O título do livro Ponto de Mutação, da obra de Fritjof Capra, e transformado em filme por seu irmão, Bernt Capra, tem como inspiração o I Ching ou Livro das Mutações, texto clássico chinês - um dos antigos e poucos textos chineses que chegaram até nós.
Esse livro, bem representado pelo filme, nos traz um diálogo entre 3 personagens: um político, um poeta e uma cientista. E nesse diálogo, percebemos uma comparação de Capra entre as maneiras como a Ciência procura explicar os acontecimentos que nos rodeiam, diante do momento em que vivemos.
Para tanto, ele procura comparar o pensamento racional de Descartes, o modelo dedutivo, difundido no séc. XVI, com o modelo atual, sistêmico, numa tentativa de mostrar que o homem é um ser em constante mudança. O primeiro modelo, por exemplo, baseia-se no "dividir para conquistar" enquanto o segundo, analisa o todo como algo indivisível.
Assim, diante das dificuldades, o homem vai procurar meios de se superar para encontrar as respostas. Ele procura maneiras de mudar o modelo de estudo quando o atual método de análise utilizado não é mais suficiente.
É a busca da verdade através da superação humana. E isso ocorre, geralmente, num momento em que as adversidades tendem a impedir o homem de atingir seus objetivos. É aí que surge o ponto de mutação, de mudança, em que o homem cria novas maneiras de analisar a Ciência diante das dificuldades que o afetam.
Portanto, nesse filme, percebemos a temática do ponto de mutação diante dos problemas atuais que nos cercam como a questão do meio ambiente atrelada ao desenvolvimento econômico. E é diante dessa questão, por exemplo, que Capra propõe a sua análise sobre os caminhos a seguir pela Ciência.
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