segunda-feira, 3 de abril de 2023

Moral, alienação e despersonalização

 Existe positivismo hoje?

Em suma a resposta é sim, mas como o positivismo se constrói na contemporaneidade?  

De antemão, faz-se necessário conceituar o que se entende por positivismo: O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu em meados do século XIX.
Criada por Auguste Comte, tal doutrina visava estudar os fenômenos sociais por meio da observação, além disso, defendia que o saber científico era superior a todas as outras formas de obtenção de conhecimento; o lema do positivismo é: “O amor por princípio, a ordem como base e o progresso por fim”.

Num passado histórico relativamente recente (século XIX), o positivismo se fez muito presente no Brasil, impulsionado principalmente pelo exército brasileiro, que seguindo estes ideais, proclamou a república e justificou toda a violência causada durante o processo de formação nacional sob um viés positivista de que fora em prol de um pretenso “progresso”.

Ainda mais recentemente, pode se relacionar o positivismo com o determinismo contemporâneo, utilizado principalmente por lideres neofascistas ao redor do mundo. Tomando como referência a fala (icônica e ao mesmo tempo repugnante) da ex-ministra Damares Alves: “Menina veste rosa e menino veste azul” é possível observar implicitamente uma característica positivista: a harmonia social regida pela moral (que é regida pelo egoísmo e descaracterização social) visando à “ordem”.

Sob esta mesma óptica moral, é perceptível a presença da educação metafísica positivista na contemporaneidade. Tal educação é ditada pelo amor à labuta e enfatiza os “lugares sociais” visando alienar e despersonalizar o proletariado. O recente escândalo de trabalho análogo à escravidão nas vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi é um exemplo de como a nociva educação positivista atua sob parcela relevante da sociedade hodiernamente.

Neste ínterim, é evidente que, baseado nestes estes exemplos, o positivismo se faz extremamente presente na contemporaneidade, sendo utilizado como ferramenta de controle, alienação e despersonalização.


Enzo Bispo Silva (RA: 231223293 ) - Ano Direito - Matutino

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