segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O fato social da sociedade capitalista

     O filósofo Émile Durkheim propõe um pensamento para tentar definir sociologia. Nesse processo, ele define como seu objeto de estudo o que ele chama de "fato social'. Assim, ele analisa a sociedade e a forma como os indivíduos estão unidos. Para ele, existem dois tipos de sociedade, as pré-modernas (menos complexas) e as modernas (mais complexas), essa mais moderna é capitalista e esse é um dos motivos para a sua diferenciação entra os dois tipos. Durkheim acredita que os fenômenos sociais são rodeados de "causas eficientes", essas são as justificativas para que os fatos sociais se consolidem. Com isso, podemos identificar uma tentativa de explicar o por que de a sociedade se unir e compreender que isso está relacionado, na modernidade, com o sistema imposto que determina não somente a função, mas também o grupo a qual o indivíduo irá pertencer e ter um pensamento semelhante. 

    Se na sociedade menos complexa o pensamento comum era o que definia a perpetuação do fato social, Durkheim vai dizer que na sociedade mais complexa isso não é suficiente para defini-lo. O filósofo acredita que o sistema capitalista transformou a simplicidade de certas características da sociedade, como por exemplo a punição. Isso quer dizer, na sociedade mais complexa, a punição não poderia mais ser uma mera espetacularização de um ato que fira a consciência coletiva. Isso porque, o sentimento coletivo na sociedade capitalista não é homogêneo. Por exemplo, se atualmente uma pessoa é pega roubando no Brasil, em quanto para alguns o fato social é que o infrator é um delinquente, outros conseguem entender que o sistema pode ter colocado ele em tal situação e os seus atos são reflexos do seu desespero.

    Podemos utilizar esse exemplo anterior para demonstrar que a consciência coletiva na sociedade mais complexa interfere na definição do próprio direito para o filósofo. Ele afirmava que o impulso de preservação sempre foi o fundamento do direito em ambas as sociedades, a diferença está na diversificação do pensamento coletivo nas sociedades mais complexas. Se há divergências na visão da população para com um ladrão, também haverá discordância sobre a função do ofício. Ou seja, a classe trabalhadora é submetida a uma dinâmica de trabalho dominada por uma classe menor, porém mais poderosa. Isso, na visão de Durkheim é uma forma de fortalecer o seu desenvolvimento, assim, podemos pensar como esse fortalecimento não é tão real atualmente. Por exemplo, como é possível afirmar que existam benefícios em termos na sociedade trabalhadores que utilizam seu esforço por 8 horas diárias e recebem apenas o mínimo em quanto vemos pessoas, cujos trabalhos exigem muito menos recebendo quantias surreais. Essa desigualdade atual não pode ser vista como desenvolvimento e nem de forma positiva.

    Pensando nas ideias do filósofo, podemos afirmar que o seu pensamento tenta organizar as formas de pensar de dois tipos de sociedade, nesse processo, ele aplica o conceito do fato social como a fonte de explicação para o pensamento coletivo. Assim, ele percebe que o pensamento coletivo se modificou com o tempo, criando uma espécie de múltiplos pensamentos coletivos, cada um pertencente a um determinado grupo social. E que esses grupos sociais são definidos pelas funções que eles exercem na sociedade. Por isso, é muito mais complexo definir a perpetuação de  fatos sociais nas sociedades mais complexas.

Álvaro Galhanone 1˚ano - Direito noturno

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