Sejamos todos cartesianos, crentes de que uma verdade só pode ser constatada através de um método científico, para que todas as dúvidas existenciais sejam sanadas e que a relativização do mundo possa ser colocada como algo superado. Acreditemos que as relações interpessoais possam ser entendidas sem ambiguidade das partes, fazendo com que suas resoluções sejam cabíveis de serem únicas e conclusivas. Entendamos o mundo como uma máquina que obedece a racionalidade em todos seus vínculos e que não abre exceção para sentimentos e sensações. Procuremos sempre o ganho e a maior produção de conhecimento útil, fazendo com que as peculiaridades de todos objetos de estudo sejam desvendadas pelo cientista, através do incansável consumo de matérias disponíveis em nosso planeta, sejamos capazes de construir as mais refinadas tecnologias e maior concentração de polos de desenvolvimento.
Sejamos parados pelo meio ambiente. Sejamos miseráveis pela falta de bens disponíveis a nós. Sejamos, assim, extintos. A relativização daquilo não tangível será inconcebível e irreparável e Francis Bacon já entendia a necessidade da procura do bem- estar do homem como ponto de partida para o conhecimento científico, entendendo que a predação entre os humanos e a criação de ídolos seriam apenas impasses para o conhecimento útil. Sendo assim, tendo-se como exemplo o filme ´´O Ponto de Mutação´´, percebe-se durante a longa conversa entre os personagens que René Descartes, apesar de conseguir passar um método funcional de conhecimento, cria um modelo insustentável, que despreza os ideais que possibilitam a sociedade ser um meio funcional de desenvolvimento pessoal, fazendo com que seu pensamento seja fadado ao exagero de partes. Dessa forma, quando Francis Bacon discorre sobre ainda haver aquilo que deve ser descoberto, há a abertura de precedente para a preservação e o entendimento de que ainda podemos fazer mais, seja qualquer momento estivermos de desenvolvimento.Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
terça-feira, 29 de março de 2022
A Revolução Racional
Mais flores do que Flora pelos campos,
Nem dá de Apolo ao carro
Outro curso que Apolo.
Contemplação estéril e longínqua
Das coisas próximas, deixemos que ela
Olhe até não ver nada
Com seus cansados olhos."
NOME: Kaike de Sousa da Silva
TURMA: Direito Noturno - Primeiro Ano1º 1º 1º
Século do extremismo político: o esquecimento das ideias de Bacon e Descartes
Século do extremismo político: o abandono das idéias de Bacon e Descartes
TEMA: O extremismo político como fruto do esquecimento dos ensinamentos de Descartes e Bacon
Durante o século XXI, observou-se um aumento nas manifestações de cunho político tanto em ambientes virtuais como nas ruas, sendo essas manifestações divididas em dois grupos: um deles de carácter emancipatório e o outro de carácter opressivo. Entretanto, venho por meio desta análise dar ênfase apenas no extremismo presente nestas manifestações e a explicação para este fenômeno social através das teorias da construção do conhecimento científico apresentado por Francis Bacon e René Descartes.
O extremismo político presente em manifestações sociais e o indivíduo inserido nesse contexto possuem como característica marcante de seu perfil a convicção de que o conhecimento político, econômico e social obtido pelo grupo ou pelo indivíduo se define como a verdade absoluta, automaticamente o impedindo de receber críticas e posicionamentos opostos ao o que se encontra em discussão. Outro ponto referente ao perfil destes indivíduos e deste tipo de comportamento, se resume a sustentação das ideologias em questão em ídolos políticos de maneira quase religiosa, geralmente possuindo alguma influência de fato da religião na maneira como os preceitos ideológicos daquele grupo são escolhidos e na maneira como aquele ídolo político é visto pelo grupo ou indivíduo.
Em uma primeira análise, a partir da ótica de Descartes, destaco como o esquecimento ou a opção por ignorar o conceito de que o questionamento constante daquilo que consideramos verdade é um passo importante na busca pelo conhecimento verdadeiro, é a principal engrenagem na máquina do funcionamento do extremismo. Considerando também a intensa presença das sensações, característica humana considerada por Descartes como agente responsável pelo desvio do caminho do conhecimento verdadeiro e que deve ser abandonada pelo ser humano no processo de busca da verdade, no processo de obtenção do conhecimento quando se é permitido o lado não racional do ser humano e a falta de clareza interferirem nas decisões racionais.
Agora, a partir da ótica de Bacon, é de extrema importância salientar como a presença de ídolos nesse tipo de comportamento mostra a falta de clareza do grupo ou do indivíduo, pois, para Bacon, a presença de ídolos demonstra uma distorção da realidade por parte de seus seguidores, tendo a interferência das paixões e dos sentimentos como a responsável por essa distorção. Para Bacon, os sentidos não possuem competência para nos ajudar a distinguir o falso do real quando se trata da realidade, o que pode interferir na experiência empírica da formação do conhecimento.
Nome: Pedro Henrique Cleis de Oliveira
Turma: Direito Matutino - 1° Ano