segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A corrupção brasileira sob uma perspectiva durkheimiana

  Um dos principais problemas da sociedade brasileira, desde o descobrimento do Brasil em 1500 até a contemporaneidade, é a corrupção. Grande parte da população enxerga o desvio de dinheiro público para enriquecimento pessoal como um reflexo da crise moral pela qual a sociedade passa, na qual parte da classe política movida pelo tal sentimento de impunidade da jurisdição nacional, rouba o dinheiro do povo brasileiro. Sob uma perspectiva funcionalista durkheimiana, há equívocos na ponderação feita. Para o sociólogo da França, a corrupção está alastrada no país por uma causa eficiente, que poderia ser o "Jeitinho brasileiro" ou até a crise no modelo educacional. Durkheim também afirmaria que a falta de leis que punam os corruptos não é uma explicação coerente, pois a punição, segundo ele, não foi feita para o criminoso mas para os homens honestos.
  Uma característica do povo brasileiro ao analisar a situação política nacional, é referir-se aos servidores públicos como uma classe paralela a sociedade e não como um grupo que faz parte dela. Ao fazer esta distinção, parte dos cidadãos desconsidera que os acertos e erros cometidos por eles também são cometidos por uma pessoa comum. Quando um homem saudável vai ao supermercado e estaciona na vaga de um deficiente físico sob a justificativa de que não haviam vagas ou que era por pouco tempo, este indivíduo está desrespeitando uma norma de conhecimento geral. Da mesma forma, um político aproveita-se de um pretexto qualquer para fazer o uso ilegal do dinheiro público para fins e interesses pessoais. Assim, o "Jeitinho Brasileiro" está generalizado a todos os cidadãos brasileiros, fazendo parte da cultura nacional e estando tão enraizado que parece natural. Sendo assim, a corrupção trata-se de um reflexo cultural e não de um desvio moral dos servidores.
  Há de se destacar também, que sob a óptica de Durkheim, a punição aos políticos corruptos não é uma medida efetiva para o fim do problema, pois quando se pune um criminoso, na verdade está apenas reafirmando a moral vigente. Exemplificando a situação, quando uma pessoa comete um assassinato e a coerção social prevista pela lei é a prisão, a sociedade não está tornando o local menos violento ao punir esse indivíduo, está apenas reafirmando a noção moral de que matar é algo negativo. Quando na verdade, o diálogo deveria estar voltado para as causas que levam esses tipos de crimes a acontecer e assim prevení-los no futuro.
  Destarte, a corrupção é um problema de longa duração no Brasil e para que haja uma resolução, a forma como a sociedade enxerga este crime deve ser modificada, passando a ver ele como um reflexo de uma cultura que valoriza o ato de levar vantagem sobre o outro ("Jeitinho Brasileiro") e também, a preocupação deve deixar de ser apenas a punição mas como prevenir que a corrupção aconteça, valorizando por exemplo, a Educação brasileira de uma maneira geral.


 Nome: Pedro Miguel Segalotti Rueda  Direito (Matutino) - Primeiro Semestre   
    

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