segunda-feira, 19 de julho de 2021

 

Positivismo: entre a disciplina comportamental e a manutenção do progresso

   O Positivismo, idealizado por Augusto Comte, corresponde a uma corrente filosófica do século XIX que se propõe a estudar as relações sociais a partir de uma perspectiva de ordem e progresso da sociedade como um todo. Na prática, o positivismo renuncia a compreensão do que é intimo dos fatos observados, isto é, ele se abstém da investigação do que seria denominado como “a causa primeira” de um fenômeno investigado, tal como o racismo.

   Nesse sentido, cria-se uma resignação, que se caracteriza como ferramenta imprescindível para a manutenção da ordem. Em outras palavras, tal corrente filosófica visa conservar uma espécie de status quo, uma vez que, para Augusto Comte, a sociedade deve caminhar em direção ao progresso mediante à harmonia e a conservação das instituições, como a família.

   Desse modo, as causas sociais, como as manifestações de apoio à comunidade LGBT e a luta contra o racismo por meio do movimento negro são compreendidos, a partir da perspectiva positivista, como perturbação da ordem. Dessa forma é possível concluir que o positivismo projeta uma ideia de disciplina comportamental, podendo ser compreendida como a negação das angustias e sofrimentos individuais em favor da coletividade e em nome do progresso.

   Portanto, cabe a nós, como sociedade, refletirmos a respeito da influência do positivismo no nosso cotidiano. Dessa forma, devemos nos empenhar em adotar uma postura anti-positivista, isto é, buscar a compreensão da “causa primeira” dos problemas sociais enfrentados pela sociedade contemporânea mediante a investigação histórica da causa pesquisada, tal como o fenômeno da segregação socioespacial.

 

Italo de Abreu Correia – Direito Noturno, turma 38

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