sábado, 16 de abril de 2022

 O domínio da natureza na ciência moderna  e a sua precursão para o Capitalismo.

 

  Os pensadores Francis Bacon e Rene Descartes foram extremamente importantes para a formulação de um método científico capaz de sistematizar a sabedoria em um conhecimento prático transformador da natureza e das relações humanas. Por meio do racionalismo e da experimentação, os filósofos propuseram uma quebra de paradigma com o modo  da ciência de sua época, pautada nos sentidos e na interpretação metafisica. Assim , o homem teria uma base teórica e prática para dominar o meio natural e seus recursos.

  De fato, esses ideais junto com outros de diferentes filósofos modernos e contemporâneos trouxeram inúmeras inovações técnicas, cientificas e informacionais para o corpo social. No entanto, a capacidade de exploração da natureza adquirida e fundamentada na ciência moderna permitiu a consolidação de um sistema muito propício e enriquecedor somente para um determinado grupo social. Desta maneira, aquilo que deveria ser materializado para toda a sociedade moderna tornou algo nocivo tanto para o ser humano quanto para a natureza, na medida que um espirito pautado no capital começou a explorar seus recursos de maneira desenfreada.

  De início, a Revolução Industrial, primeiramente desenvolvida na Inglaterra, teve um dos primeiros momentos emergentes do Capitalismo. Partindo de uma exploração da natureza já anteriormente proposta e sistematizada na ciência moderna, os ingleses com uma favorável formação geológica começaram a explorar as minas de carvão presentes em seu território. O carvão foi a principal matéria prima da indústria e permitiu uma grande mudança nos sistemas de produção até então presentes. Deste modo, o modo produtivo artesanal, caracterizado pelo conhecimento de todas as etapas de produção é substituído por um modelo industrial, onde as etapas produtivas eram divididas e o controle dos meios de produção separados de seus trabalhadores.

  Consequentemente, por mais que que esta Revolução Industrial tenha gerado muitas oportunidade de emprego, guiando inúmeras pessoas vindas do campo para as cidades ( êxodo rural), as condições estabelecidas para os operários tanto nas fábricas quanto nas cidades eram insalubres, os salários minúsculos e as jornadas de trabalho totalmente extenuantes. Além disso, segundo o sociólogo Karl Marx, houve a clara divisão em duas classes sociais que estão presentes até os dias atuais: a burguesia , dona dos meios de produção e do poder econômico e os proletariados, vendedores de sua força produtiva em troca de um salário. Desta maneira, o Capitalismo industrial molda uma nova perspectiva não só econômica com sua grande escala de produção mas também social, nos diferentes problemas desiguais enfrentados pela classe trabalhadora.

   Com o passar do tempo e o surgimento de  outras Revoluções Industriais estas relações problemáticas não foram solucionadas. Por mais que o socialismo cientifico surja como escolha para subversão destas negativas vindas da expansão capitalista nas revoluções industriais, o fim de uma experiência socialista em um grande território termina em 1991 na URSS. Com isto, quase todas as nações do mundo formam seus sistemas políticos , econômicos e sociais pela base capitalista e em uma perspectiva globalizante. Além disso, confluentes com a ciência moderna, as inovações cientificas são memoráveis, mas acabam tendo um custo, dado que as melhorias principalmente no campo da saúde formularam um grande aumento na expectativa de vida. Deste modo, o ser humano vive cada vez mais e necessita de maneira ainda mais frequente dos recursos naturais, sob uma viés utilitarista e exploratório, prejudicando o meio ambiente. 

Em síntese , conclui-se que o Capitalismo tem seu sua ideia implantada na ciência moderna, principalmente com Francis Bacon e Rene Descartes, ao sugerir o domínio da natureza como a forma de melhoria das condições humanas. No entanto, estes pensadores não contavam que esta dominação do meio natural seria o alicerce para um  sistema desigual, bipolarizado, excludente e com graves danos para a classe trabalhadora e a natureza.


 João Felipe Schiabel Geraldini. Direito 1º ano. Noturno.

  

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