Analisando a política brasileira sob a ótica Weberiana, percebemos como os valores da religião estão incutidos na ação social dos indivíduos, e por consequência, se exteriorizam no âmbito político. O Brasil se mostra um país no qual a religião sempre manifestou papel importante na vida dos indivíduos, seja no âmbito do consolo pessoal com a fé no transcendente, seja pela falta de perspectiva no plano material, dado às mazelas de um país com uma desigualdade brutal. Ou mesmo pela questão de Estado, dado a laicização recente do país, sendo esta feita de forma vertical, sem um entendimento democrático do seu real significado. Dessa forma, a relação entre as instituições religiosas e a política sempre foi imbricada, tornando a religião um eficiente cabo eleitoral, instrumentalizando os valores morais dos indivíduos, em nome de um projeto de poder de determinados grupos religiosos. Observamos essa cooptação de valores, na demonização de projetos importantes contra o preconceito, como o “Escola sem homofobia”, apelidado pela Bancada evangélica de “Kit gay”, no qual determinados agentes políticos inventaram diversas pautas mentirosas sobre o tema, incutindo um verdadeiro pânico moral nos grupos religiosos da sociedade, sendo essas pautas utilizadas como um verdadeiro catalisador para mobilização eleitoral desses grupos, fomentando uma nova identidade cultural conservadora no Brasil.
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