domingo, 18 de julho de 2021

O ideal positivista frente à sociedade atual.


Inserido num contexto de agitação revolucionária, Auguste Comte busca entender a sociedade não mais através de um pensamento teológico, mas de uma maneira que fosse possível intervir nas relações sociais, para isso, criou uma ciência que se assemelhava a newtoniana, ele não buscava a essência das coisas, mas sim a vinculação entre elas, dessa maneira surgiu o pensamento positivo, que nada mais é que a ideia de superar as fontes que não tivessem certeza ou que não fossem útil. O filosofo prezava muito pelo lema “ordem e progresso”, dizendo que é a partir da ordem que se tem o progresso, entretanto, trazendo as ideias dele para atualidade, não se pode dizer que essas são válidas, pois essa metodologia claramente é limitada a um grupo de pessoas: a elite dos homens brancos e heterossexuais.

Para que os indivíduos fossem felizes, para Auguste, seria preciso por as necessidades da sociedade acima do pessoal, por exemplo, aqueles que trabalham mais e recebem menos deveriam aceitar a situação para não gerar uma desarmonia na sociedade, daí vem à ideia de que todo trabalho é digno. Certamente esse é um pensamento absurdo, pois, se ninguém tivesse a ganância de subir de cargo ou de pedir condições melhores de trabalho o mundo estaria em total retrocesso e ajudaria, ainda mais, a classe alta a tirar vantagem sobre os desfavorecidos.

De modo geral, o positivismo é excludente e pensa em beneficiar somente aqueles que já são beneficiados, o seu conservadorismo colabora diretamente com a desigualdade social, na dificuldade de reintegrar o preso a sociedade, uma vez que não pensa em tratar do assunto pela essência, mas somente pelo problema momentâneo e contribui na manutenção do machismo e do preconceito. É preciso tomar muito cuidado com o rumo que o Brasil está tomando, me parece que a corrente filosófica criada no séc. XIX está tomando cada vez mais espaço na atual sociedade, o fato de ter uma pessoa conservadora no comando do país faz com que isso ocorra.   


Julia Piva, direito noturno. 

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