segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Ação sociofrustrante


    No contexto do século XX, Max Weber surge com uma nova forma de olhar para a sociedade. Seus textos nos mostram que a principal ferramenta da ciência social que a diferencia da ideologia propriamente dita, é o método utilizado para compreender o meio. Além disso, aborda também a questão do poder em nossa sociedade, afirmando que todas as relações estão perpassadas por ele, e vai além da relação de classe, o exercício do poder e dominação representa qualquer estimulo externo ao modo de conduzir a vida. Este modo de conduzir a vida está contido na ideia de ação social e que, por mais que possa sofrer influência da dominação e do poder, não o faz de forma plena. Ademais, é a cultura que irá engendrar uma hegemonia sobre as formas de conduta social e delinear as instituições. Entretanto, as ações serão classificadas em quatro tipos possíveis, sendo eles ação com relação a um objetivo, ação com relação a um valor, ação afetiva e ação tradicional.

    Infelizmente, são muitos os exemplos em que a ação social e a tentativa de impor o poder e a dominação foram prejudiciais para algum individuo. Podemos analisar uma ação afetiva no conhecido caso brasileiro, inclusive transmitido em televisão aberta, em que, estimulado por sua paixão e desejo de dominação, Lindemberg Fernandes invadiu o apartamento em que Eloá Pimentel estudava com os amigos. O ex-casal havia terminado recentemente, e, ao não aceitar o término, o rapaz passou a perseguir e ameaça-la, e concretizou a dominação por meio de um carcere privado de mais de 100 horas, que, lamentavelmente, resultou na morte da menina de apenas 15 anos.

    Dessa forma, na sociedade, a todo o momento somos regidos por ações sociais, em que nossa forma de agir e nos posicionar diante do meio em que vivemos é influenciada, seja por valores, crenças, objetivo, emoção e, sempre, cultura. Acreditamos que o contexto social deve ser regido por condutas expectáveis, a postura que eu espero que o outro possua. Entretanto, vivemos em uma sociedade complexa, com valores, posturas, crenças e motivações diferentes, e acreditar que as vivências seguirão as formas que acreditamos serem corretas e ideais é utópico. Devemos sempre respeitar a experiência de vida alheia, e por mais que a dominação aconteça de forma inerente a sociedade, visto a existência de uma assimetria de conhecimento, ao querer impor os seus princípios na vida de alguém acreditando que eles irão encaixar da mesma forma e o mundo será ideal, você está apenas aplicando mais um autoritarismo frustrado. 

Amanda Pereira Ramos - 1º ano - Direito (matutino)

Tema: Max Weber

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