terça-feira, 28 de maio de 2024

De chefe a explorado.

       As relações de trabalho sempre foram conflituosas, na antiga Grécia o labor era feito por escravos, enquanto os paters se mantinham no ócio, a exploração que existia  mantinha essa população insatisfeita e a ponto de a qualquer momento ocorrer uma revolta. Após isso, estruturou-se o feudalismo no qual o poder era descentralizado e cada senhor feudal tinha camponeses para o servir, os camponeses pagavam grandes tributos e ainda tinham que trabalhar nas terras do senhor feudal para sustentá-lo, em seguida veio o absolutismo em que a exploração e o poder sobre as pessoas era tanta em que a única possibilidade era acabar em uma revolução. Contudo, mesmo com a revolução francesa as relações exploratórias continuaram, a revolução industrial deu continuidade a expropriação, as grandes horas de trabalho que pagavam salários baixíssimos com péssimas condições de moradia e a alienação do homem deram origem a movimentos de classe que trouxeram inúmeros avanços, entre eles as leis trabalhista. 

     Diante desse contexto histórico, é claro o porquê Marx disse que a sociedade era composta por luta de classes. A exploração do trabalhador e da mais-valia ainda existe, os avanços, os direitos humanos e a democracia fizeram com que esses instrumentos de exploração tornaram-se mais sutis, usando de falácias para enganar o trabalhador. A pandemia da COVID-19 teve como consequência o retrocesso de conquistas trabalhistas que já haviam sido consolidadas devido ao distanciamento, assim surgiram discursos como: seja você seu próprio chefe, seja dono do próprio negócio, abra seu MEI e você pode trabalhar quando quiser. Esses discursos contribuíram para a relativização das relações de trabalhos e o enfraquecimento das leis trabalhistas, esse fenômeno ficou conhecido como "uberização" e é propagado por meio de plataformas digitais. As pessoas que sofrem com empregos com baixa remuneração ou com desemprego estrutural veem como uma oportunidade de um futuro melhor, mas assim os indivíduos renunciam parte de seus direitos e ficam desprotegidos diante de acidentes e problemas de saúde além de não receberem benefícios. 

      A luta na atualidade é muito difícil, em razão de que a exploração é disfarçada por via de ideologias, as grandes empresas colaboram para que as relações de trabalho no futuro retrocedam cada vez mais e com que os trabalhos se tornam cada vez mais afastados sem a esperança de uma mudança. A necessidade por sindicatos e conscientização social para a luta social renascer e então retomarem seus direitos  nunca foi tão grande.

Direito noturno; Maria Clara Sousa Sanches 

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