjof Capra aborda uma nova visão sobre a análise das questões que envolvem os fenômenos do mundo. Essa obra põe em cheque a visão cartesiana, pois critica a análise dos fatores que envolvem um fenômeno de forma isolada, como se tais fatores pudessem agir independentemente sem que pudessem exercer influencia uns sobre os outros. A nova teoria observa uma interrelação entre todas as partes analisadas, sendo necessária uma visão muito mais idealizada e em certas situações utilizar-se da imaginação para tentar entender mecanismos que muitas vezes fogem ao nosso raciocinio, tanto por serem extremamente abstratos ao nosso entendimento quanto por ainda não existir nenhuma explicação conhecida. Esse método vai de encontro à visão mecanicista de Descartes, em que se compara a natureza a um relógio que deve ser estudado desmontando-se cada engrenagem a fim de entender-se o funcionamento do todo. A análise científica utiliza-se de muitas visões um tanto quanto dificeis de compreender, ou seja, abstratas, tal como se dá no exemplo tomado do filme onde a cientísta tenta explicar como se dá a disposição de um elétron dentro de um átomo. As funções naturais das partes integrantes da natureza vão muito além do que podemos supor. Para cada função que podemos analisar, existem inumeras outras que nem ao menos nos damos conta. Na análise, por mais dificil que possa ser, é preciso levar em conta todas a situações e outros fatores atenuantes que possam modificar os resultados obtidos.

Visão ecossistêmica

Nada é independente ... parece uma assertiva vazia e clichê, no entanto "Ponto de Mutação" nos apresenta uma nova face dessa frase ao deixar de lado a concepção cartesiana de que o mundo é uma maquina e para ser compreendido deve ser desmontado em pequenas peças a serem estudadas pelos cientistas e elucidar o valor dos fatos e fenômenos como sendo interdependentes e inseparáveis.
Uma vez que algo é analisado apenas por um prisma e em apenas um aspecto, sem levar em conta suas características como um todo e as consequências e premissas de sua existência, não se pode obter o verdadeiro conhecimento sobre este, pois em realidade o que realmente importa à sociedade não é o conhecimento científico puro mas sim os reflexos do mesmo, já que este é o que altera para melhor ou pior a realidade.
Por exemplo, se analisarmos as subpartículas que compõem um átomo sem dar valor ao que elas representam no todo do átomo e da matéria composta pelo átomo, qual seria a importância deste conhecimento? De que seria útil para a resolução de problemas que assolem a sociedade?
Assim sendo, um conhecimento legítimo e digno nasce de uma visão ampla do objeto estudado e todo o meio ambiente que o envolve, e tal visão pode ser tratada por visão ecossistêmica.

Crise de percepção

Um político, um poeta e uma cientista. Desnecessitado de ações, romance ou suspense, o filme Ponto de Mutação apresenta um longo diálogo recheado de conhecimento, em um local propício a descobertas de novas teorias e visão de mundo. Basicamente, a personagem cientista se apresenta como professora para ensinar aos outros dois companheiros que acabava de conhecer, carregada de argumentos baseados em teorias e autores clássicos, sua visão inovadora do mundo e das relações sociais. Segundo a fisicista, o modelo e visão mecanicista de Decartes e Newton foram imprescindíveis para sua época e deram um salto gigantesco para a ciência, no entanto, atualmente encontram-se ultrapassados e necessitando de uma nova reformulação, tal qual feita pelos mesmos, em suas respectivas épocas. Desse modo, é apresentado ao político e ao poeta, asssim co ao espectador, uma nova visão referente à Teoria dos Sistemas que é "pura ciência que pensa nos princípios da organização, visando o bem estar do todo." Uma frase citada no próprio filme e que melhor resume o conteúdo desta teoria e do filme no geral seria "Nenhum homem é uma ilha isolada".

Mudança de paradigma

O filme ponto de mutação trata de uma análise sobre a história humana e uma síntese que essa analise causa no mundo atual. Há, no filme, um dialogo entre uma Cientista formada em Física moderna, um poeta e um político.

