segunda-feira, 23 de maio de 2022

A Visão Didático-alegórica do Organismo Social de Durkheim

 

    A sociedade, como um organismo de fato, porta-se a partir de um sistema nervoso denominado de consciência coletiva. Quando há crime, há dor física, que não é desejável, mas possui a importante função social de avisar e evidenciar uma situação que não deve ser ignorada, sendo que, quanto maior a gravidade do crime cometido, ou seja, quanto maior a dor sentida pelo indivíduo, mais sério tem de ser o tratamento, isto é, a punição (através do direito) que vai amenizar ou acabar com aquele crime, dando fim temporário para aquela dor.

    A dor é comum, acontece normalmente nos organismos com consciência, assim como o crime, mesmo que não desejável, também é normal no regimento social. Muitas vezes, aliás, essa dor pode acabar gerando uma mudança de comportamento no organismo, que pode tentar se tornar mais saudável para evitar que aquela situação se repita. Da mesma forma, a sociedade pode sofrer os efeitos sociais de um crime, alterando-se em virtude deste.    

    Um elemento estranho, por exemplo, um vírus ou bactéria dentro de um organismo, causa uma reação de fortificação desse corpo, seja no aumento da ação de um sistema imune, seja no adquirir de capacidade preventiva posterior. De mesmo modo, um elemento estranho na sociedade causa a reação desse corpo social que se fortifica também, criando ou alterando principalmente o mundo jurídico que rege sobre o ambiente pelo qual o elemento estranho atuou.

    Cada uma dessas metáforas constituem a alegoria maior do "organismo social" apresentado por Durkheim em seus trabalhos, enquanto que a teoria didática foi utilizada para organizar e explicar suas ideias de forma facilitada para qualquer um que tenha acesso à esse texto. Dessa maneira, é possível evidenciar uma questão importante presente neste trabalho: embora a proposta inicial do trabalho seja o funcionalismo de Durkheim, o método usado para explicar uma de suas principais teorias, a do "organismo social", foi o método Paulo Freire, que se utiliza de questões cotidianas e populares, como a dor física ou as bactérias, para democratizar a informação que já começa extremamente dificultada, principalmente no quesito linguagem. A importância do levantamento dessa questão está no fato de que o funcionalismo não é respeitado na maioria das instituições de ensino que não se utilizam de uma didática facilitada para educar. É justamente por conta disso que essas instituições não alcançam sua função social de passar de fato o conhecimento a frente, já que grande parte desse conhecimento não é absorvido de forma completa, devido à dificuldade prévia que ele apresenta.

    Em suma, os três primeiros parágrafos apresentam uma organização textual parcialmente mais democrática que aquela usada na maioria das instituições de ensino na esperança ilusória de que os educandos possam a compreender completamente. Já o último parágrafo expressa a crítica ao modelo didático atual, através da ideia de função social contida no funcionalismo de Durkheim, desta vez virado para a questão da educação popular.


    Pedro Henrique Falaguasta Nishimura - 1º Ano Matutino

    

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