O sociólogo alemão Max Weber, concebe uma sociologia pautada no estudo do indivíduo, uma vez que este é a única partícula real nas ciências humanas, de forma retroativa, seu pensamento retorna a filosofia de Imannuel Kant e sua concepção de que o sujeito é o principal responsável pelo processo de conhecimento. Em decorreria dessa formulação, Max Weber é considerado o fundador do individualismo metodológico. Sendo suas ideias, bases e estudos fortemente influenciadas pelo também alemão Georg Simmel, e sua concepção de que a sociedade é produto das interações entre indivíduos. Sendo o conceito weberiano de ação social um reflexo direto dessa concepção. Portanto a sociologia de Weber baseia-se no estudo do indivíduo e suas relações.
Em decorrência desta centralidade do homem, Weber ao observar as relações estabelece quatro tipos ideias, sendo respectivamente ação objetiva racional, racional-valor, afetiva e tradicional. Sendo, as organizações de cunho racional (objetiva racional e racional-valor) as mais presentes e valorizadas na contemporaneidade, uma vez que a razão consolidou-se como centralidade através do Iluminismo e da ciência. Tendo como efeito dessa racionalidade, a codificação e o estabelecimento da burocracia, visando a previsibilidade. Com isso o homem vê-se refém de seu próprio sistema, tendo sua emoção e espontaneidade suprimidos, assim desencantando-se do mundo. De forma similar Emilé Durkheim traz em sua obra o impacto da racionalização e seu decorrente enfraquecimento da coesão social, logo das relações e laços entre os indivíduos, como apresentado pelas formas de suicídio egoísta e anomico.
Porém, Weber ao observar o impacto da razão sobre os indivíduos, remonta a observação de uma reação pautada na irracionalidade, resguardada pela crença e na devoção de um líder carismático, que é visto em uma concepção de superioridade em relação aos demais. Uma espécie de “salvador da pátria”, esse fenômeno é reconhecido na modernidade pela ascensão de líderes populistas como Getúlio Vargas no Brasil, Juan Domingo Peron na Argentina, Kemal Atatürk na Turquia, Adolf Hitler na Alemanha, Benito Mussolini na Itália, entre outros. Sendo todos reflexos das insatisfação popular com o sistema vigente, seja pela dissolução de impérios, seja pelo controle político de oligarquias ou por simples reflexo da crise de 29.
Logo, de similar forma a crise financeira de 2008 e o processo de globalização, resultaram em diversas nações com perdas substanciais em suas plantas industriais (principal geradora de empregos para população de baixa escolaridade), sendo agravanda pela transferida para países de mão de obra mais barata, resultando assim em um aumento da taxa de desemprego principalmente sobre os grupos de menor escolaridade e um forte sentimento de desconfiança para com o estrangeiro. Resultando assim em um novo período de ascensão de líderes populistas como Narendra Modi na Índia, Donald Trump nos Estados Unidos, Recep Tayyip Erdoğan na Turquia e Jair Messias Bolsonaro no Brasil. Sendo o último um contraponto a própria concepção racional, como demonstrado em sua militância em relação a utilização do medicamento sem efeitos comprovados (hidroxi-cloroquina e cloroquina), os ataques sucessivos a instituições de ensino, suas sucessivas declarações contra a quarentena, apesar dos mais de 125 mil mortos por Covid-19, entre outras atitudes.
Referencias
https://brasilemsintese.ibge.gov.br/industria.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mustafa_Kemal_Atat%C3%BCrk
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=559
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
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