Mirella Bernardi Vechiato, Direito 1º ano Matutino
Um novo método científico para uma sociedade de novos
valores
Historicamente
pensando, a filosofia clássica nasce na Grécia Antiga e desenvolve-se ao longo
de décadas. Essa filosofia caracteriza-se por se bastar, isto é, vale por si só
e não assume compromissos de intervir no mundo. Na modernidade, com a burguesia
ascendendo, surgiu a necessidade de uma ciência que fosse mais do que
especulações, buscava-se uma ciência que tivesse funções práticas, que fosse
racional e experimental. É nesse contexto que se destaca o pensamento de
Descartes e Francis Bacon, filósofos que propuseram a criação de um novo método
científico para essa nova sociedade que emergia.
De início,
ressalta-se as proposições de Descartes para a importância do caráter racional
que a ciência moderna deve adotar. Primeiro, valoriza-se a racionalidade do
homem e a capacidade por ela dada para ele julgar de forma correta e discernir
o que é verdadeiro e o que é falso. Ademais, é por meio desse exercício que o
homem passa a questionar aquilo que lhe entregam por verdadeiro e, por meio
dessa desconfiança, ele traça novos caminhos para alcançar tais máximas.
Portanto, para René Descartes, o homem deve ter como ponto de partida desse
novo método científica as dúvidas, a fim de sustentar as verdades na razão e
não nos sentidos.
Junto disso, tem-se
as proposições de Francis Bacon. Ao contrário de Descartes que supervalorizou a
razão, para Bacon a observação devia ser uma das bases da ciência moderna. Em
outras palavras, a ciência não pode ser um mero exercício da mente, e esta não
pode guiar-se por si, é importante que a ciência moderna, para alcançar seu
objetivo de uso prático, tenha mais contato com o mundo material. É nesse
sentido que se entende a importância da experiência como interpretação da
natureza para fuga do senso comum. Assim, o pensador entende que essa nova
ciência é a cura e libertação da mente humana de seus ídolos, visto que ela
trabalharia na observação dos fenômenos que até então só eram aceitos como
verdade pelo senso comum, em vista de se familiarizarem com a mente humana.
Dessa forma,
entende-se as proposições que formularam a nova metodologia científica moderna:
a racionalidade somada a observação. Então, entende-se que nessa ciência tudo
aquilo que não tem explicação racional também não possui legitimidade no
conhecimento, como maneira de, então, superar superstições. Além disso,
ressalta-se que as percepções de mundo do homem são facilmente guiadas por
idolatrias que devem ser postas em experimentações e observações, no intuito de
criar uma ciência útil, a qual além de explicar a natureza também passe a
domina-la. Por fim, conclui-se que essa nova metodologia proposta visava
concretizar a ideia de ciência como um elemento voltado para o bem estar do
homem e, por isso, deve ter sua função prática e concreta, não somente verbal.