domingo, 27 de junho de 2021

O conhecimento como libertação de ideais impossíveis

       Frequentemente a política de cotas é discutida, no ano de 2022 haverá uma revisão sobre a lei, o que evidencia um descaso do Estado frente à problemática da desigualdade racial. Se a eficiência dessa política fosse de fato evidente, não haveria motivos para não haver tal revisão, entretanto, no ano de 2018, a taxa de jovens brancos no ensino superior era o dobro da taxa dos negros, dados divulgados pela Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A primeira presença negra na universidade só se deu em 2003, isso colabora na diferença de taxas de presença no ensino superior, uma vez que o acesso ao ensino se deu muito tardiamente.  

       A lógica do racismo é inferiorizar determinado grupo étnico-racial, tratando-o como objeto e não como humano. Para Descartes, todo ser que pensa existe, por isso a importância do acesso à faculdade para todos, para que dessa maneira seja destruída essa ideia de racismo sistêmico no Brasil, tendo em vista que a presença negra em cargos importantes aumentaria e a educação não seria limitada por uma cor de pele.

       Para Bacon, “saber é poder", o que nos leva ao caminho da luta pelos direitos de todos, pois partindo da indução, não haveria motivos para não se universalizar o conhecimento, já que uma pessoa, sem distinção de raça, pode aprender, todos podem. Dessa maneira, a política de cotas é essencial para possibilitar o acesso do negro à universidade, pois esse povo, além do preconceito que sofre, é maioria na comunidade. 

       No Brasil o corpo negro ainda é visto como alvo de tiro, a política atual não vai mudar sem que a presença de brancos e negros seja igual, o tema como a política de cotas não deveria ser julgado em um país onde a desigualdade social é gritante, não podendo existir o ideal de meritocracia.

Julia C. Piva, 1°ano direito noturno.


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