Apresenta-se, no decorrer do filme, o ponto de vista de cada um das personagens. Inicia-se a discussão com a visão do homem acerca da natureza, a partir da teoria mecanicista de Descartes. Posteriormente, contrapõe-se a essa teoria argumentos que demonstram que a natureza não pode ser desmontada, estudada e totalmente dominada, como afirmava a teoria mecanicista. Corrobora-se o argumento da invalidade desta com a imprevisibilidade da natureza e, por conseqüência, dos seus fenômenos.

Além disso, discorre, ainda, sobre física quântica mo que concerne ao conceito de matéria, da dualidade partícula-onda, isto é, do caráter ondulatório ou corpuscular da radiação e do Princípio da Incerteza de Heisenberg.

Já no que tange ao plano político, discorre sobre a degradação do meio ambiente, da fome e do sistema capitalista, partindo-se de uma análise histórica da política e de outras ciências sociais.

Por fim, obra trata de uma grande síntese atual do conhecimento humano em diversos ramos do conhecimento. Verifica-se, pois, a conseqüência da evolução humana e cientifica, resultando na destruição do meio ambiente.

E, por fim, conclui-se que nenhum homem é um ponto isolado. É imprescindível a existência de uma sinergia entre os homens e entre o homem e a natureza.

O filme Ponto de Mutação expressa uma discussão entre três personagens- uma cientista, um político e um poeta- o que nos permitiu ver três perspectivas diferentes das questões do mundo discutidas por eles. No decorrer do longa, a cientista levanta questões filosóficas, como o método de Descartes. Ela o crítica, argumentando que o homem deveria ver a natureza de maneira menos mecânica, menos obejtivada, já que os seres que vivem nela não são simples máquinas.
A cientista, indagada sobre a bomba atômica, se mostra ressentida, já que nesse caso a ciência fora usada para destruir várias vidas, o que comprovou sua crítica ao mecanicismo dos estudos do homem e da natureza.
É discutido, no filme, as dimensões que a ciência pode tomar no dia-a-dia do homem, a nossa relação com o universo e as noções de dimensão, por exemplo, do átomo.
Por fim,vimos que um único objeto pode ter vários pontos de vista. Uma árvore é muito mais que que seu aparente tronco, folhas e galhos, visto sob uma perspectiva mais subjetiva e filosófica.
Ponto de Mutação é um filme que nos leva a pensar sobre as discussões do mundo a nossa volta, da divergência cultural em que vivemos e como é possível, perante uma discussão saudável, correlacionar e abrajer conhecimentos a todo momento.

Interligar é preciso

O filme ''Ponto de Mutação'' retomou aulas passadas de sociologia, porém com uma visão diferente da já vista por nós.A teoria de Descartes é citada como algo sistemático e mecânico, como um grande relógio, e fora de cogitação para ser aplicada no mundo de hoje,o que penso estar de acordo,uma vez que atualmente tudo parece estar interligado;um efeito sempre terá uma causa,contudo não necessariamente relacionados.É interessante notar como o filme trata de questões atuais-como política e falsidade; problemas ambientais- utilizando pensamentos fundados há séculos e relacionando áreas da ciência completamente dispares.


Nesse contexto, é importante remeter os dizeres e conexões científicas argumentadas no filme ao campo da humanidade.Ao fazer isso,perceberemos que muitos problemas do homem tem origem no próprio sistema montado por ele.O filme cita várias vezes o Brasil como exemplo e a fome, a qual muitos afirmam ter origem na falta de alimentos, quando na verdade o que acontece é uma má distribuição dos mesmos.


Enfim,''Ponto de Mutação'' nos convida a enxergar as relações e conexões que existem no mundo, mesmo quando não as notamos e mesmo que venham de naturezas diferentes-como na obra,em que há o choque cultural entre um político, um poeta e uma cientista.Dessa forma chega-se à conclusão que não é benéfico ao homem cultivar a individualidade e uma visão fechada em um mundo cheio de correlações, mas é imperioso interligar e agir para enxergar o que está claro e evidente: as associações entre homem e natureza.

