quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Sonhos não apertam gatilhos, logo não fazem revolução."

Ocorre uma nítida diferença entre o comportamento do direito no embate entre o sentimento de justiça espontâneo e o direito artificialmente criado. Os direitos ditos naturais na Revolução Francesa: direito à vida, à propriedade... que é próprio dos movimentos revolucionários, quando são institucionalizados pela burguesia se restringem a liberdade de contrato. O vigor do direito natural se esvai a partir do momento que se racionaliza, e, acaba por traduzir não mais um ideal geral e humanitário, mas os interesses de uma pequena parcela da sociedade que lidera os movimentos “revolucionários”.

Foi o que aconteceu nos países que se intitularam “socialistas” ou “comunistas”, nos quais a elite da revolução toma o poder e acaba por impor uma realidade ainda mais cruel: A lei chinesa expõe um contexto ainda mais opressor e favorável aos detentores dos modos de produção, assim como a lei soviética e cubana. A ideia de transformar o que era direito exclusivo de uma só classe a direito de todo cidadão é perdida; Ao invés da busca de um direito amplo e natural que atendesse a toda população, o direito atual se limita a atender e reivindicar certos direitos de grupos sociais ou até mesmo na defesa de causas não humanas (direito ambiental), causando polêmicas se estes direitos são verdadeiramente direitos ou privilégios.

Não é que os ideais de uma revolução sejam sempre corrompidos por aqueles que a comandam, mas o ideal nunca se reflete na realidade, o importante mesmo é que estejamos sempre à procura de uma sociedade mais justa, sem as ilusões de outrora, lúcidos, sabendo enxergar nossa realidade da forma mais verdadeira o possível, com seus defeitos e qualidades para assim propormos uma mudança passível de se firmar na realidade e, para tanto, só há um caminho: educação. A verdadeira revolução só ocorrerá quando a maioria da população puder ter esta visão nítida de sua realidade, e tiver voz para sustentar seus argumentos frente aos poderosos, sóbrios, não embriagados de discursos inviáveis e ilusórios, mas conscientes e munidos da mais poderosa arma: o conhecimento.

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