segunda-feira, 9 de agosto de 2021

DURKHEIM em "Pode copiar só não faz igual"

 

            Era uma vez dois meninos que viviam em um mesmo bairro, o Antônio e o Eduardo. Eles viviam elaborando condutas ideais para os moradores seguirem. Para Antônio tudo era baseado em uma dualidade que não podia fugir da ordem e gerar sempre progresso, os preceitos morais era o alicerce que constituía aquela comunidade integra.

            Eduardo seguiu alguns passos de Antônio, ele também acreditava que era necessário a contínua reafirmação da moral. Um dia o Otávio - outro menino da vizinhança - pegou uma bala a mais de Eduardo. Ao entardecer Dudu foi até sua garagem e furou a bola favorita dele. Para Antônio essa ação era punitiva ao Otávio, mas o Eduardo fez pensando nos outros meninos da rua, que observando as consequências não pegaria suas balas – Otávio foi um exemplo apenas.

            Como viram de certa forma Antônio e Eduardo por um bom tempo seguiram unidos em seus ideais, eles defendiam fervorosamente que era necessário controlar aquilo que prevalecia, no caso, a sociedade. Mas um dia Eduardo parou para analisar a forma como Antônio agia, Antônio não aceitava coisas que fugiam do estabelecido por ele, daquilo que gerava a ordem na sua percepção.

            Certa tarde, um novo vizinho chegou à vizinhança, ele tinha a mesma idade dos outros garotos, mas era completamente diferente do que estavam habituados a ver pelo bairro. O menino utilizava seu cabelo até o comprimento do ombro, suas unhas eram pintadas de preto e nele havia alguns piercings e alargadores. Antônio logo achou inadmissível que o garoto entrasse para o grupinho dos “progressistas”.

            Naquele momento, Eduardo percebeu que o Antônio apelava exclusivamente para a sua interpretação, o que era uma noção metafísica – uma explicação suprassensível a realidade. Antônio não analisava os fatos como eles realmente eram, ou a história em si, ele valorizava a sua ideia de história.

            Por isso, Dudu rompeu com o grupo de Antônio, ele nem achava mais que a nomenclatura se aliava a forma como as atitudes eram tomadas. Ele criou um novo grupinho para a comunidade os “funcionalistas” e convidou o novato para fazer parte. Dudu queria entender como que acontece de uma pessoa se construir de maneira diferente da sua, em um lugar diferente e em uma cultura diferente.

 

Moral: Às vezes um lapso de sensatez que te faz desvincular do absurdo, aos seus olhos, te transforma em uma figura com preceitos únicos – não necessariamente com todos louváveis.


Maria Fernanda Barra Firmino - 1° semestre de Direito - matutino

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