Pluralidade de ideias

  O filme "Ponto de mutação" conta com três personagens principais, que descorrem sobre vários assuntos durante a obra. Esses personagens são: um poeta, uma cientista e um político, mostrando assim opniões diversificadas sobre um mesmo assunto.
  É tratado no filme assuntos atuais como a visão do homem acerca da natureza, a cientista cita a visão mecanicista da natureza difundida por Descartes e defende que o mundo mudou e essa teoria não seria mais válida. Ela afirma que a natureza é uma máquina viva e não mecânica como um relógio, diferente deste ela não pode ser desmontada, estudada e totalmente dominada como dizia Descartes.
  É necessário ao homem entender que a natureza não é totalmente previsível e que seus fenômenos não podem ser totalmente desvendados. O homem é submisso às suas leis e não o contrário. Atualmente vê-se uma grande quantidade de sismógrafos e outras tecnologias tentando prever acontecimentos catastróficos, mesmo assim vê-se muitas vezes o homem pego de surpresa ou suspendendo alertas antes dados.
A cientista defende que ver o mundo como máquina é nocivo pois ele não pode ser sempre concertado e previsto, há particularidades nele que não podem ser conhecidas e nossas atitudes possuem uma consequência direta sobre as mesmas. Sendo assim, nossas ações contra a natureza repercurtirão sempre em nós próprios, os principais beneficiados ou prejudicados.
  Em um momento do filme há a indagação: "Crianças devem passar fome para que possamos pagar a dívida externa?" . Os personagens chegam à conclusão que na prática é isso que acontece, o Brasil é citado para demonstrar como muitaz vezes explora-se erroneamente as riquezas e população do país para arcar com prejuízos anteriores causados pela mesma concepção errônea, defendida por Bacon, de que a natureza deveria ser caçada e posta para trabalhar a favor do homem. O orgão Sindipetro-RJ publicou o seguinte:
"Acreditava-se que a natureza tinha poder ilimitado de depuração e regeneração. Que podia digerir todas as agressões humanas. E que as descobertas da ciência corrigiriam possíveis danos.
Mas o que observamos? Incêndios, florestas devastadas, rios assoreados e poluídos e espécies em extinção. Sobreviverá o homem? Ou desaparecerá, também, vítima de sua própria depredação?
Segundo a União Internacional pela Conservação da Natureza, existem cerca de 5 mil espécies em extinção, muitas das quais com habitat em nosso país. O direito à vida humana é, por extensão, o direito à vida de todas as espécies no planeta. O respeito à biodiversidade (variedade de espécies vivas existentes no planeta) é uma questão de sobrevivência. ".
  O filme mostra que é preciso mudar tudo de uma vez só. O personagem do político em determinado momento dúvida das reais dimensões dos problemas da natureza, ele defende a teoria de que a natureza possui um processo de auto-cura. Algumas dessas teorias, ainda hoje, afirmam que todos esses desastres naturais já aconteciam porém hoje têm-se acesso devido à globalização mundial.Mas pode-se perceber que quanto mais o homem toma atitudes contra a natureza mais a sua fúria aparece, e creio que a globalização não explica tal processo.
  Durante a obra percebe-se que muitas vezes física e poesia se confundem, mostrando a impossibilidade de apenas uma visão de mundo.Sendo assim, pode-se abstrair do filme que o mundo está em constante mudança e deve-se ter a mente aberta para novas teorias e ideias acerca do mesmo. Afinal, são necessárias mudanças rápidas nas atitudes para que possa se contornar os grandes problemas mundiais.

Danielle Tavares- 1 º noturno
O filme “Ponto de Mutação”, baseado na obra de Fritjof Capra, se passa em um castelo medieval em uma ilha isolada. Nessa ilha encontram-se três personagens: um poeta, um político e uma cientista. Uma característica em comum entre as personagens é que todas se encontram, assim como a ilha, isolados em seus dilemas e seus psicológicos.

A cientista, ex-cidadã americana, estava descontente com os rumos da ciência. Ela dedicou anos de pesquisa em micro-lasers, que poderiam sintetizar as células e representar a cura de muitas doenças, como o câncer. Não obstante, sua pesquisa foi utilizada no projeto americano Guerra nas Estrelas. Por esse motivo, ela se isolou em busca de fuga para sua alma.

