segunda-feira, 13 de junho de 2011

Descartes e a condução metódica do conhecimento

O Discurso sobre o método é “um tratado matemático e filosófico de René Descartes, publicado na França em Leiden em 1637. Propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas... O Método, em seu aspecto de dividir, ordenar e classificar, é a base de muitos conceitos científicos que vieram a ser desenvolvidos nos anos subseqüentes, de grande importância para a humanidade: o sistema de coordenadas cartesiano, o cálculo, a geometria analítica e a disposição estatística em histogramas”, segundo a Wikipédia.
Passando à análise do texto propriamente dito, em sua primeira parte, é abordada a questão do bom senso. Para Descartes, todos o possuem (o bom senso) e pensam possuí-lo na medida certa. Este senso ou razão seria a única coisa capaz de diferenciar os homens dos animais. Utilizando-se de suas experiências, seu senso e caminhos, afirma ter formado um “método capaz de aumentar de forma gradativa seu conhecimento, e de elevá-lo, pouco a pouco, ao mais alto nível” possível. A explicação do tal método constitui o objetivo principal do referido texto do autor. Como base para seu trabalho, ressalta a importância de conhecer as ciências (sarcasticamente, complementa justificando que seria simplesmente para conhecer seus exatos valores e evitar ser enganado por elas) e os benefício de viajar (para saber alguma coisa dos hábitos dos diferentes povos e entender que ser diferente não significa ser contrário à razão). Distinguir o verdadeiro do falso sempre foi um grande desejo do autor.
Na segunda parte, destaca ser necessário rever suas opiniões ou ainda desfazer-se delas, o que seria melhor do que se apoiar apenas sobre princípios a respeito dos quais se convencera em sua juventude, sem nunca ter analisado a veracidade dos mesmos. Também julgava essencial ir lentamente e usar muita ponderação, pois, “mesmo que se avançasse muito pouco, ao menos evitaria cair”.
Chega a pensar na possibilidade de utilizar-se da filosofia, da lógica e das matemáticas – geômetras e álgebra, mas resolve buscar algum outro método que tenha as vantagens dessas três ciências, mas não os seus defeitos. (sobre a lógica, por exemplo, relata: “seus silogismos e a maior parte de seus outros preceitos servem mais para explicar aos outros as coisas já conhecidas, ou mesmo, como a arte de Lúlio, para falar, sem formar juízo, daquelas que são ignoradas, do que para aprendê-las”).
Assim, resolve utilizar apenas quatro preceitos da lógica para formar o seu método:
O primeiro seria o de nunca aceitar como verdadeiro algo que não conhecesse claramente, evitando cuidadosamente a pressa e a prevenção. O segundo tratar-se-ia de proceder a uma modularização da análise, dividindo cada “dificuldade” em quantas parcelas fossem exigidas para uma melhor compreensão. Já o terceiro seria o de conduzir os pensamentos por ordem, sintetizando-os, partindo do mais simples até atingir os níveis mais complexos, enquanto que o quarto e último garantiria que nada fosse omitido nas conclusões, através do uso de relações metódicas completas e de revisões gerais.
Visando a prova de sua existência e também a de Deus, na quarta parte, considera a máxima “penso, logo existo” como o primeiro princípio da filosofia que procurava, como uma verdade no meio de tantas coisas falsas (o autor julga como falso tudo aquilo sobre o que possa supor a menor dúvida), concluindo, sobre si mesmo, que: ”sou uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de lugar algum, nem depende de qualquer coisa material”.
Para finalizar a justificativa sobre sua existência e também a de Deus, traça um paralelo entre este (um ser perfeito) e si mesmo (ser imperfeito), concluindo que a sua própria existência (e, assim, a existência da razão) é resultado de uma origem divina, de Deus, de uma perfeição capaz de gerar todas as outras coisas que existem.
Na sexta e última parte, solicita às futuras gerações que não acreditem nas coisas que lhes forem apresentadas como provindas dele, se ele mesmo não as tiver divulgado, pois crê que não existe no mundo alguma obra que possa ser tão bem executada por outra pessoa que não seja quem a iniciou e criou.
POSTADO POR ALYSSON PIMENTA RODRIGUES – 1º ANO – DIREITO NOTURNO

Nenhum comentário:

Postar um comentário