Émile Durkheim foi
o primeiro que estudou a sociedade como uma ciência de fato e, com isso, foi um
dos fundadores da Sociologia. Sendo seu objeto de estudo a sociedade, Durkheim
desenvolveu o fato social como seu método. Durkheim descreve o fato
como sendo a função e as ações praticadas por cada um dos membros da sociedade e
que precedem a sua própria existência. Além disso, esse ainda é dividido em fato
social normal – aquele responsável por manter o equilíbrio da sociedade – e
o fato social patogênico – aqueles que vão contra a cultura e os
paradigmas estabelecidos na sociedade, quebrando o equilíbrio.
Nesse sentido,
pode-se entender os movimentos sociais e as representações de grupos minoritários
como exemplos de fatos sociais patogênicos. Apesar do pensamento de
Durkheim ser extremamente conservador,
antiquado ao contexto atual e não admitir tais “quebras de equilíbrio”,
ele não é totalmente errado, uma vez que o sociólogo afirma que em casos de tentativa
de ruptura, haverá forte represália por parte da sociedade, o que de fato
ocorre. Tomando como exemplo o Brasil, um país extremamente católico, racista,
machista e homofóbico, ao encarar, por exemplo, a comunidade preta atingindo
espaços antes só pertencentes aos brancos, estranha e logo recrimina.
Todavia, essas
“quebras de equilíbrio”, na realidade, não são o surgimento de novas relações
sociais por assim dizer, mas, sim, a afirmação de grupos minoritários como
membros da sociedade e capazes de cumprir funções nessa que não sejam
pré-determinadas por uma cultura repressiva. Isto é, quebram um equilíbrio, que
representa a hegemonia de apenas uma parcela da sociedade.
Portanto, pode-se
dizer que a análise durkheiminiana sobre a sociedade trouxe diversas
contribuições para o entendimento dessa. Entretanto, é um pensamento limitado e
que a vê como ideal quando se encontra em equilíbrio, o que fortalece o ideário
burguês como hegemônico. Com isso, favorece que esse grupo reprima das demais
classes que buscam constantemente pela positivação de direitos, uma vez que são
constantemente expropriados. Com isso, percebe-se que se encontra em equilíbrio
apenas uma parcela da população que explora as demais e, dada a essa condição, encontram-se
em uma situação completamente instável e a procura de estabilidade, sendo vista
por Durkheim como uma quebra de equilíbrio.
Vítor Salvador Garcia Lopes - Direito Matutino - Primeiro Ano
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