Junto dela, o ex-candidato a presidente, frustrado com o fracasso de sua campanha, e o poeta, desiludido com o fim de seu casamento, procuram encontrar uma nova visão de mundo.

A conclusão que os três alcançam é que, em contrapartida aos seus estados psicológicos atuais, nenhum homem é um ponto isolado; ninguém sustenta-se sozinho. O âmago da natureza humana é a integração, a vida em conjunto. O homem isolado é escravo de si mesmo.

A Compreensão do Todo

O filme "Ponto de Mutação" retrata uma uma discussão entre um político, um artista e uma cientista e seus diferentes pontos de vista acerca dos problemas do mundo.Problemas como a fome, a pobreza de países subdesenvolvidos e a destruição do meio ambiente causada pelo homem, e nos mostra suas diferentes opiniões sobre o modo como esses problemas podem ser solucionados.
A cientista fala que antes de tudo o homem precisa mudar a sua percepção, ou seja, seu modo interior de perceber o mundo.Isso nos remete a Bacon e a sua visão de que a natureza é escravizada pelo homem e que por essa razão é que o planeta sofre com graves crises ambientais.Para ela somente quando mudarmos essa percepção e que poderemos da início a uma mudança num sentido mais amplo.
A cientista ainda tem uma ideia interessante de que tudo está interligado tanto os problemas e suas soluções como se numa grande rede e que para que possamos resolver os problemas necessitamos compreender o todo. E cita exemplos de que somente uma mudança de atitude como levar uma vida mais saudável pode diminuir drasticamente o risco de doenças e solucionar grandes problemas de saúde pública.Essa ideia da cientista entra em desacordo com Descartes que prega pela análise das coisas como partes diferentes e independentes. Sou adepto das ideias da cientista nesse aspecto porque quando consertamos algo separadamente analisando somente sua especificidade parece-me que solucionamos esse problema temporariamente e que depois outros problemas surgirão.
Ela ainda nos dá uma pequena lição de física da qual um tópico me chamou a atenção quando ela fala da interrelações entre a matéria dizendo que a madeira se relaciona ao ar, que se relaciona a ela, que por sua vez se relaciona ao político, o que para mim pode ser aplicado à sociedade onde vemos claramente que há interrelações entre todos os seus componentes.Reforçando a ideia da compreensão do todo e das redes que interligam esse todo.

Das teorias sobre a vida

Ponto de Mutação é um filme que explora o pensamento filosófico, e como ele se conecta com as relações humanas. A discussão se inicia efetivamente quando os personagens Jack, Thomas e Sonia se encontram.
Sonia, ex-cientista, condena a visao mecanicista dos homens, que encaram a natureza como uma máquina, que pode ser desmontada em partes menores, fáceis de serem analisadas, para ser então compreendida mais facilmente quando for analisada como um todo.
Essa é a visao cartesiana, adotada, segundo ela, pela maioria dos politicos, como Jack, uma visao fragmentária, ineficaz para se resolver os problemas atuais, já que a sociedade há muito vem se transformando, e os problemas estão cada vez mais interligados.
Jack, Thomas e Sonia debatem, ao decorrer do filme sobre como uma mudança de percepção seria útil para se melhorar o planeta. Ao longo do processo, discute-se sobre as aplicações possíveis dessas novas visões na medicina, na política, na economia, e até mesmo no uso mais sustentável do meio ambiente (que, como nos diz Sonia, estaria hoje sendo escravizado, como havia proposto Bacon no século XVII)
Quando a conversa desvia para o porquê Sonia havia largado seu emprego como cientista, inicia-se uma discussão sobre Newton, a física, a composição dos corpos, e a bomba atômica. Newton é criticado por comprovar através de suas equações a visao mecanicista de Descartes, do mundo como uma máquina perfeita.
A esse ponto do filme, Sonia apresenta a Jack e Thomas a “teoria dos sistemas vivos”, que condensaria e poria em prática as ideias ecológicas que melhorariam o mundo. É a teoria holística, contrapondo-se à visão cartesiana. Essa teoria aos invés de fragmentar, olha para os sistemas vivos como um todo, enxerga a dependência comum como um fato científico. Estuda as teias de relações.
No final, no entanto, uma espécie de terceira teoria nos é apresentada por Thomas, a da individualidade dor ser humano, da impossibilidade de se condensar a vida, que ele exalta ao dizer que se sente “tão reduzido sendo chamado de sistema, quanto sendo chamado de relógio” É a teoria de que a vida estaria além de teorias.

