sexta-feira, 13 de maio de 2011

A solidariedade social vs. o individualismo

O modo como se analisa a divisão de trabalho, principalmente a baseada nos modelos taylorismo e fordismo, hoje em dia, é totalmente diferente do modo que Durkheim analisou-a e julgou-a.

A divisão do trabalho é comumente associada a cenas do filme “Tempos Modernos” e está sempre sendo relacionada com esteiras rolantes, onde cada homem é responsável por desempenhar determinada tarefa, realizada através de movimentos rápidos, repetitivos e que nada exigem em relação ao aspecto intelectual do trabalhador.

Já para Durkheim, a divisão do trabalho, diferentemente da arte, da indústria e da ciência, é caracterizada como uma das responsáveis por gerar a solidariedade social, indo além do interesse econômico e produtivo. Sua função é integrar o corpo social, e como um fator essencial para a coesão da sociedade, apresenta, portanto, um caráter moral.

Foi associada às relações de amizade e também à divisão sexual do trabalho, em que cada um dos lados apresenta diferenças, oposição de doutrinas, as quais são responsáveis por “atrair” o outro lado e fazer com que um passe a ser parte do outro, constituir o seu complemento, tornando-se inseparáveis.

Essa associação feita por Durkheim possibilita uma melhor compreensão do termo “solidariedade social” utilizado por ele. A partir dessa entende-se que com a divisão do trabalho, um não consegue trabalhar sem o outro, é fundamental que cada um execute a sua função de forma correta para permitir a finalização do trabalho através da participação de todo o conjunto, ficando, bastante claro, a solidariedade e a integração existentes entre os trabalhadores e, consequentemente, na sociedade.

Por fim, fica bastante nítido o grande contraste existente entre a ideia expressa por Durkheim e o modo de pensar, agir e viver da sociedade atualmente, em que o individualismo está cada vez mais visível e presente e as pessoas só preocupam-se com si próprias, sempre buscando atender aos seus interesses pessoais.

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