sábado, 30 de março de 2024

Funcionalismo em colapso

O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista no Rio de Janeiro chegou mais perto de seu desfecho, recentemente, com a prisão dos suspeitos de serem os mandantes do crime. Segundo as investigações, a morte teria sido motivada pela interferência política por parte da vereadora nas atividades ilícitas dos supostos mandantes. Tal fato é mais um exemplo da desordem e violência que marcam a sociedade do Rio de janeiro. 

Em primeira análise, a cidade do Rio de Janeiro se transformou em um território de disputa por poder e influência entre o Estado, o tráfico de drogas e a milícia. Tal situação surge da inação da primeira instituição frente as demandas sociais, principalmente nas áreas mais vulneráveis- e onde Marielle focava sua atuação política, que passam a ser ocupados por essas organizações paralelas ao Estado. A partir disso, esses grupos utilizam da violência para impor suas normas e práticas ilícitas. 

Nesse contexto, perdem-se os parâmetros legais e sociais que garantem os mínimos direitos e a estabilidade dentro da sociedade. No mesmo sentido, o sociólogo Émile Durkheim aponta, dentro de sua teoria funcionalista, que as falhas das instituições sociais resultam em uma situação de anomia na sociedade, em que não há normas e, consequentemente, coesão social. Dessa forma, nota-se que as diferentes formas de coerção, resultado de uma falha institucional, geram na sociedade do Rio de Janeiro uma corrosão da estrutura social, colocando em risco o funcionalismo social. 

Portanto, a morte de Marielle- vereadora que lutava pela reparação das falhas institucionais- revela a corrosão da estrutura social carioca. Uma vez que, as diferentes formas de coerção distorcem, pouco a pouco, as normas e parâmetros sociaiso que coloca a sociedade à beira da anomia. 

Luccas Pinheiro Nascimento Direito-noturno  

2 comentários:

  1. infelizmente o Rio de Janeiro, e outros estados do Brasil, mas principalmente o Rio, vive um estado de Anomia tão forte a ponto de termos mapas exatos, dividindo o território das facções criminosas. É deplorável que o Estado não combata efetivamente essa loucura institucional.

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