segunda-feira, 28 de março de 2011

O Império do Saber

As idéias teocêntricas e antropocêntricas, comumente analisadas como opostos, formam, na verdade, um elo a partir do Discurso do Método de Descartes. O pensador propõe a soberania do saber, da ciência, do conhecimento, não rejeitando, todavia, a existência de um Deus perfeito.

Para que isso fosse possível, era preciso abolir os pensamentos supersticiosos e mágicos da época, como a Astrologia e a Alquimia. Afirmava que a razão científica era essencial, e que a sua verdade era obtida a partir das dúvidas dos seres humanos, o que alimentaria a sede pelo descobrimento de novos conhecimentos, e tornaria claro, assim, verdadeiro o que há, de fato, os cercando. Adicionalmente, era contrário ao pensamento filosófico, que julgava como verdade o que já havia sido percebido pelos sentidos, se opondo, assim, à existência de Deus.

De fato, Descartes trouxe à tona algumas das formas de percepção vistas até hoje, visto que grande parcela da população acredita fielmente na, hoje, chamada ciência, mas não se desapega à existência de um Deus, não perde a fé, e segue doutrinas religiosas.

Diante de tudo, uma conclusão (aos olhos de Descartes) pode ser tomada: a ciência e seus métodos de busca de conhecimento se fazem indispensáveis, e não podem ser influenciadas por conhecimentos alheios à clareza da verdade ou a crenças religiosas. Contudo, a existência da perfeição, ligada substancialmente a Deus, não deve ser contestada, apesar de os seres humanos tentarem alcançar, sempre, e até hoje, tal feito.

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