terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A combinação entre Raça e o Direito

 Através da linha de pensamento do filosofo Achille Mbembe, onde nos são apresentadas

as ideias de que a expressão de raça não existe em relação a humanidade, ou seja, foi

uma ideia criada por uma visão eurocêntrica que busca defender uma tese de

superioridade do padrão europeu em relação aos povos africanos, buscando assim uma

justificativa para estabelecer e defender os ideais de um certo domínio europeu em

relação ao povo negro.

A partir dessa visão que tinha o objetivo de firmar essa perspectiva racista na sociedade,

e que nos dias atuais já se tornou o padrão de pensamento não apenas no Brasil, mas

como em todo o mundo. O conceito de raça acabou distanciando e criando uma certa

exclusão do povo negro em relação ao que se tornou o modelo ideal na sociedade

contemporânea e que vem sendo implantado na sociedade desde o começo da

escravidão.

A partir dessa linha de pensamento, fica nítido o quão enraizado o racismo está na nossa

rotina, visto que essa normalização de termos preconceituosos, herança do racismo

estrutural. Com isso, o cenário parece ainda pior, justamente por termos o conhecimento

da existência do racismo, mas ao mesmo tempo a discriminação racial ainda se mostra

predominante, pois a manutenção dos privilégios brancos ainda tem muita força. Daí em

diante, segundo o Filósofo Silvio Almeida, um dos sintomas dessa manutenção do

privilégio branco em combinação com o racismo velado, é a questão preferencial entre

pretos e brancos, que nada mais é do que a preferência pelos brancos em questões

cotidianas, por exemplo numa entrevista de emprego, onde o empregador opta pelo

candidato branco, decisão essa tomada por simples arbitrariedade e normalização de

padrões.

Por consequência, o Prof. Dr. Jonas Rafael dos Santos nos apresenta como essa

padronização de valores preconceituosos se materializam na sociedade, com a

gentrificação e o isolamento da população pobre que é negra em sua maioria, nas

favelas e regiões periféricas, fazendo assim com que todas as partes do sistema

contribuam para que os negros continuem sendo excluídos, prejudicados na sociedade.

Portanto Mbembe propõe que essa parte da população que vem sendo prejudicada

historicamente, deve começar a ser escutada, pois só as pessoas que realmente

enfrentam todas essas questões racistas dia após dia são capazes de apresentar a forma

correta de lidar com esses problemas arbitrários da humanidade. Logo, questões como a

representatividade e o lugar de fala, que vem sendo cada vez mais debatidos, mostram o

quão essenciais eles são para a superação dessa visão racista que ainda é dominante na

sociedade.

Vinícius Barboza Felix dos Santos- 2° Semestre - Matutino

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