segunda-feira, 23 de maio de 2022

A relação entre um certo autor e uma certa ciência

 

A economia vivia o outono até o ano de 1873, o inverno não trouxe apenas frio, trouxe a crise para vários países capitalistas, afetando a indústria e o comércio. E nesse contexto de crise, protegido do frio por duas cobertas, duas blusas, um par de pantufas e uma touca, surge uma preocupação peculiar na cabeça de Durkheim além da frequente queda de cabelo: a educação moral.

               Muita gente ficou perplexa, a família reprovou, seus pais ameaçaram deserda-lo, as crianças choraram. Ninguém compreendia a preocupação do pobre Durkheim, mas ele sabia muito bem e estava claro para ele que pouquíssimas pessoas naquela época poderiam compreendê-lo, ele estava preocupado com a tendência ao individualismo e os perigos que poderiam acontecer em decorrência disso.

               Com o fim do inverno econômico em 1896, o nosso protagonista saiu de sua terra e começou sua peregrinação intelectual, onde realizou estudos que se debruçavam sobre a educação. Depois desse período, ele encontrou uma nova ciência, até então tinha sido bem cuidada, mas não estava muito bem desenvolvida ainda, qualquer um que olhasse para ela imaginaria que ela cresceria forte, essa “fagulha de algo” se tornaria grandiosa. E os observadores estavam certos! Esse feto só tinha um nome e um pai que apesar de gostar dela, não tinha a paternidade como um dom, algumas pessoas dizem que dá até para chamar o próprio Durkheim de pai, isso é, se você for um adepto da frase “pai é quem cria”.

               Mas esse feto, de nome sociologia não foi um filho ou aprendiz ingrato, Durkheim foi lembrado pela sua gentileza e hoje está dentro do lendário grupo da távola triangular da já consolidada sociologia, ao lado de Marx (apenas como espectro) e Weber (o Comte não entra porque a sociologia ficou ressentida com ele). Esse trio não costuma concordar entre si, mas há alguns consensos entre eles, quando milagrosamente não estão brigando entre si alguém acaba comentando algo como “precisamos de um método para observar a realidade, porque a sociologia é uma ciência e serve não apenas para compreender a sociedade, mas também podemos a partir daí para “melhorar” a nossa, por exemplo, seria melhor se a sociedade....”  e é aí que as divergências voltam ao centro da mesa e todos observam a tríade lendária e seus adeptos travando várias batalhas entre si em vários cantos, terrenos, sites e chats.

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