sexta-feira, 2 de julho de 2021

Fake news e a adoração dos ídolos

     Na contemporaneidade, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, as informações são transmitidas aos indivíduos de maneira quase que instantânea. Todavia, essa extrema velocidade dificulta a análise do conteúdo dessas publicações, favorecendo a dispersão de mensagens falsas e enganosas: as "fake news". Sendo assim, demasiadas personalidades públicas e políticas, por exemplo, utilizam esse artifício, com o intuito de propagar uma boa aparência, iludindo seus seguidores.
     Pensando nisso, o filósofo Francis Bacon argumenta acerca da construção de ídolos, os quais representam falsas percepções do mundo. Embora Bacon enfatize a prática da experiência na formação do conhecimento, a mente humana, por sua vez, pode sofrer distorções a partir da incompetência dos sentidos. A saber que, no caso dos ídolos do teatro, há uma representação idealizada de um pensamento ou filosofia  que deturpa a compreensão de seus ouvintes. Somado a isso, os ídolos do foro, segundo argumentos bem elaborados e convincentes tentam ludibriar a população, a qual é persuadida pela excelente oratória de seus líderes. 
     Contrastando o empirismo de Francis Bacon, René Descartes propõe em sua obra, Discurso do Método, o racionalismo cartesiano. Este consiste na análise crítica dos eventos através da racionalidade, questionando as afirmações declaradas. Os princípios básicos da razão científica seriam, portanto, o destaque para a dúvida, a repartição das dificuldades em frações menores (especialização), a gradação crescente pela busca do conhecimento e, por fim, o estabelecimento de  relações metódicas completas junto à revisões gerais. Com isso, as enganosas elucidações seriam contrapostas pela apresentação de fatos científicos e racionais, superando as falsas convicções.
     Em suma, a crença nas "fake news" é análoga à adoração dos ídolos, uma vez que ambas são resultantes das ilusórias percepções do mundo, podendo ser desmentidas pelo pensamento crítico e racional dos seres humanos.


Bruno Solon Viana - Primeiro Semestre Direito Matutino

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