domingo, 8 de maio de 2022

                                             Os positivistas ainda estão por aí 


O positivismo chegou às forças armadas por influência de Benjamin Constant, professor da academia militar da praia vermelha, no final do século XIX. E inspirou os jovens oficialato e então líderes do país com essa nova visão, o que levou a proclamação da república e dos dois primeiros presidentes militares, diga-se Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto. Desde então, o ideal positivista sempre esteve presente nas forças armadas brasileiras.

                Não diferente, esteve presente no país nos momentos em que essas estiveram no poder. Na ditadura militar de 1964, o exército tomou o poder para supostamente combater a esquerda, a qual na sua visão implantaria um governo comunista no Brasil. No entanto, até outras ideologias foram sufocadas para implantarem um estado tecnocrático.

Os militares acreditavam que poderiam governar o Brasil, apenas pela propaganda de governo e pelo sucesso econômico, sem sustentação política. Nesse sentido, a visão positivista na forma que esses encaravam a economia. Durante este período, houve um grande aumento da estatização da economia o que determinou o dinamismo da economia. Porém, veio acompanhado do aumento da divida externa e da inflação que aconteceu na década de 1980.

                No entanto, estado tecnocrata de inspiração positivista, falhou ao tentar suprimir a discussão política. Os movimentos de resistência e contra o regime dominaram o cenário cultural do país. O que acabou decretando a insustentabilidade do regime e selaram seu destino no final dos anos 70 e inicio dos 80.

                A ditadura de 1964 foi a apoteose dos positivistas no Brasil. Mas difícil afirmar essa visão esteja em seu fim no Brasil. O governo Bolsonaro, repleto de militares em todos escalões, têm como seu mote “ Brasil acima de tudo e Deus acima de Todos”, parece resgatar a ideologia dos militares de 1964. E como foi observado durante a pandemia, priorizou a economia ao invés de critérios sanitários e sociais.

 

Joel Martins S. Junior

1º ano de Direito - Noturno

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