quinta-feira, 21 de abril de 2022

Ordem e progresso… para quem?

   “Amor como princípio; Ordem como meio; Progresso como fim.”. Esse é o tema do positivismo, método de conhecimento inventado por Auguste Comte no século XIX. Para ele, as sociedades existentes têm diferentes graus de evolução, em que a dele (França, pós-Revolução Francesa) era a ideal. Dessa forma, para o pensador, as demais sociedades eram menos evoluídas, e precisavam ser guiadas ao progresso. 

Atualmente, essa ideia pode ser vista como explicitamente preconceituosa, uma vez que temos a consciência da existência de sociedades diferentes, com modos de organização e valores distintos, mas que nenhuma é melhor ou pior que as demais. Contudo, no século XIX, essa ideia foi bem aceita por sociedades burguesas europeias, cujo objetivo era pautado na expansão industrial e colonial de suas nações. Logo, podemos ver como as ideias de Comte ajudaram a sustentar, por exemplo, os discursos neocolonialistas. 

A Partilha da África pode representar uma consequência dessa exacerbada busca pelo progresso, na qual populações inteiras de países foram submetidas aos domínios europeus, não levando em consideração suas diferentes etnias, línguas, costumes; separando povos irmãos e unindo, despoticamente, povos inimigos. Guerras foram travadas com a justificativa do progresso e populações foram dizimadas, a fim de provar quais nações obteriam o controle do globo. Não obstante, o choque entre os países dominadores, poucas décadas depois, repercutiu na 1° Guerra Mundial, um conflito de proporções nunca antes vistas na história. 

    “Progresso como fim”, eles diziam. Mas progresso para quem? 

    “Progresso como fim”, eles diziam. Mas às custas do quê? 

    De que vale esse progresso quando é seletivo, em benefício da elite, e causa tanta discórdia? 

    E ainda, até hoje, há aqueles que defendem tais lemas…  

    “Ordem e Progresso”.



Giovana Pevarello Parizzi

1° ano - Direito - Matutino.


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