segunda-feira, 6 de maio de 2019

O consciente coletivo e seu aspecto punitivo


Desde criança aprendemos que todo ato possui uma reação, se fizéssemos algo fora do ideal estabelecido pelos nossos responsáveis ou alguma instituição como a escola, muito provavelmente, éramos obrigados a cumprir algum tipo de punição. Esse sistema que engloba nossa vida por um todo, também ajuda a produzir um direito punitivo. O consciente coletivo que constantemente acredita no maniqueísmo dos indivíduos vê como punição um sinônimo para justiça. Castração química, tortura e pena de morte são apenas alguns desejos que cercam parcelas significativas da população. No entanto, até mesmo essas parcelas se compadecem de Pedro Bala no livro capitães da areia. 
Essa diferença de perspectiva está entrelaçada ao positivismo do direito, já que, existe uma superficialidade e um certo imediatismo. Se alguém cometeu um determinado delito, suas dificuldades e contexto social são ignorados e sua vida passa a se resumir em atos isolados que prejudicam a sociedade de alguma maneira. Assim, acreditar na punição se torna mais fácil. Vinculando atrocidades a pessoas que são expropriadas de sua humanidade, o “mal” se torna distante, não atingindo um público que se auto denomina como os “cidadãos de bem”. Mas seriam eles os guardiões do bem? Até que ponto a falta de interesse coletivo em tentar se afastar da punição não ajuda na manutenção desse tipo de direito no Brasil? O código penal é completamente independente desse anseio popular?

Giovanna lima e silva - direito noturno 


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