terça-feira, 21 de abril de 2020

Balbúrdia ou ciência?


Balbúrdia significa, segundo o dicionário Michaelis, “grande desordem; confusão, sarapatel, tumulto, vozeria”. A visão de que as universidades públicas brasileiras são locais de balbúrdia foi fomentada pelo atual ministro da educação, Abraham Weintraub, que prometeu o corte de 30% de verba para universidades que estivessem promovendo a tal balbúrdia, fala que gerou diversas manifestações contrárias.
Ao promover esse tipo discurso, não são levadas em conta as pesquisas feitas nas instituições e todas as suas contribuições para a sociedade, mas sim ideologias, achismos e um certo medo de que essas universidades estejam formando questionadores e pesquisadores, que não baseiam seus pensamentos em teorias da conspiração compartilhadas em redes sociais.
Tais teorias mostram-se muito presentes no contexto atual do coronavírus, algumas pessoas deixaram de crer em fatos científicos que lhes são apresentados e passaram a tratar a situação como se fosse um jogo político, sem considerar o bem estar geral. Não acreditam nos dados divulgados pela mídia, nos estudos das universidades, nem na Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS recomenda que sejam feitos testes em toda a população e adotado o isolamento social, mas não são todos os governantes que estão seguindo essas recomendações. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, havia apoiado a campanha “Milão não para”, que incentivava a população a não parar com as suas atividades normais e não aderir o isolamento. Porém, após aproximadamente um mês, depois de um crescimento de mais de 35 mil casos e mais de 5 mil mortes, o prefeito retratou-se e admitiu que tinha errado em apoiar a campanha.
Confrontar dados científicos é importante, desde que sejam utilizados outros dados científicos para confrontá-los, não falácias que colocam a vida de todos em risco. Em uma situação pandêmica a vida deve ser mais importante que qualquer ideologia, as medidas devem ser tomadas para que a população seja protegida, não exposta a riscos desnecessários.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro incentiva manifestações, em plena pandemia, a favor da economia (e contra a vida), a questão é: quem realmente promove a balbúrdia? Os que defendem a ciência ou o líder de um governo que sobrepõe a economia em detrimento da saúde de milhares de pessoas?

Bianca Vipieski Araújo - Direito Matutino - 1º Ano

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