Análise das partes em um todo

O filme Ponto de mutação, baseado no livro de Fritjof Capra, retrata uma conversa entre três americanos de diferentes profissões e classes sociais, sendo um político, um poeta e uma cientista. Em um castelo medieval da França, eles fazem uma reflexão acerca de grandes filósofos, relacionando-os com assuntos atuais.

Primeiramente, há uma crítica a Descartes, que, assim como os políticos, reduz o mundo a peças que podem ser analisadas separadamente, sendo que na realidade, deveria se considerar também as relações existentes entre todas essas “peças” e a natureza. Discordando da visão cartesiana, a física defende a idéia de que não devemos olhar os problemas globais separadamente e tentar resolvê-los dessa maneira, mas sim mudar nossa visão do mundo e procurar sempre a prevenção.

Fica clara nessa parte do filme uma crítica à individualidade, a qual é pertinente atualmente. A personagem da cientista mostra que se deve pensar nas gerações futuras, analisando cada fato ocorrido coletivamente, a fim de alcançarmos uma vivência em sociedade mais responsável.

O filme também mostra a dificuldade que todos nós, seres humanos, temos em colocar essas ideias em prática, ao mostrar que mesmo a cientista não conseguiu aplicar essa teoria em sua vida, já que não possui sequer uma relação saudável com sua filha.

Reflexões passadas mais atuais que nunca

"Ponto de Mutação" é um filme baseado na obra de Fritjof Capra durante o qual se desenvolvem, entre três pessoas, questionamentos a respeito da vida, de importantes filósofos e da ciência. Neste filme são contestados os pensamentos de Descartes e Bacon trazendo uma nova forma de enxergar seus métodos, críticas pertinentes a seu respeito e refutações antes ignoradas.

A respeito de Descartes, é criticado seu método mecanicista de analisar as coisas como se tudo fosse formado por pequenas peças distintas e independentes. Ao ler Bacon, nota-se já uma outra forma de análise pois, para ele, as coisas deveriam sim ser vistas como partes mas também como um todo amplo e correlacionado. Acredito que este seria o melhor método pois, unindo as visões do político e da cientista do filme (a respeito do problema na bexiga), teríamos a preservação aliada à cura. Perfeito.

Outro ponto intrigante colocado em pauta é a visão baconiana da escravidão da natureza em favor do homem que perdura até os dias de hoje. Usufruimos dela de forma tão predatória e destrutiva que hoje, estamos passando por graves crises e problemas ambientais. Deslizamentos, tsunamis, oscilações drásticas na temperatura, chuvas ácidas, terremotos. Tantos indicadores e ainda existem pessoas aquém e desinteressadas, que não percebem a importância do respeito à natureza. Temos de nos conscientizar de que a natureza não é servo do homem e sim seu aliado!

No filme, também, a cientista reflete a respeito da dimensão de sua responsabilidade sobre seu invento. Chega ao ponto de se arrepender de sua criação devido ao fim bélico destinado a esta. Este fato remete a Santos Dummond, pai da aviação, suicidou-se ao ver a utilização dada a seu tão estimado invento. Assim como alguns utilizam-se do avião para transportar pessoas e mercadorias por todo o mundo, outros enchem-no de bombas e destroem um país inteiro. Nada pode fazer aquele que o criou senão não tê-lo pensado. Porém, se assim fosse, a humanidade nunca evoluiria pois até um lâmpada fluorescente já foi usada como instrumento de violência. A maldade está nas pessoas e qualquer instrumento é meio para pô-la em prática.

