segunda-feira, 10 de junho de 2019


Os escravos da cultura: liberdade para se auto escravizar

O sociólogo alemão Max Weber é uns dos fundadores da sociologia moderna e ele difere dos demais sociólogo como Karl Marx e Durkheim, pois Weber tem a particularidade de focar no indivíduo, assim fazendo uma sociologia compreensiva que busca compreender o comportamento do indivíduo e não de apenas julgá-lo. Ao analisar o indivíduo, Weber descobriu que há diversas influências que moldam o comportamento do indivíduo, entre elas podemos citar a Cultura e uns de seus instrumentos que é o Direito, ambas feitas para  escravizar os homens.
Alguns indivíduos não analisam suas ações por si mesmo e sim pelo coletivo, o importante não é saber se sua ação é benéfica ou prejudicial, mas sim está de acordo e ser aceito pelo grupo, isso explica porque conservadores radicais, assim como fanáticos de esquerda agem de forma instintiva com o seu grupo, pois segundo Weber o comportamento do indivíduo é influenciado pela cultura, pelo ambiente no qual o indivíduo está inserido, isso faz algumas pessoas acharem que o comportamento correto é a conduta (Moral) que o grupo que ele pertence está seguindo. Além disso, não são todos que conseguem se libertar dessas amarras e deixar de ser uma “maria-vai-com-as-outras”, assim pessoas desse tipo usam sua própria liberdade para se auto escravizarem, para se alienarem. Sendo que esse fanatismo cultural foi aumentado ainda mais devido as redes sociais, no qual fez os homens criarem bolhas culturais que aprisionam elas ainda mais, levando elas criarem e viverem em um mundo diferente da realidade, onde acreditam que tirar uma faixa a favor da educação e chamar movimentos estudantis de maconheiros e vagabundos fará bem a Nação, atitudes como essa é o que fazem frases de pensadores como Noam Chomsky se tornem verdadeira nessa Era Pós-Verdade: “As pessoas já não acreditam nos fatos”, ou seja, Max Weber estava tão certo que a cultura influencia no homem que devido aos comportamentos de alguns do século XXI, podemos dizer que a influência cultural é tão poderosa no indivíduo que não só obriga ele ter um determinado comportamento, mas também cria todo um mundo paralelo não condizente com a realidade. Contudo, as bolhas culturais se tornam apenas uma pequena corrente comparado a grande corrente que aprisiona a todos: O Direito.
O que veio primeiro: A lei ou a conduta (moral)? Um influencia o outro, pois da mesma forma que a lei tem o objetivo de gerar a conduta no indivíduo, a lei foi gerada por uma conduta, por um valor. A cultura sempre criará uma nova corrente, mesmo assim criará uma corrente, logo aprisionando sempre o homem. É uma prisão sem muro, mesmo assim uma prisão, onde a Cultura seria o muro invisível e o Direito as correntes que está presa a todos e que impede os homens subversivos de ultrapassarem esses muros invisíveis. Desse modo, Não lutamos pela liberdade e sim lutamos por uma forma nova de escravização, afinal como quem tem o poder faz o Direito e o Direito nada mais é que um instrumento para impor uma conduta no indivíduo, logo não importa quem esteja no poder, pois seu objetivo é escravizar, pois quem faz o Direito busca isso a escravização dos demais, que todos sigam a minha maneira de ser e viver, no fim tudo o que fazemos é dar nossa liberdade em troca de proteção e como uma vez disse Benjamin Franklin: “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança.” Assim caminha a humanidade: Totalmente aleijada, de muleta e acorrentada pela sua própria conduta. Por isso buscamos a moral de ser feliz ao invés de ser feliz, pois somos condicionados e obrigados a seguir a cultura da mesma forma que nós obedecemos a nossos pais, já que temos medo de desagradar os demais e também de receber punição é o Direito Racional de Weber... Vem ser feliz!  Realmente uma propaganda em pele de cordeiro, pois diz que levará a felicidade, mas tá levando é ao abismo, afinal desde quando fazer dívidas pendente deixa as pessoas felizes?
Destarte, compreendo o pessimismo de Max Weber, pois não deve ter sido fácil descobrir e muito menos aceitar que o homem nada mais é que um fantoche de sua própria cultura que ele criou, ou seja, o homem criou a cultura para ser livre e com essa liberdade criou o Direito para aprisiona-lo mais ainda. Se o homem pudesse um dia falar para a cultura, diria: Até tu, Brutus?! Meu filho! Já não basta, as enfermidades físicas que me aflige, até as enfermidades abstratas também me fazem sofrer.
Nome: Wilson do Monte Cerqueira Júnior – 1º Ano Direito Noturno - Unesp

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