segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O suicídio na sociedade brasileira atual e o fato social de Émile Durkheim

 Segundo Émile durkheim, Fato social é "toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, e, ao mesmo tempo, possui existência própria, independente de suas manifestações individuais"; suicídio é "todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado". 


De acordo com duas grandes obras de Durkheim - As regras do método sociológico e O suicídio - o suicídio é um fato social. O autor fez uma análise profunda da questão do suicídio partindo de várias sociedades, métodos e dados. Seu estudo sociológico o permitiu afirmar que: "por trás de cada suicídio há sempre um fator social". 

Hoje, é comum nos assustarmos com notícias referentes a esse fenômeno. "OMS alerta: Suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos". No entanto, não há a leitura que Durkheim há mais de um século atrás propôs sobre o fato. 

Algumas das características  principais dos fatos sociais nos fazem refletir sobre o peso da sociedade no indivíduo ao pensar sobre os dados de suicídio. Coercitividade e anterioridade ou exterioridade são as características do fato social que o colocam como objeto capaz de produzir no indivíduo uma coerção exterior. Ao pensar no suicídio, podemos concluir que nossa sociedade tem produzido de maneira crescente essa coerção sobre todos nós. 

Padrões, estéticos e comportamentais, produtividade excessiva e mais uma série de fatores são fatos sociais coercitivos anteriores que exercem pressão diariamente sobre os ombros dos milhões de jovens brasileiros. A leitura do fenômeno suicídio deve ser, sobretudo, um estudo de que consciência social estamos produzindo para com a consciência individual de cada um dos indivíduos.

"Na contramão da tendência mundial, taxa de suicídio aumenta 7% no Brasil em seis anos". Essa é mais uma manchete chocante, mas mais do que isso, um resultado direto de uma sociedade que não se preocupa com a relação da consciência individual com coletiva.

Marcella Peixoto  | 1° ano/noturno

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