segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Palavras repetidas

Sim... Palavras repetidas!
Não... Palavras não ouvidas!
Pode parecer um discurso batido e repetitivo este que venho traçar. Ou melhor, parecer não, de fato o é. Muito já se falou da urgência em se preservar os recursos naturais. Mas é preciso bater na mesma tecla até que o homem caia em si; o discurso é repetitivo diante da teimosia da humanidade, que insiste no erro. Que teima em colocar sua mão pesada sobre tudo. A mão da ganância, do egoísmo, da indiferença... O homem assume uma postura irracional e se faz predador. E não um predador qualquer, mas um que se volta contra si mesmo, pois vai minando, pouco a pouco – ou nem isso, na verdade numa velocidade assustadora – as condições para que possa viver.

"Tá vendo, no nosso espelho, na nossa frente
Tá vendo, na nossa frente, aberração
Tá vendo, tá sendo visto, querendo ou não".

É fato, não posso negar, que, em contrapartida, ações refreadoras do impulso humano já foram pensadas e estruturadas. E o Direito se faz, mais uma vez, instrumento. Instrumento de limitação que barra as ações privadas que possam prejudicar o todo, o público. Em dimensão coletiva, o que parecia pouco ou insignificante adquire proporções preocupantes, porque se multiplica. Uma árvore arrancada para cada indivíduo são florestas desmatadas para o mundo inteiro. É preciso romper com a individualidade, com a falsa noção de autosuficiência.
Mas uma lei, quando só no papel, não é muita coisa. A natureza pede mais, precisa de muito mais. Frente ao quadro preocupante que já se apresenta hoje, alegar que ao menos algo já foi feito não basta. É preciso combater a destruição de igual para igual, na mesma velocidade que ela se impõe, na mesma proporção, até que a superemos. Não há mais tempo para passos pequenos. É preciso que a lei se expanda e que se faça cumprir.
"O erro tá confirmado, tá tudo errado".
Que o homem faça as pazes com o mundo. Que abrace as causas da vida. Que queira dar as mãos ao outro e ao meio em que vive. Que perceba que é apenas parte disso tudo. Parte morta se sozinha.

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