quinta-feira, 2 de maio de 2019

PowerRangers brasileiros do séc. XXI


Durkheim determina que os comportamentos sociais são coletivos, mesmo sendo praticados individualmente são reflexos dos hábitos forjados na sociedade. É nesse princípio que os linchamentos tanto por um individuo (episódio do tatuador que tatuou em um homem “Sou um ladrão vacilão”) quanto por um grupo (episódio de Cleidenilson da Silva, de 29 anos, que morreu de joelhos após ser espancado até a morte por um grupo de moradores após um assalto frustrado a um bar no Jardim São Cristóvão, um bairro pobre de São Luís, no Maranhão) é um fato social a ser analisado pela óptica desse sociólogo.


                No momento que há a consolidação do fundamento de solidariedade de Durkheim, o qual cada pessoa cumpre o seu papel para o funcionamento geral, ganha ênfase coercitiva, ela tende a se tornar uma ordem jurídica. E assim, os membros do todo acabam tornando-se os vigilantes e aplicadores das penas, com base na ordem jurídica social (coerção a atos que são nocivos a sociedade), pois a sociedade quer manter sua coesão.
            Em suma, o início da música “Nunca Serão” do Gabriel O Pensador é um grande retrato do cenário de linchamento: “Eu caminhava no meu Rio de Janeiro quando alguém me parou e falou: ’Aê parceiro, me dá tua mão que eu quero ver se tá com cheiro. Porque eu sou um cara honesto e detesto maconheiro’”. Ou seja, o cidadão honesto, do bem, para manter a coesão da sociedade ideal, cria uma coerção a qualquer ato nocivo a ela.
           

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