Destarte, prova-se o grande enriquecimento advindo deste filme através de seu questionamento sobre os grandes pensadores e as diversas reflexões sobre as quais nos incita; importantes na atualidade. O filme friza também, um grande valor ainda muito subestimado: a interligação existente entre os homens e a natureza, entre todos os seres, condensada nas palavras do político atribuídas a John Donne : "Nenhum homem é uma ilha".
O filme Ponto de Mutação, baseado no livro de Fritjof Capra em 1983, expõe um pensamento filosófico desde de Descartes, o pensamento mecanicista, até os dias de hoje, já relacionado com as descobertas da Física Quântica. Em uma diálogo travado por uma física, um poeta e um político pode-se observar as diferentes maneiras de ver a vida que cada um possui. Neste debate é descrita a história da ciência para isso cita-se Descartes, Bacon, Newton, Física Moderna, entre vários outros. O poeta tem uma visão mais romântica, mais flexível e consegue entender os vários pontos de vista tanto do político quanto da física e além disso, enxerga a beleza das coisas mais facilmente. O político é mais tradicional, cartesiano, todavia está desiludido com a política, e anseia por novos horizontes capazes de propor uma nova visão, mais autêntica e revolucionária. E nesse ponto que entra a física. Desiludida amorosamente e profissionalmente a cientista refugia-se em uma ilha na França e desenvolve uma 'maneira ecológica' de ver o mundo, ela propõe um mundo mais justo, mais humano, uma sociedade sustentável, contrariando a lógica cartesiana e o sistema capitalista. Contudo sabemos que uma mudança tão grande requer muito trabalho, pesquisa, instruir a população, entre vários outros. E isso não é fácil, mas é um caminho que pode funcionar se houver o apoio da maioria.

O imprescindível das relações

No filme “Ponto de Mutação”, baseado na obra de Fritjof Capra, um candidato derrotado à Presidência dos EUA e seu amigo poeta conhecem uma física que, em plena Guerra Fria, resolve afastar-se de seu trabalho ao ver seu esforço revertido em ambição estadunidense.

O cenário do encontro desses personagens é o Mont Saint Michel, na França, um lugar recheado de histórias e que será palco de uma discussão que vai de Descartes à ciência atômica. O ponto principal tratado é o de como tudo no planeta está interligado, o que acaba despertando o interesse do político em questões ambientais.

De fato, estamos todos conectados; assim provam diversos estudos científicos, como um que comprovou que plantas de uma cozinha mudaram de cor devido aos gritos dos camarões que eram jogados vivos em óleo quente. Com os humanos não é diferente: “no man is an island”.

A visão fragmentada de mundo que veio após Descartes, aliada à exploração sem limites em prol da ciência de Bacon, montou o cenário para o comportamento descompromissado do homem que, no contexto do filme, vê o mundo como algo descartável devido às ameaças de uma explosão nuclear.

A Guerra Fria passou, mas o individualismo que veio com ela não. É preciso consciência, não apenas ecológica, de que tudo é formado através de associações, como os átomos que formam uma molécula ou as relações entre a duração e a freqüência de notas que compõem uma melodia.

Nome: Jackeline Ferreira da Costa - 1º ano Direito Matutino

''Nenhum Homem É Uma Ilha''

