O positivismo, corrente teórica criada por Auguste Comte em uma época de agitação social, afirma a ordem e ciência como meios de se obter o progresso. Nele, há o ideal de progresso contínuo e constante das sociedades, em que umas estariam mais avançadas e seriam superiores a outras. O primeiro estágio de desenvolvimento seria o teológico, em seguida o metafísico e o mais evoluído seria o positivo. Dessa forma, Comte estabeleceu uma suposta hierarquização da humanidade, a partir dessas três etapas de desenvolvimento.
Essa hierarquização das sociedades e conhecimento baseado na ciência influenciou a criação do darwinismo social. Essa suposta teoria científica subjugava raças diferentes da europeia, afirmando que os europeus deveriam dominar os outros povos por serem mais aptos intelectual e fisicamente. Desse modo, essa ideologia foi utilizada para justificar o processo imperialista realizado na África, Ásia e América, em que houve exploração de populações e aniquilação de culturas, afetando essas sociedades negativamente nos âmbitos político, econômico e social, até a atualidade.
No Brasil, essa hierarquização de populações, posteriormente justificada pelo darwinismo social, ocorreu durante a colonização e escravidão. Os europeus acreditavam ter a missão de civilizar os indígenas com a religião cristã, educação e alimentação da Europa, uma vez que os outros povos seriam “bárbaros”. Ademais, ocorreu o mesmo com os africanos e seus descendentes, que tiveram suas culturas menosprezadas, com a tentativa de apagamento das mesmas. Entretanto, a subjugação de culturas indígenas e afrodescendentes não ficou restrita a esse período, perpetuando até a contemporaneidade. Por conta dessa conjuntura, frequentemente religiões, línguas, músicas e outros elementos culturais desses grupos são inferiorizados pela população branca.
Assim, o positivismo estabeleceu estágios de desenvolvimento para se atingir o progresso, inferiorizando certas sociedades. Essa teoria, junto do darwinismo social, possibilitou a “justificação” de explorações de populações inteiras em prol da europeia, mesmo não havendo a comprovação da superioridade de alguma cultura, como demonstrado pela ideia de relativismo cultural.
Sofia Garbarino Nogueira - Matutino - Turma XXXVIII
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