domingo, 22 de agosto de 2021

Uni-vos!

     A princípio, é importante ressaltar que o sistema capitalista possui como finalidade a acumulação de capital e, consequentemente, de produção. Dessa forma, pode-se dizer que o homem é proveitoso a esse sistema apenas enquanto força de trabalho, e não como um ser possuidor de anseios e necessidades. Partindo desse cenário, Marx se dedicou a explicitar as contradições, os alicerces, a origem e a evolução do capitalismo.

    Na conjuntura pandêmica atual, sabe-se que esse sistema encara a mais crítica, acentuada e destrutiva crise sistêmica, mais grave que os impasses precedentes - que ocasionaram transformações qualitativas e quantitativas nesse meio de produção. É um momento difícil, no qual os possuidores de capital estão desnorteados, perdidos, em rumo ao desconhecido. No entanto, é possível pontuar que a pandemia somente acelerou um processo inevitável no que diz respeito à economia e ao sistema vigente. Pode-se dizer que foi como uma faísca em um ambiente profundamente inflamável, tanto no sentido econômico quanto social.

    Sob a perspectiva da crise, foi evidenciado um fato: a partir do momento no qual os trabalhadores permaneceram em suas casas, por consequência do cenário pandêmico, houve um  forte colapso econômico. No entanto, os capitalistas tentaram, de todos os modos, inclusive por meio do Estado, pressionar o retorno dos proletários ao trabalho. A maneira mais clara e didática de comprovar que os trabalhadores são os verdadeiros encarregados pela produção de capital. No entanto, nem a drástica realidade, gerada pela crise do capitalismo e da pandemia, levam os burgueses a reconhecer que sem a classe proletária não há riqueza e, principalmente, que seu fruto é dado a partir da exploração da força de trabalho. Logo, em consonância com o pensamento de Marx, deve-se questionar: se os responsáveis pela geração de lucro são os trabalhadores, por que essa fortuna é usurpada pelos magnatas e não pela classe trabalhadora?

    À vista desse cenário, surgem as seguintes indagações: como será possível resistir e enfrentar esse período de crise sanitária e econômica? Como os trabalhadores suportarão essa realidade? De maneira sintética, pode-se dizer que a provável resposta é: por meio de base teórica e ato revolucionário, ou seja, somente fundamentado em uma concepção de luta de classes será possível lidar com essa conjectura. Desse modo, urge à classe trabalhadora organizar-se, fundamentando-se na base teórica, para que seja possível alcançar sua emancipação através da resistência.

    Portanto, a crise hodierna acentua as contradições do capitalismo e, por essa razão, é o momento certo em que o proletariado deve reivindicar e buscar a superação desse sistema. Ainda que os capitalistas, em conjunto ao Estado, possuam intensos ataques, nada pode ser mais forte que uma classe proletária organizada, consciente e resistente. Assim, Marx faz um chamado à luta emancipatória, “Proletários de todos os países, uni-vos!”

Clara Crotti Cravo - 1° Semestre - Diurno

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