A obra cinematográfica ''O Ponto de Mutação'', baseada no livro de mesmo título de Fritjof Capra, propõe um novo método de se fazer ciência, baseado em uma visão globalizante da mesma.O filme se passa nas ruínas de um castelo medieval, no qual trava-se um diálogo que aborda variados temas, tais como a vida, a natureza, a ciência, a percepção da humanidade, a poesia, a política e método científico tradicional.São três as personagens principais: um poeta, que enfrenta o que a crise da ''meia idade''; um ex-candidato democrata à presidência estadunidense, cuja campanha intitulou-se ''política do impossível'' e uma renomada física decepcionada com a utilidade que foi dada à sua descoberta.É, no entanto, esta última a protagonista da obra.Reunidas as três personagens, inicia-se uma visita a diversas partes do castelo, sendo marcantes os momentos em dois locais do mesmo: a sala do relógio e a sala de torturas.Na primeira, ao verificar-se um antigo relógio que funcionava a séculos, a cientista faz inúmeras referências à René Descartes.Não desprezando suas idéias, ela as considera como sendo inadequadas ao presente: assim como o relógio medieval funcionava há séculos, a ciência alicerçava-se no cartesianismo há séculos.O relógio e as suas engrenagens são, aliás, a metáfora utilizada por Descartes para caracterizar seu método: o mundo seria uma máquina e, para compreendê-lo seria necessário decompô-lo e analizar suas partes indivialmente, ou seja, a ciência deveria adotar uma visão mecanicista.A física defende uma visão sistêmica do mundo, na qual nenhuma parte do todo é independente.Esta visão preponderante no filme é sintetizada pelo provérbio "nenhum homem é uma ilha''.Já na sala de torturas há uma intensa reflexão acerca do ideal científico de Francis Bacon, propositor de uma escravização da natureza a qualquer custo.Este ideal é amplamente questionado por falhar no quesito sustentabilidade ambiental e pela verdadeira tortura que representaria aos sistemas vivos, afetando inclusive o próprio ser humano.É tambem contestado o fato de muitas vezes o conhecimento científico estar sob controle de pessoas que o utilizam para fins bélicos e destrutivos.Isaac Newton é também citado em conjunto com suas leis, quando se trata da influência do cartesianismo sobre ele.A Física renovava-se para entender os fenômenos quânticos, já que a física newtoniana não era capaz de entendê-los.Agora seria o momento de renovar toda a ciência, que deveria passar a analizar os fenômenos de maneira global, sistêmica.A obra discorre a respeito de '' crise de percepção'' na qual a humanidade estaria imersa e sobre como esta crise poderia ser superada.Propõe uma mudança de mentalidade que pudesse ser expressa em todas as áreas, a começar pelo meio científico, através do qual se propagaria para os demais meios.A defesa de que tudo é interligado e interconectado ecoa em todo o filme.O político estadunidense e a cientista debatem a respeito da inserção destes novos ideais no meio político e de como a partir dele mudanças podem ser concretizadas.A Teoria dos Sistemas é apontada como sendo a correta alternativa ao presente e à posteridade para que haja sustentabilidade, uma total compreenção dos fenômenos da natureza e da vida e a própria continuidade da existência humana.

Integração

O filme Ponto de Mutação, baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, compara o pensamento cartesiano ao paradigma que surgiu no século XX. Há um contraste entre o método científico reducionista e o sistêmico, para o qual o mundo é um todo indissociável.

Na discussão feita no filme, os personagens abordam a evolução do pensamento humano, desde Descarte até a contemporaneidade, na qual ainda vemos líderes pensando e agindo de maneira mecanicista, aplicando o modelo cartesiano, o qual prega a divisão de todo em partes, para entendendo cada uma delas, procurar entender o todo. Certamente essa contribuição, que na época foi um grande salto para interpretar o mundo para além do misticismo, hoje já está ultrapassada.

Porém, os reflexos da utilização desse mesmo modelo hoje são prejudiciais à sociedade em geral, pois ignoram os custos sociais e só visam os ganhos econômicos de suas ações. Os sistemas existentes não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói um modelo de sucesso no presente, se estimularmos o futuro. O roteiro faz também uma crítica à inexistência de uma ciência pura, justificada em si mesmo, a partir da autonomia dos cientistas em fazer a escolha dos assuntos que mais os fascina isentos de qualquer influência externa de caráter político ou mercadológico.

Na atualidade, podemos verificar que existe uma pauta de prioridades da produção científica no mundo que é definida pelo Estado ou pelos agentes privados, que detém o poder econômico. Essas instituições públicas e privadas em toda parte do planeta, determinam a sua estratégia, o que deve ser pesquisado.

O filme defende que o mundo seja pensado como um processo integrado e não como estruturas. O pensamento cartesiano elabora a sua percepção mecanicamente. A metáfora do relógio perfeito já não serve para analisar os padrões globais complexos do mundo comtemporâneo.

Com a mudança radical dos ideais e valores da humanindade, poderemos promover o avanço de um novo padrão de ciência que proponha a efetiva resolução de parte dos problemas da humanindade sem criar outros mais nocivos. Desta forma, a ciência alcançará um patamar ético aceitável para a convivência entre homem e natureza, entre a vida e a sua reprodução saudável.