segunda-feira, 4 de julho de 2022

Educação e dominação segundo Weber

        O sociólogo Max Weber é responsável pela criação de um método de estudo sociológico chamado de ação social, subdividido em: ação social afetiva, ação social tradicional, ação social racional com relação a valores e ação social com relação a fins (Viana, 2004). Nesse contexto, destaco a concepção de educação formulada pelo pensador alemão, fundamentada na tipologia da ação social e dominação legítima. Para Weber


A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato, pode fundar-se em diversos motivos de submissão. Pode depender diretamente de uma constelação de interesses, ou seja, de considerações utilitárias de vantagens e inconvenientes por parte daquele que obedece. Pode também depender de mero ‘costume’, do hábito cego de um comportamento inveterado. Ou pode fundar-se, finalmente, no puro afeto, na mera inclinação pessoal do súdito. (Weber, 1971, p. 128).

 

Partindo do conceito de tipo ideal, Weber constitui três tipos básicos de dominação legítima. A primeira seria a dominação racional-legal, exemplificada pela burocracia, e que tem por fundamento o cumprimento da lei, prescritos por regras estatuídas, além da impessoalidade nas relações, por uma crescente especialização, pela disciplina, pela tendência ao nivelamento, pela plutocratização e por uma crescente racionalização dos quadros e meios administrativos (Viana, 2004). 

Na distopia “1984”, de George Orwell, a burocracia é fundamental para a manutenção do sistema autoritário vigente, em outras palavras, ela é a única materialização do poder. O Grande Irmão nunca é visto, nunca é encontrado. Ele paira como uma legitimação simbólica do sistema, não como uma figura atuante. 

 

“Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.”

 

O segundo tipo de dominação é a tradicional, que valida o poder exercido por um chefe, tendo como principal exemplo a dominação patriarcal. Por fim, a dominação carismática baseia-se inteiramente na emoção e na crença “cega” a um líder, que acredita-se possuir poderes “sobrenaturais”. Este tipo de dominação não está sujeita às regras tradicionais e é capaz de superar a vida cotidiana, “sua base está no fato deste líder acreditar estar a serviço de uma missão” (Viana, 2004). 

O pensador utiliza-se dessas definições prévias na formulação da educação weberiana, composta por três tipos fundamentais: a) o tipo carismático, b) o tipo tradicional, e c) o tipo burocrático. A relação entre os tipos de educação com os tipos de dominação legítima, evidencia o fato da educação carismática e tradicional serem comuns nas sociedades pré-capitalistas e a educação burocrática é comum na sociedade capitalista (Viana, 2004). 

 

Referências

 

VIANA, Nildo. Weber: tipos de educação e educação burocrática. Guanicuns–Revista da FECHA,(1), p. 117-132, 2004.

WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. 2a edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1971. 

 

Sarah de Jesus Silva dos Santos

1° ano Direito - Matutino.

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