segunda-feira, 25 de março de 2024

Cotas Raciais vs Positivismo

  No ano de 2023, ocorreu a revisão da Lei de Cotas, a qual dita que candidatos pretos, pardos e indígenas concorrerão a vagas selecionadas caso não atinjam as notas para ingresso como ampla concorrência. Tal lei fez-se extremamente necessária, visto que o ensino não ocorre de maneira igualitária para todos. A partir dessa temática, questiona-se: é correto afirmar que o conhecimento científico, sendo esse totalmente inacessível para grande parcela da sociedade, é a única forma de conhecimento verdadeiro?

  August Comte ditou a teoria referida anteriormente, conhecida como positivismo; teoria essa fundada num contexto em que a burguesia buscava hegemonia política e ideológica. Desse modo, a teoria, por si só, é falha e com propósitos imorais, visto que, não considera a ética no momento de fundamentar leis.

  Além disso, tal ideal surgido na França no início do século XIX, corrobora para com o racismo presente na sociedade. Isso, pois entende-se que o racismo faz com que as pessoas não brancas não recebam acesso a educação de maneira igualitária. Grada Kilomba aborda muito sobre essa temática em sua obra “Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano.” Em uma das passagens do capítulo “Quem pode falar?”, a autora declara: “O sujeito branco é assegurado de seu lugar de poder e autoridade sobre um grupo que ele está classificando como "menos inteligente". Assim, fica evidente que a sociedade não recebe um tratamento igualitário e não é válido afirmar que apenas quem tem acesso ao conhecimento científico atingirá o conhecimento verdadeiro.

  Portanto, o positivismo reforça uma ideia racista que o Brasil tenta reverter pela lei de cotas, de forma a tentar igualar a educação superior, que deve ser para todos.


Maria Paula Gutierres Bouças 1° ano noturno RA: 241222443

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