segunda-feira, 20 de março de 2023

A ciência do direito na formação do mundo

 

A ciência do direito me ajuda a olhar para o mundo destrinchando o mesmo em vários, de acordo com diferentes pensadores, os quais auxiliam na didática necessária para o entendimento de algo tão amplo e repleto de juízos de valor. Por exemplo, para entender o mundo dos diversos trabalhadores que vêm perdendo de maneira constante seus direitos nos últimos anos, mas não se queixam, recorro as explicações de C. Wright Mills, o qual defende a ideia de que o indivíduo só pode compreender sua própria experiência e avaliar seu próprio destino localizando-se dentro de seu período. Sendo assim, compreendo que de nada adianta aderir a causa de algo ou alguém sem a certeza da plena noção do próprio acerca da sua condição perante o resto da sociedade, uma vez que uma sociedade que não entende quais tipos de indivíduos irão predominar dentro da lógica vigente é caracterizada, por Mills, como parte de um estudo que não completou sua jornada intelectual.

 Por outro lado, discordo que todos os tipos de estudos sobre as sociedades que contém os indivíduos inconscientes da sua própria localização no seu período não completaram sua jornada intelectual e, para tal, usufruo de Francis Bacon, o qual defende que não se recusem as filosofias que nutram as disputas, ornem discursos, sirvam os professores e provejam as demandas da vida civil. Além disso, saliento o fato, apresentado por Bacon, de que absolutamente nenhuma forma de saber é completamente segura, logo, até a concepção de que a localização dentro de seu período leva a clarividência é passível de questionamento e deve permanecer sendo questionada.

 Portanto, a partir da ciência do direito, entendo que o mundo divide-se sempre entre os predominantes da lógica vigente e os seus complacentes alienados. Porém, compreendo que os predominantes não se materializam do nada, pois são fruto dos questionamentos da ciência do direito que, apesar de não conseguir subverter a condição presente instantaneamente, cria nas disputas e aulas dos professores o entendimento necessário para completar a jornada intelectual de um estudo gerador dos novos perseverantes.

Guilherme Nunes de Melo Santini Trevisan, 1° Ano de Direito- "Como a ciência do direito me ajuda a olhar para o mundo?"

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