segunda-feira, 23 de maio de 2022

A MÃO INVISÍVEL, MAS NÃO É ADAM SMITH

 

M. Durkheim, do alto de sua varanda, como

Bilac uma vez disse, longe da agitação carnavalesca

das ruas, vê o filho da marquesa tirar a própria vida.

Que perda trágica para a 3ª République Française!

 

Mme. du Barry proclama peremptoriamente que é tudo

culpa dos anarquistas. “Não, senhora. Isto tem cheiro dos

nacionalistas”, defende o embaixador Terry, recém chegado

das colônias. A voz da RAZÃO fica com a fraca e doente Mlle.:

- Não devemos nos embebedar de pré-noções, a verdade está resoluta na observação do fato e na descoberta da função do fenômeno em questão!

 

Todos na sala ficam perplexos e em silêncio. O pensamento que fica é “esses comunistas...”

 

Vossa Excelência Reverendíssima, o arcebispo, alerta os fiéis da sedução

de absinto na qual o Sir suicida caiu. Assim como o rei Herodes, ele continua, para

uma Notre-Dame lotada, que não resistiu à dança dos 7 véus de Salomé, o plutocrata defunto sucumbiu aos desejos da carne. Na verdade vos digo que continuem a acreditar em Deus e na Santa Sé, se não quiserem acabar como aquele pobre menino rico diabo.

 

PAUSA PARA ADORAÇÃO: Credo in Deum Patrem omnipoténtem, Creatórem cæli et terræ...

 

“Sra. Jennings, traga-me uma xícara de café. O espetáculo está tão bom que parece o Moulin Rouge”, anuncia M. Durkheim, ainda da varanda, maravilhado com a SoCiEdAdE.



Aluno: Thiago Ozan Cuglieri, 1º semestre noturno de Direito

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